Ler Dissertação - CCS - Universidade Federal da Paraíba
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qual retirava o consentimento presumido e, em substituição ao artigo revogado, exibia a<br />
necessi<strong>da</strong>de do consentimento familiar. Essa Medi<strong>da</strong> Provisória foi então transforma<strong>da</strong> na Lei<br />
n° 10.211/2001, abolindo definitivamente a obrigatorie<strong>da</strong>de do uso nas carteiras de identi<strong>da</strong>de<br />
e de habilitação, <strong>da</strong> expressão: “não doador de órgãos” como forma de expressar o desejo do<br />
ci<strong>da</strong>dão a respeito <strong>da</strong> doação de órgãos e de tecidos. Consolidou-se, assim, a “Lei dos<br />
Transplantes no Brasil”, regulamentando “a doação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de para a socie<strong>da</strong>de”,<br />
obrigando o Estado Brasileiro a criar mecanismos para viabilizar o custeio desse<br />
procedimento de alta tecnologia para to<strong>da</strong> população.<br />
Apesar dos avanços no desenvolvimento dos transplantes no Brasil, as<br />
dificul<strong>da</strong>des relaciona<strong>da</strong>s à sua regulamentação, assistência e financiamento continuam<br />
presentes, lançando ver<strong>da</strong>deiros desafios no campo <strong>da</strong> saúde pública.<br />
2.4 Processos operacionais do transplante<br />
Segundo Cordeiro (2001), dentro de suas diretrizes, o SUS assegura a<br />
universali<strong>da</strong>de de cobertura e de atendimento, com uniformi<strong>da</strong>de e equivalência de benefícios<br />
às populações urbanas e rurais, incluindo tanto os meios curativos quanto os preventivos e as<br />
necessi<strong>da</strong>des individuais e coletivas. Em outras palavras, as necessi<strong>da</strong>des de saúde <strong>da</strong>s<br />
pessoas (ou de grupos) devem ser leva<strong>da</strong>s em consideração, mesmo que não sejam iguais às<br />
<strong>da</strong> maioria.<br />
Analisando a política de financiamento do SUS, com relação aos transplantes no<br />
Brasil, Garcia relacionava alguns questionamentos feitos pelo editorial do ABTO News, de<br />
junho de 1988, escrevendo:<br />
• Há realmente a disposição política do governo em investir e financiar<br />
tratamentos de alta complexi<strong>da</strong>de e custo elevado, como transplantes?<br />
• Qual o papel dos planos de saúde no ressarcimento <strong>da</strong>s despesas com<br />
transplante?<br />
• Como sensibilizar as autori<strong>da</strong>des competentes para a criação de um<br />
fundo específico para custeio dos transplantes?<br />
• Qual o aumento previsto na taxa anual de transplantes e qual a forma<br />
de obtê-lo e custeá-lo? (GARCIA, 2000 p. 121)<br />
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