Arcadismo - marcelo::frizon
Arcadismo - marcelo::frizon
Arcadismo - marcelo::frizon
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Observe-se, também, a contínua utilização da mitologia clássica.<br />
Esta mitologia, que era um acervo cultural concreto de Grécia, Roma e<br />
mesmo do Renascimento, agora se converte apenas num recurso<br />
poético de valor duvidoso. Mais outra convenção, tornada obrigatória<br />
pelo prestígio dos modelos antigos. A todo momento nos deparamos<br />
com deuses e deusas que não têm significado histórico, e tampouco<br />
artístico porque suas imagens já foram desgastadas pelo uso<br />
excessivo. Eventualmente sobra algum encanto na fantasia<br />
mitológica, como nestes versos de Marília de Dirceu:<br />
Pintam, Marília, os poetas<br />
a um menino vendado,<br />
com uma aljava de setas,<br />
arco empunhado na mão;<br />
ligeiras asas nos ombros,<br />
o terno corpo despido,<br />
e de Amor ou de Cupido<br />
são os nomes que lhe dão.