Santos Oliveira “liberta-se” do PS - O Povo Famalicense
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Sessão evocativa <strong>do</strong> 35.º aniversário da Revolução <strong>do</strong>s Cravos<br />
À passagem <strong>do</strong> 35.º aniversário da<br />
Revolução de 25 de Abril, a Assembleia<br />
Muni-cipal (AM) evocativa da data<br />
ficou marcada por um apelo <strong>do</strong> presidente<br />
Nuno Melo no senti<strong>do</strong> de renovar os ideais<br />
que a motivaram, mas também de dar novo<br />
alento ao modelo de comemoração da data.<br />
Segun<strong>do</strong> o responsável autárquico<br />
o “figurino muito tradicional” permite<br />
“antecipar actos, protagonistas<br />
e até adjectivos”.<br />
Na convicção de que a evocação da Revolução <strong>do</strong>s Cravos<br />
não deve cair na rotina, Nuno Melo aplaudiu a iniciativa de homenagem<br />
ao Poder Local, promovida pela Câmara, e que consistiu<br />
na inauguração de uma galeria onde constam as fotografias<br />
de to<strong>do</strong>s os presidentes <strong>do</strong> Município de Vila Nova de<br />
Famalicão desde a Revolução de Abril de 1974, da qual resultou<br />
a instauração de um regime democrático e a realização das<br />
primeiras eleições livres em Portugal.<br />
O presidente da AM entende que a homenagem ao poder<br />
local cai bem em mais um aniversário da Revolução: “estamos<br />
a falar de pessoas que optaram por dedicar parte das suas<br />
vidas à causa pública e ao desenvolvimento <strong>do</strong> nosso concelho,<br />
com prejuízo das suas vidas pesso-ais. E é em vida que<br />
estas homenagens devem ser fei-tas”.<br />
Numa altura em que o país atravessa uma crise, que também<br />
é de valores e descrédito de muitas estruturas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />
Nuno Melo frisou que é necessário interpretar “Abril não apenas<br />
como uma data, como um símbolo, mas sobretu<strong>do</strong> como<br />
um resulta<strong>do</strong>”. O responsável autárquico chamou à atenção<br />
para o facto de haver toda uma geração que nasceu depois<br />
data, e que a esses “não se pode pedir que vivam o espírito da<br />
mesma forma”. E acrescentou: “para eles só faz senti<strong>do</strong> se sentirem<br />
na sua vida diária que valeu a pena, se conse-guirem encontrar<br />
mais <strong>do</strong> que dificuldades”. Para que isso seja possível,<br />
referiu, é ne-cessário inverter um ciclo de descrédito generaliza<strong>do</strong>,<br />
que vai das instituições <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> aos políticos. Na actual<br />
conjuntura, que definiu como “a como a crise de todas as<br />
autoridades”, Abril será para as gerações que não o viveram<br />
um mero “momento de frustração”. Frustração “por terem herda<strong>do</strong><br />
um país com mais desigualdades sociais <strong>do</strong> que na altura<br />
existiam, uma taxa de desemprego que a mais alta <strong>do</strong>s últimos<br />
30 anos, um país onde a emigração volta a ser a solução de recurso<br />
para muitos cidadãos, um país onde a corrupção grassa<br />
e mina a produtividade <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>”.<br />
Apesar <strong>do</strong> cenário negro que traçou, o famalicense Nuno<br />
Melo confessou a expectativa de que para o ano seja outro o<br />
espírito que anime a comemoração <strong>do</strong> 36.º aniversário da<br />
Revolução, por isso será um sinal de que “estamos melhor”<br />
“ALAVANCA” DO<br />
DESENVOLVIMENTO”<br />
Caracterizan<strong>do</strong> o poder local como uma “alavanca decisiva<br />
para a melhoria da qualidade de vida das populações”, o presidente<br />
da Câmara Municipal de Famalicão, Armin<strong>do</strong> Costa,<br />
reiterou que na vida autárquica “defendemos e concretizamos<br />
esses valores sempre que tomamos uma decisão em favor <strong>do</strong><br />
bem comum, seja na Câmara Municipal, seja na Assembleia<br />
Municipal ou em cada uma das 49 Assembleia e Juntas de<br />
Freguesia.<br />
O edil famalicense disse-se ainda orgulhoso de pertencer a<br />
uma terra onde a democracia funciona, com os parti<strong>do</strong>s a alternarem-se<br />
no poder ao longo de 35 anos de liberdade, e<br />
frisou que para além de todas as conquistas que estiveram sub-<br />
jacentes à Revolução de 1974 é necessário que haja consciência<br />
da responsabilidade que constitui para to<strong>do</strong>s, “nomeadamente<br />
para os autarcas eleitos pelo povo, uma responsabilidade<br />
para os autarcas que estão no poder e uma responsabilidade<br />
para os autarcas que estão na oposição”. E em<br />
matéria de responsabilidades, Armin<strong>do</strong> Costa enumerou aquelas<br />
que entende fiéis ao espírito de Abril: “em nome <strong>do</strong> 25 de<br />
Abril temos a responsabilidade de falar sempre a verdade aos<br />
famalicense, rejeitan<strong>do</strong> a mentira e a demagogia; em nome <strong>do</strong><br />
“25 de Abril” temos a responsabilidade de gerir correctamente<br />
os dinheiros públicos, rejeitan<strong>do</strong> o desperdício e a falta de<br />
critério; em nome <strong>do</strong> “25 de Abril” temos a responsabilidade de<br />
desenvolver políticas concretas que proporcionem o bem-estar<br />
e a qualidade de vida para que to<strong>do</strong>s possam responder melhor<br />
à crise económica que atravessamos”.<br />
Também o edil famalicense aludiu à conjuntura económica<br />
difícil <strong>do</strong> país ara afirmar que “os famalicenses podem contar<br />
com a determinação da Câmara Municipal e <strong>do</strong> seu presidente”<br />
para enfrentar as dificuldades. Frisou que o município tem<br />
segui<strong>do</strong> uma estratégia que “visa afirmar Famalicão como um<br />
<strong>do</strong>s concelhos mais solidários, mais competitivos e mais atractivos<br />
<strong>do</strong> país”, e sublinhou que o objectivo essencial da actuação<br />
da Câmara é o de promover o desenvolvimento sustentável<br />
<strong>do</strong> concelho e a coesão social. Armin<strong>do</strong> Costa apelou, todavia,<br />
ao espírito de iniciativa de cada um <strong>do</strong>s famalicenses<br />
para que dêem o seu contributo: “por mais que o município<br />
possa e deva fazer, a capacidade de iniciativa e a determinação<br />
<strong>do</strong>s famalicenses é fundamental para o nosso futuro colectivo.<br />
Com confiança e muita determinação renovamos as metas de<br />
sempre: fazer de Famalicão um concelho competitivo, desenvolvi<strong>do</strong>,<br />
sustentável e solidário”.<br />
Fin<strong>do</strong> o discurso <strong>do</strong> presidente da Câmara Municipal, usaram<br />
da palavra vários representantes de to<strong>do</strong>s os parti<strong>do</strong>s<br />
com assento na Assembleia Municipal.<br />
“VALORES DE ABRIL NA GAVETA”<br />
José Luís Araújo foi o primeiro<br />
interveniente da oposição,<br />
em representação <strong>do</strong> Bloco<br />
de Esquerda. Começou por<br />
questionar a aplicação <strong>do</strong>s valores<br />
da Revolução afirman<strong>do</strong><br />
que precisam de ser renova<strong>do</strong>s.<br />
Falou <strong>do</strong> descrédito generaliza<strong>do</strong><br />
das instituições, e numa<br />
análise <strong>do</strong> contexto concelhio<br />
disse mesmo que “os valores<br />
de Abril são muitas vezes<br />
De 28 de Abril a 4 de Maio de 2009<br />
Mais <strong>do</strong> que um “símbolo”,<br />
Nuno Melo fechou a sessão<br />
José Luís Araújo<br />
(CONTINUA NA PÁG. 13)