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Ler Dissertação - CCS - Universidade Federal da Paraíba

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Outro aspecto de relevância observado durante o desenvolvimento dos trabalhos<br />

na Central de Transplante <strong>da</strong> <strong>Paraíba</strong> foi o fato de que, no atual contexto, mesmo em<br />

detrimento <strong>da</strong>s facili<strong>da</strong>des de uma medicina avança<strong>da</strong> e de uma conjuntura política volta<strong>da</strong><br />

para o cui<strong>da</strong>do à saúde do indivíduo, na perspectiva <strong>da</strong> integrali<strong>da</strong>de, os pacientes em lista de<br />

espera para transplante de órgãos ou tecidos, de modo geral, passam por dificul<strong>da</strong>des. Uma<br />

dessas dificul<strong>da</strong>des é o acesso à lista de espera por córnea.<br />

O procedimento para ingressar na fila para a obtenção de córnea é igual a todos os<br />

outros, ou seja, a inscrição tem que ser efetua<strong>da</strong> por médicos previamente autorizados pelo<br />

SNT para o procedimento. Acontece que, entre os critérios estabelecidos pelo setor para<br />

emitir a autorização, não está a obrigatorie<strong>da</strong>de de realizar a cirurgia pelo SUS. Portanto, o<br />

médico obtém essa autorização do SNT para sua equipe e para a clínica ou o hospital,<br />

inscreve seus pacientes, que recebem as córneas <strong>da</strong> CNCDO do Estado, gratuitamente,<br />

quando chega a sua vez no “ranking” de distribuição, entretanto, o financiamento do<br />

procedimento cirúrgico é decidido entre ele e o paciente, podendo ser pago por convênios de<br />

saúde, através de recursos do próprio paciente ou realizado com financiamento do SUS.<br />

Assim, a população mais carente, ou os que residem em locali<strong>da</strong>des onde não haja médicos<br />

transplantadores em serviços públicos, ficam, muitas vezes, fora <strong>da</strong>s listas e,<br />

conseqüentemente, excluídos <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de realizar um transplante de córnea.<br />

Há dificul<strong>da</strong>des também para efetuar os exames preparatórios, principalmente<br />

para o transplante de rins, cuja relação de exames é extensa, e a manutenção desse paciente<br />

em lista, de forma que possa concorrer ao rim de cadáver é trabalhosa, devido à necessi<strong>da</strong>de<br />

de realização de exames especiais (HLA e Cross Macth) para cruzamento genético, na busca<br />

de receptores mais compatíveis com o doador, e a manutenção de uma soroteca em<br />

laboratório, para realização <strong>da</strong> prova cruza<strong>da</strong>, sendo renovado o soro de três em três meses.<br />

Observa-se ain<strong>da</strong>, que alguns serviços de hemodiálise negligenciam a coleta<br />

periódica desse sangue, e o paciente deixa de concorrer ao órgão, pois o programa<br />

informatizado utilizado pelo SNT afasta, automaticamente, o paciente do “ranking”, se o soro<br />

estiver fora do período de vali<strong>da</strong>de. Outra dificul<strong>da</strong>de relaciona<strong>da</strong> aos exames preparatórios é<br />

que o gerenciamento dos serviços de atenção básica, responsáveis pelas consultas e pela<br />

marcação de exames complementares, fica sob a responsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s secretarias municipais<br />

de saúde que, nem sempre, têm infra-estrutura adequa<strong>da</strong> para proceder a esses exames dentro<br />

do próprio município, obrigando o usuário a se deslocar de uma ci<strong>da</strong>de para outra e a<br />

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