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Fernando Pessoa - Antologia - Rotary Club Coimbra

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Só assim, ó noite, e eu nunca poderei ser assim!<br />

.................<br />

Multipliquei-me, para me sentir,<br />

Para me sentir, precisei sentir tudo,<br />

Transbordei, não fiz senão extravasar-me,<br />

Despi-me, entreguei-me,<br />

E há em cada canto da minha alma urn altar a um deus<br />

35<br />

[diferente.<br />

Que pensava <strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong> acerca duma obra<br />

sua escrita por diversos poetas? Como conseguia em<br />

nome deles escrever poesia de características tão<br />

diferentes? Seria possível haver sinceridade numa obra<br />

assim? Ele e que vai responder:<br />

Regresso a mim. Alguns anos andei viajando a colher<br />

maneiras de sentir. Agora, tendo visto tudo e sentido,<br />

tenho o dever de me fechar em casa no meu espírito e<br />

trabalhar, quanto possa e em tudo quanto possa, para o<br />

progresso da civilização e o alargamento da consciência<br />

da humanidade. ....<br />

Mantenho, é claro, o meu propósito de lançar<br />

pseudonimamente a obra Caeiro-Reis-Campos. Isto é<br />

toda uma literatura que eu vivi, que é sincera, porque é<br />

sentida, e que constitui uma corrente com influência<br />

possível, benefica incontestavalmente, nas almas dos

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