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Câmbio Real Efetivo - Fecomercio

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De um modo geral, o mundo urbano e financeiro desconhece o funcionamento dos segmentos<br />

que compõem o agronegócio. A idéia é formalizar e detalhar esse conhecimento, para melhor<br />

avaliar o risco das lavouras e dos produtores do setor.<br />

Seria importante apressar a instituição do resseguro para aumentar a capacidade de<br />

financiamento das próprias seguradoras que, assim, poderiam desenvolver ferramentas e<br />

matrizes de produção e avaliação, de forma a tornar mais preciso o risco em cada uma das<br />

atividades do setor. Os critérios de concessão de crédito também usariam essa ferramenta para<br />

uma análise mais acurada do setor. A criação de um ranking de zonas de produção agrícola<br />

aumentaria o potencial de pagamento do setor e sua capacidade de financiamento. Desta<br />

forma, boa parte do mercado financeiro e do mercado de capitais saberia mais a respeito do<br />

setor agrícola. Com essas ferramentas, a agricultura seria mais bem avaliada pelo setor público<br />

e privado. Isso contribuiria para a expansão da atividade no país.<br />

A importância de participação do setor privado na expansão do agronegócio tem origem no<br />

fato de que o setor tem grande potencial de crescimento e uma ampla fronteira agrícola que<br />

pode contribuir para aumentar a oferta de alimentos nos próximos dez ou vinte anos. Isso dá ao<br />

País uma significativa vantagem comparativa e que o poder público, sozinho, não tem recursos<br />

orçamentários para financiar o agronegócio na velocidade desejável. Portanto, o aumento na<br />

injeção de recursos do mercado para o negócio rural depende de maior conhecimento do<br />

risco dessa atividade. Nesse contexto, a matriz de risco de produção é relevante, enquanto<br />

formaliza as informações sobre o risco de cada segmento e, do ponto de vista dos produtores,<br />

os faz avançar em direção a uma estrutura empresarial. Esse ambiente de maior tecnificação<br />

dos instrumentos financeiros do agronegócio já fez surgir títulos como CPRs e Agrinotes, que<br />

poderão contribuir para ampliar os recursos disponíveis para financiamento. Se há limites na<br />

oferta de recursos, o setor privado tem liquidez para expandir ou financiar, é importante utilizar<br />

ferramentas CPRs e Agrinotes para expandir esse financiamento.<br />

Outra peça dessa plataforma é reduzir o custo dos insumos que subiram muito e espremeram<br />

a rentabilidade dos produtores. O ideal seria desonerar os tributos incidentes sobre a produção<br />

e o transporte de produtos agropecuários. O benefício reduziria o preço do frete, dos insumos<br />

(fertilizantes e defensivos) que chegam às áreas produtivas, e melhoraria a rentabilidade do<br />

produtor rural. Esse quadro mostra a importância dos tributos federais e outros na formação do<br />

preço do diesel. Portanto, um quarto elemento fundamental na composição dessa plataforma<br />

é o aumento da capacidade de escoamento da produção, que não dispõe de uma malha viária<br />

adequada. A Cide arrecadou R$ 8 bilhões, mas só foram investidos R$ 2 bilhões ao ano. A Índia<br />

investe US$ 4,5 bilhões ao ano. Esse papel poderá ser desenvolvido pelos empresários rurais,<br />

os mais interessados em escoar a produção, que podem se transformar em empreendedores e<br />

agentes mais modernos, elaborando projetos a partir de recursos da Cide que seriam liberados<br />

dando como contrapartida as safras futuras.<br />

Finalmente, um maior poder de comercialização global do agronegócio. Esse conceito é<br />

mais complexo. Produzir alimentos com mais investimentos, pesquisa e fiscalização sugere<br />

maior participação da sociedade civil nas decisões relativas, por exemplo, a gastos relacionados<br />

a investimentos, pesquisas e fiscalização da defesa sanitária. Esse envolvimento da sociedade<br />

Cadernos <strong>Fecomercio</strong> de Economia - Número 14 - Julho de 2006

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