Santos Oliveira “liberta-se” do PS - O Povo Famalicense
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PF – E em termos de saneamento, como está a freguesia?<br />
AF – Em termos de saneamento ainda não temos nada.<br />
Nada não é o termo mais correcto. Existe já uma conduta principal,<br />
que vem sobre o rio Pego. Esta conduta-mãe começou<br />
no Louro, neste momento vai atravessar Mouquim e continua<br />
até Santiago da Cruz, permitin<strong>do</strong> a partir daí que se faça a rede<br />
de saneamento pelas freguesias.<br />
Sei que em termos de saneamento a freguesia de Mouquim<br />
vai ser uma das últimas a ter cobertura significativa, mas penso<br />
que mesmo assim lá para 2011, fins de 2011 inícios de 2012, o<br />
saneamento há-de estar concluí<strong>do</strong>.<br />
PF – Ou seja, a rede depende dessa conduta?<br />
AF – Depende sim, mas essa é uma obra que está a andar.<br />
Podemos até dizer que o saneamento já começou, porque<br />
essa ligação é fundamental para que o resto seja possível, e a<br />
seu tempo irão ser feitos os ramais que vão beneficiar directamente<br />
a população. Reconheço que esta obra é uma necessidade,<br />
mas estas coisas têm o seu tempo, e enten<strong>do</strong> que em<br />
pouco tempo haverá condições para que o saneamento esteja<br />
a funcionar.<br />
PF – Reconhece a necessidade <strong>do</strong> saneamento. A<br />
freguesia tem dificuldade em gerir a sua falta?<br />
AF – O saneamento é uma infra-estrutura que de facto faz<br />
muita falta, e em to<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>. Não posso dizer que tenhamos<br />
casos de alarmantes, de prejuízo <strong>do</strong> ambiente devi<strong>do</strong> à falta <strong>do</strong><br />
saneamento, mas as pessoas muitas vezes remedeiam da forma<br />
que podem. Temos um sítio ou outro em que há pequenas<br />
descargas pelas valetas, mas nós vamos actuan<strong>do</strong> discretamente,<br />
sem estar aqui a acusar ninguém. Até porque muitas<br />
vezes quem aponta o de<strong>do</strong> acaba por fazer o mesmo. Estamos<br />
num país democrático.<br />
PF – Que investimento considera ter si<strong>do</strong> mais importante<br />
para a freguesia ao longo destes anos?<br />
AF – A rede viária foi muito importante, mas enten<strong>do</strong> que o<br />
Parque Desportivo foi igualmente importante. Era um equipamento<br />
que fazia muita falta e continua a ser fundamental para<br />
a freguesia de Mouquim. Posso mesmo dizer que Mouquim<br />
deve ser a única freguesia <strong>do</strong> concelho que tem um equipa-<br />
mento deste tipo em que o terreno e tu<strong>do</strong> é da freguesia. Nós<br />
sabemos que muitas das vezes os terrenos são da Câmara, depois<br />
cedi<strong>do</strong>s em direito de superfície. Este é nosso, está escritura<strong>do</strong><br />
no nome da freguesia. O Parque Desportivo é inteiramente<br />
nosso. Aqui há uns 10/15 anos fizemos um direito de superfície<br />
a favor da Associação Desportiva Juventude de<br />
Mouquim, mas se essa associação vier a ter problemas no futuro<br />
que ponham em causa a sua continuidade, nomeadamente<br />
dívidas, o equipamento volta a reverter para a freguesia.<br />
Está garanti<strong>do</strong> que nunca sairá da posse desta freguesia.<br />
PF – Que balanço faz destes mandatos em que está à<br />
frente da Junta?<br />
AF – Para falar <strong>do</strong>s anos to<strong>do</strong>s em que estou na Junta,<br />
desde 1986, tenho que falar <strong>do</strong>s anos pobres que passei. Eu<br />
não preten<strong>do</strong> com isto magoar ninguém, não queria que os<br />
políticos que leiam isto amanhã<br />
fiquem senti<strong>do</strong>s, mas<br />
as verdades têm que se dizer.<br />
Eu em 16 anos, isto é um<br />
facto, posso dizer que fiz<br />
quatro ou cinco protocolos.<br />
Quatro ou cinco em 16 anos!<br />
Não fiz mais! Agora, ultimamente<br />
desde que este executivo<br />
camarário tomou posse,<br />
fiz bastantes protocolos.<br />
E posso justificar especificamente<br />
onde é que o dinheiro<br />
foi gasto. Fizemos o alarga-<br />
De 28 de Abril a 4 de Maio de 2009<br />
mento <strong>do</strong> cemitério, que era uma obra muito precisa mesmo.<br />
Para que se perceba como era urgente, devo dizer que tive que<br />
meter um cadáver no passeio, a dada altura. Durante anos andamos<br />
de volta <strong>do</strong>s proprietários <strong>do</strong> terreno, que não tinham<br />
grande vontade de vender. Andamos também de volta da<br />
Câmara, que à data também não fazia grande pressão, e a obra<br />
foi sen<strong>do</strong> adiada, adiada… A ponto de não termos onde meter<br />
as pessoas. Aliás o exemplo que dei mostra bem em que situação<br />
estava o cemitério.<br />
Entretanto esta Câmara ouviu o meu apelo, meteu os pés<br />
ao caminho e a obra fez-se. Está lá uma obra impecável.<br />
Fizemos alargamento da área <strong>do</strong> cemitério, metemos electricidade,<br />
colocamos escoamento de águas pluviais, metemos piso<br />
novo, em pedrinha, e pusemos aquilo como deve de ser. Esta<br />
foi uma daquelas obras que fizemos via protocolo com a<br />
Câmara, e na verdade o protocolo ainda nos permitiu fazer<br />
mais obra <strong>do</strong> que aquela que estava prevista.<br />
Mouquim foi a primeira freguesia <strong>do</strong> concelho que aproveitou<br />
este alargamento para fazer uma coluna de gavetões.<br />
Temos 21 destes gavetões, e outros tantos ossários, que nos<br />
permitem ter o problema <strong>do</strong> cemitério para mais de 50 anos.<br />
Nós somos uma freguesia que ainda não temos <strong>do</strong>is mil habitantes,<br />
70 por cento da população já tem o seu jazigo compra<strong>do</strong>,<br />
de forma que estes gavetões vão servir para pessoas que<br />
eventualmente venham de fora e que não tenham espaço<br />
adquiri<strong>do</strong>. Ainda não metemos lá ninguém, apesar de já estar<br />
feito há cerca de cinco anos. Agora é preciso também que as<br />
pessoas percebam que os gavetões não são uma solução pior<br />
<strong>do</strong> que aquela que tradicionalmente se usa.<br />
PF – Durante a governação<br />
socialista depreende-se<br />
que a freguesia de<br />
Mouquim foi negligenciada…<br />
AR – É verdade. Só desde<br />
2002 para cá temos feito<br />
muita obra. Para além <strong>do</strong><br />
cemitério foi nestes últimos<br />
anos que também se fez a<br />
pré-primária. A pré-primária,<br />
que na altura tinha já 25/27<br />
crianças, funcionava aqui<br />
neste edifício da Junta. Esteve<br />
aqui oito ou nove anos.<br />
Não se justificava! Porque<br />
os políticos têm que olhar<br />
mais para as freguesias, e<br />
deixar de la<strong>do</strong> a simpatia<br />
política.<br />
Eu sou força<strong>do</strong> a falar<br />
numa freguesia, e não vou<br />
dizer qual é, que fez uma escola<br />
pré-primária e não tinha<br />
crianças. A escola esteve<br />
fechada. Mouquim, desde<br />
1993/4 que pedia uma préprimária,<br />
porque víamos que<br />
(CONTINUA NA PÁG. 29)