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MANUAL DE - Care

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O modo como as agências<br />

intervêm nas emergências pode<br />

afectar adversamente os refugiados,<br />

criando incentivos negativos<br />

relativamente à auto ajuda e<br />

dificultando ajustamentos sociais e<br />

políticos apropriados. A assistência<br />

à emergência precisa de aprender<br />

as lições aprendidas pelas teorias e<br />

práticas dos projectos de<br />

desenvolvimento que dão ênfase à<br />

necessidade de facilitar acções de<br />

cooperação, participação nas<br />

tomadas de decisão e reforma<br />

política. A provisão de ajuda deve<br />

dar apoio às pessoas para que estas<br />

possam lidar com a mudança, e<br />

sempre que apropriado promover<br />

mudanças positivas.<br />

A assistência a situações de<br />

emergência pode levar a distorções<br />

dos mercados locais e criar um certo<br />

nível de dependência nas pessoas<br />

que deve supostamente ajudar.<br />

Esta mesma assistência pode ser<br />

usada pelos partidos dum dado<br />

conflito para alimentar os seus<br />

próprios soldados ou partidários,<br />

prolongando ou intensificando ainda<br />

mais a situação de guerra.<br />

Crisp, J., RedR, 1997<br />

Participação<br />

O termo “participação” está aberto a<br />

muitas interpretações, e o seu<br />

significado é frequentemente<br />

obscuro. A chave está em analisar<br />

os interesses representados no<br />

sentido mais lacto do termo<br />

“participação”. Diferentes pessoas<br />

entendem as vantagens da<br />

participação de modos diferentes.<br />

Por exemplo, uma forma nominal de<br />

envolvimento é o de pôr refugiados a<br />

cavar trincheiras para um sistema de<br />

drenagem como contribuição para<br />

um sistema de abastecimento de<br />

água. No entanto, o entusiasmo das<br />

pessoas depende, de elas terem ou<br />

não interesse genuíno num dado<br />

projecto, mais do que o de quererem<br />

apenas fazer parte da construção<br />

dum projecto. A forma<br />

representativa de participação pode<br />

encorajar os refugiados a expressar<br />

os seus pontos de vista<br />

relativamente a como certas<br />

intervenções devem ser levadas a<br />

cabo e quais os seus papéis em tais<br />

intervenções. Dar maior importância<br />

a uma forma representativa de<br />

participação, confere às pessoas<br />

(incluindo as dos grupos<br />

marginalizados) o poder de decidir<br />

quanto às suas próprias prioridades<br />

e de como as agências as podem<br />

ajudar a tomar acção. Se a<br />

participação se refere apenas, a que<br />

os sem voz passam a ter voz, então,<br />

certas relações de poder dentro da<br />

sociedade começam a ser postas<br />

em causa e por certo se desenvolve<br />

conflito. A participação pode então<br />

tornar-se num foco conflituoso.<br />

Um artigo de discussão do<br />

Banco Mundial (1993), referente a<br />

participação, formulou uma<br />

classificação de participação desde<br />

o fornecimento de informação ao<br />

controle e tomada de decisão. O<br />

artigo dá ênfase ao facto de que não<br />

há um nível de participação correcto<br />

e que o nível óptimo depende das<br />

várias circunstâncias. Enquanto isto<br />

pode prejudicar a natureza radical e<br />

política da participação, parece ter<br />

uma visão mais clara do que a que<br />

os trabalhadores de assistência e de<br />

desenvolvimento se debatem.<br />

Há uma tendência para<br />

assumir que é sempre bom para as<br />

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