Obra Completa - Universidade de Coimbra
Obra Completa - Universidade de Coimbra
Obra Completa - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Ifireetaf è proprietmrto<br />
D?. Teixeira <strong>de</strong> Carvalho<br />
Iciarao e aèiiiniv.rarao—ARCO DO BISPO, 3<br />
Assignaturas —Anno, 2#>400 réis; semestre,<br />
í #200 réis; trimestre, 600 réis. Brazil"e<br />
Africa, anno. 3$6oo réis; semestre, 1 $800<br />
réis. Ilhas adjacentes, anno, 3g>ooo réis; semestre<br />
iJf>5oo réis.<br />
Annuncios — Cada linha, 3o réis; repetição,<br />
»o réis.<br />
CompoRiçío e impremã»<br />
Officina typographica M. Reis Gomes — COIMBRA<br />
Órgão do Partido Republicano <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
N.° 1:3 COIMBRA — Sexta-feira, 19 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1909 15.° A N N O<br />
A comedia politica<br />
Num paiz normal, os factos que<br />
ultimamente se teem dado, no nosso,<br />
seriam bastantes para trazer alarmada<br />
toda a população, para fazer<br />
objecto dos mais sensacionaes telegrammas<br />
das agencias <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />
Em Portugal, os factos, apparentemente<br />
tão extraordinários, passam<br />
sem commentario, sem cóleras nem<br />
enthusiasmos e são apenas matéria<br />
para conversas <strong>de</strong> ociosos á falta <strong>de</strong><br />
escândalo mais proximo.<br />
A opinião publica dá aos factos a<br />
Sua verda<strong>de</strong>ira significação, e não<br />
mostra estranheza quando elles são a<br />
consequência lógica da marcha do<br />
vexatorio regimen em que vivemos.<br />
Um <strong>de</strong>putado, 9 sr. Caeiro da<br />
Matta, levantou-se, como o heroe do<br />
poeta, irado e não facundo, e chamou<br />
ao sr. Esnregueira, ao governo<br />
e ás opposições monarchicas, os peores<br />
dos nomes, numa linguagem que,<br />
forçoso é dize-lo, não é bem a do<br />
parlamento portuguez.<br />
A camara indignou-se, barafustou.<br />
Os srs. <strong>de</strong>putados, como donzellas<br />
hystericas, esganiçaram-se em<br />
gritos e partiram as carteiras, aos<br />
murros, como meninos com perrice,<br />
naquella praxe constitucional <strong>de</strong> opposição,<br />
que é tudo o que ha <strong>de</strong> mais<br />
ridículo nos nossos costumes parlamentares.<br />
Interrompeu-se a sessão, abriuse,<br />
tornou a interromper-se, e os <strong>de</strong>putados<br />
sahiram, na indifferença publica,<br />
com um viva á liga monarchica,<br />
com que um homem <strong>de</strong> espirito<br />
qualificou a sincerida<strong>de</strong> d'aquelle<br />
movimento todo.<br />
A opinião publica ficou porém<br />
extranha a todo este movimento,<br />
que não encontrou echo nella; porque<br />
<strong>de</strong>mais sabe o povo o que significam<br />
entre monarchicos estes<br />
gestos heroicos <strong>de</strong> protesto.<br />
O povo viu que, em pleno parlamento,<br />
um <strong>de</strong>putado <strong>de</strong>srespeitava<br />
o governo e a camara; porque a linguagem<br />
dos tribunaes não é a linguagem<br />
dos parlamentos, e que esta<br />
se limitava a um chimfrim <strong>de</strong>scònsolador,<br />
quando os <strong>de</strong>putados republicanos<br />
haviam sido expulsos do parlamento<br />
por palavras <strong>de</strong> justiça que<br />
na própria camara tinham encontrado<br />
echo.<br />
E o povo pensa que é singular a<br />
dignida<strong>de</strong> daquelles homens, que <strong>de</strong>vem<br />
representar a nação, e que só se<br />
indignam íalsamente, quando vêem<br />
<strong>de</strong>srespeitado o throno que não é<br />
mais do que uma ficção.<br />
Para a nação, o gesto, a linguagem<br />
do sr. Caeiro da Matta, fallando<br />
em nome <strong>de</strong> um partido, com palavras<br />
a que parecia andar nos jornaes<br />
do sr. Julio Vilhena o reclame<br />
prévio, valia tanto como os artigos<br />
do Diário Popular que ella não lê.<br />
O sr. Caeiro da Matta tem o rotulo<br />
vilhenista, e portanto os processos<br />
da casa: a aspiração <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrubar<br />
governos, cóm tempesta<strong>de</strong>s rethorícas,<br />
muito annunciadas.<br />
Os vilhenistas tinham annunciado<br />
tempesta<strong>de</strong>s; esperavam-se, e o<br />
publico não se admirou <strong>de</strong> ver uma<br />
voisa assim.<br />
A linguagem vilhenista é assim:<br />
os gran<strong>de</strong>s gestos, as cóleras inflammadas,<br />
no parlamento; a brandura,<br />
a sobs.erviencia, quando se começa a<br />
subir a escada do palacio das Necessida<strong>de</strong>s.<br />
O sr. dr. Caieiro da Matta era a<br />
phase dos gran<strong>de</strong>s gestos.<br />
O inci<strong>de</strong>nte vilhenista passou,<br />
por isso, sem effeito, mesmo na imprensa,<br />
<strong>de</strong> mais dè dois dias.<br />
Os odios das opposições monarchicas<br />
<strong>de</strong>pressam abrandam, as suas<br />
indignações só teem sincerida<strong>de</strong> quando<br />
contra o partido republicano; porque<br />
então <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m aquillo que unicamente<br />
os prcoccupa: o interesse,<br />
o logar á mesa do orçamento, ou a<br />
exploração politica <strong>de</strong> um povo, em<br />
nome <strong>de</strong> um regimen justamente<br />
<strong>de</strong>sprezado, sem raizes na consciência<br />
nacional e que proclamam sem<br />
sincerida<strong>de</strong>.<br />
Então veem os gestos nobres, a<br />
dignida<strong>de</strong> da camara, a expulsão pela<br />
força armada. . .<br />
Não queremos porém com isto<br />
dizer que applaudiriamos a expulsão<br />
do sr. Caeiro da Matta. Já não<br />
applaudimos lambem a dos <strong>de</strong>putados<br />
republicanos, e não temos dois<br />
modos <strong>de</strong> pensar.<br />
O que queremos fazer notar é<br />
apenas a incoherencia da camara, a<br />
diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processos da maioria<br />
quando se trata <strong>de</strong> monarchicos "ou<br />
republicanos.<br />
Po<strong>de</strong>m porém dizer-nos que os<br />
factos a que nos referimos, que o <strong>de</strong>sacato<br />
feito aos republicanos é da responsabilida<strong>de</strong><br />
do sr. João Franco...<br />
E'I. ..<br />
E' porém certo também que na<br />
marcha d'este governo ainda ninguém<br />
encontrou nem na superiorida<strong>de</strong> da<br />
orientação, nem nos processos políticos,<br />
nada que não conheça muito<br />
bem d'esse tão <strong>de</strong>sprezado franquismo!<br />
Serração da Telha<br />
Agora chama-se pelo figurino a<br />
mi-carâme, e continua a ser a mesma<br />
semsaborona serração da velha<br />
antiga, a revivescencia <strong>de</strong> um dia<br />
<strong>de</strong> entrudo, a cortar a monotonia da<br />
quaresma.<br />
Soffre porém da mesma doença<br />
do entrudo nacional e já não lembra<br />
a alegria do tempo antigo.<br />
Em <strong>Coimbra</strong>, passaria sem ninguém<br />
dar por ella. se não fosse a<br />
a soirée do Grémio Litterario Recreativo,<br />
e a recita do <strong>Coimbra</strong> Centro<br />
<strong>de</strong> ontem, que correram muito<br />
animadas, dançando-se até madrugada.<br />
Hoje, penitencia.<br />
E' dia santo, o Senhor dos Passos<br />
<strong>de</strong>ve ter muita gente.<br />
I.á iremos.<br />
E' quaresma 1 Toca a mortificar<br />
o corpo...<br />
A camara resolveu representar<br />
contra a extincçâo da <strong>de</strong>legação da<br />
fiscalisação dos productos agrícolas<br />
i era <strong>Coimbra</strong>, sendo o sr. dr. Silvio<br />
Pellico encarregado <strong>de</strong> fazer a representação<br />
que hoje mesmo <strong>de</strong>ve<br />
seguir para Lisboa.<br />
A fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar o logar <strong>de</strong><br />
guarda das aulas da Escola Nacional<br />
<strong>de</strong> Agricultura, nesta cida<strong>de</strong>, foi contractado<br />
o sr. Antonio Men<strong>de</strong>s Vi<strong>de</strong>ira.<br />
Antonio da Silva<br />
Falleceu no Porto este illustre professor<br />
da Aca<strong>de</strong>mia Polytechnica e<br />
um dos mais respeitados vultos do<br />
partido republicano.<br />
Quer como professor, quer como<br />
<strong>de</strong>mocrata, Antonio Silva tinha na<br />
socieda<strong>de</strong> portugueza um logar inve-<br />
jável.<br />
Os seus artigos n'A Vos Publica<br />
são notáveis, não só pela linguagem<br />
por vezes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> violência, mas<br />
sempre a revellar sincerida<strong>de</strong> e nobreza<br />
<strong>de</strong> convicções, como pelaintel-ligencia<br />
culta que indicam, sempre<br />
ao par dos mais mo<strong>de</strong>rnos problemas.<br />
Foi um luctador tenaz, persistente,<br />
levantando sempre alto o pendão<br />
do seu partido, dizendo sinceramente,<br />
cruamente as coisas, mas assumindo<br />
<strong>de</strong>lias toda a responsabilida<strong>de</strong><br />
no momento preciso, m<br />
Foi por isso muito perseguido e<br />
chamado perante os tribunaes, tirando-se<br />
sempre com honra, sahindo<br />
maipr <strong>de</strong> cada ataque dos seus adversários.<br />
Ao seu espirito mo<strong>de</strong>rno e innovador<br />
se <strong>de</strong>vem no Porto e por<br />
muitas terras, construcções que vêm<br />
ás vezes surprehen<strong>de</strong>r-nos com uma<br />
nota <strong>de</strong> progresso, on<strong>de</strong> menos se<br />
esperava encontrar.<br />
Assim se encontram em Estarreja,<br />
Oliveira ce Azemeis, etc., edifícios<br />
com toda a elegância e conforto<br />
ma<strong>de</strong>rnos.<br />
No trato particular, era um homem<br />
affavel e simples, gostando <strong>de</strong><br />
que lhe fallaí«sem na áiia obra, mas<br />
esquivando-se sempre aos elogios<br />
que ella merecia.<br />
Era simples, trabalhador e bom,<br />
foi um chefe <strong>de</strong> familia exemplar,<br />
um soldado firme do partido republicano<br />
que serviu <strong>de</strong>votadamente,<br />
com todo o ardor, com toda a força<br />
da sua intelligencia e do seu caracter.<br />
A' familia querida e enluctada, e<br />
aos nossos collegas da Vos Publica<br />
com quem trabalhou sempre em<br />
tam leal camaradagem, no mesmo<br />
espirito levantado <strong>de</strong> revolta que é o<br />
daquelle <strong>de</strong>nodado jornal, apresentamos<br />
os nossos mais sentidos pezames.<br />
Dr. Alves da Veiga<br />
Está <strong>de</strong> lucto pelo fallecimento <strong>de</strong><br />
sua esposa que viera ao Porto <strong>de</strong> visita<br />
a uma sua filha este nosso correligionário,<br />
a alma da revolução <strong>de</strong><br />
janeiro,<br />
Sentidos pezames.<br />
Carnes<br />
A commissão nomeada pela camara<br />
para examinar se era ou não<br />
justificado o augmento dos preços <strong>de</strong><br />
venda <strong>de</strong> carnes ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> YâSòa e<br />
vitella, no mercado D. Pedro V, pelos<br />
arrematantes das barracas, que<br />
atlegam para esse augmento o preço<br />
porque no corrente anno arreniaiaram<br />
as ditas barracas, apresentou<br />
ontem em sessão da camara o respectivo<br />
reiatorio.<br />
CômêÇâ por um quadro estatístico<br />
abrangendo os annos <strong>de</strong> 1906,<br />
1907 e 1908, com os preços médios<br />
do mercado geral, os preços da venda<br />
ao publico em <strong>Coimbra</strong>, as quantida<strong>de</strong>s<br />
vendidas, importancia das<br />
vendas, perdas, lucros, preço das<br />
barracas, total <strong>de</strong> perdas e total <strong>de</strong><br />
lucros e conclue:<br />
Por elle se vê que os preços <strong>de</strong><br />
compra baixaram, em 1906 para 1907,<br />
<strong>de</strong> 276 réis para 269, ou sejam 7 réis<br />
em kilo; os preços <strong>de</strong> venda subiram<br />
20 réis em kilo nas carnes com osso<br />
e 40 réis na carne sem osso, ou sejam<br />
25 réis em media; e <strong>de</strong> 1907<br />
para 1908 os preços <strong>de</strong> compra baixaram<br />
ainda 12 réis em kilo, e os<br />
preços <strong>de</strong> venda subiram mais 15 réis.<br />
Actualmente estão os arrematantes<br />
ven<strong>de</strong>ndo a carne a 330 réis<br />
em kilo; isto é subiram 25 réis do<br />
preço <strong>de</strong> 1908. ou sejam 40 réis do<br />
preço <strong>de</strong> 1907 e 65 réis do <strong>de</strong> 1906.<br />
Estes augmentos, calculando que<br />
vendam 411.000 kilos, média dos últimos<br />
trez artnos, dar-lhes-hão mais<br />
do que no anno passado 10 275.000<br />
réis; mais do que em 1907. 16.440:000<br />
réis; mais do que em 1906, 26.615:000<br />
'rjgfLfie.íie eup eèiltvla sob a èBxsqg&b<br />
E' <strong>de</strong> notar que os preços <strong>de</strong> compra<br />
são sempre mais elevados no 1.°<br />
trimestre do anno e que a média do<br />
1.° trimestre <strong>de</strong> 1906 dá 282 reis por<br />
kilo e a do trimestre corrente dá 283<br />
reis; còrisèguintemente os preços <strong>de</strong><br />
compra dos gados neste anno são<br />
aproximadamente eguaes aos dè 1906.<br />
Naquélle ânno, incluindo os 16<br />
contos das barracas, per<strong>de</strong>ram os<br />
arrematantes 20 contos ; no corrente<br />
anno, <strong>de</strong>scontando 2.400.800 réis<br />
que dão pelas barracas querem ganhar<br />
24 contos ou sejam 3 contos em<br />
cada barraca. . . aJaoai*-.*<br />
E é por pagarem 300.COO réis por<br />
cada barraca que elles enten<strong>de</strong>m elen<br />
var os preços por forma a ren<strong>de</strong>r-<br />
Ihes cada barraca 3 conto» <strong>de</strong> réis I<br />
Observem porém v. ex. as que chegamos<br />
a estas conclusões, tomando<br />
por base os preços da compra do<br />
mercado geral; pois certamente os<br />
ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> carnes nas barracas<br />
do novo mercado adquirem os bois<br />
por preços mais baixos, como nos<br />
leva a crer o facto <strong>de</strong> conservarem<br />
os mesmos preços <strong>de</strong> venda durante<br />
todo o anno <strong>de</strong> 1906, o qué não po<strong>de</strong>mos<br />
attribui.r exclusivamente a rivalida<strong>de</strong>s<br />
entre elles.<br />
E bastam-nos estes cálculos relativos<br />
á carne <strong>de</strong> vaccá. A vitella, se<br />
não lhes dá lucros tão gran<strong>de</strong>s, bastantes<br />
lhe proporciona, pois ven<strong>de</strong>m<br />
cerca <strong>de</strong> 32.000 kilos por anno..<br />
De tudo isto conclue-se:<br />
1.° Que, se em 1907 e 1908 augmentaram<br />
os preços <strong>de</strong> venda das<br />
carnes, quando os preços <strong>de</strong> compra<br />
baixaram, esse facto po<strong>de</strong> ser attribuido<br />
ao <strong>de</strong>sejo legitimo <strong>de</strong> recuperarem<br />
o perdido;<br />
2.° Que, se em 1906 per<strong>de</strong>ram 20<br />
contos, em 1907 e 1908 ganharam 26;<br />
3.° Que nada ha que justifique o<br />
augmento do corrente anno, a não<br />
ser a combinação entre todos os arrematantes<br />
das barracas para explorar<br />
abusivamente o piib ÍOO ; porque<br />
os preços da anno passado já lhes<br />
garantiam o lucro <strong>de</strong> ebrea <strong>de</strong> 10 contos,<br />
ou sejam 1.200:000 réis por cada<br />
barraca.<br />
Este parecer vem assignado pelo<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte sr. dr. Silvio Pellico<br />
e vereadores srs. dr. Joaquim Pereira<br />
Gil <strong>de</strong> Mattos e João Antonio d» Cunha,<br />
Arbitros-avindores<br />
Sob a presi<strong>de</strong>ncia do sr. dr. Antonio<br />
Thomé reuniu ontem o tribunal<br />
<strong>de</strong> arbitros-avindord que julgou das<br />
seguintes reclamações:<br />
De Thomaz Barbosa, contra Antonio<br />
Pereira, d'esta cida<strong>de</strong>. Conciliação,<br />
pagando o dinheiro pedido em<br />
trez prestações.<br />
Mariano Simões, contra Antonio<br />
Mauricio, ambos também d'esta cida<strong>de</strong>.<br />
Resolvido ven<strong>de</strong>r o objecto sobre<br />
que havia o pedido, ficando, <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> ser o reclamado reembolsado<br />
da quantia que a<strong>de</strong>antou, o reclaman -<br />
te com o resto do dinheiro.<br />
Antonio Baptista, contra Antonio<br />
Francisco Nabo, ambos <strong>de</strong> Blasfemes.<br />
Improce<strong>de</strong>nte.<br />
A próxima sessão para julgamento<br />
<strong>de</strong> novas causas e d'outras que foram<br />
addiadas para serem ouvidas<br />
testemunhas, terá logar no dia 1 <strong>de</strong><br />
abril proximo.<br />
Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Propaganda<br />
e Deíeza dc <strong>Coimbra</strong><br />
(Projecto dos estatutos)<br />
CAPITULO I<br />
Denominação, sé<strong>de</strong> e fins da socieda<strong>de</strong><br />
» «1198 80 O&Ojgtiifg^ I.o<br />
Com a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Socieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Defêsa e Propaganda <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> é instituída nesta cida<strong>de</strong><br />
uma associação, cujo fim é fomentar<br />
o progresso moral, social e material<br />
da cida<strong>de</strong> e seu concelho, o que proprocurará<br />
realisar:<br />
a) Estimulando o espirito <strong>de</strong> so*<br />
lidarieda<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve existir entre<br />
todos os cidadãos;<br />
b) Vig ando e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a cida<strong>de</strong><br />
contra tudo que a possa prejudicar<br />
nos seus justos interesses e<br />
regalias;<br />
c) Cooperando com a Camara Municipal<br />
e outros corpos e corporações<br />
administrativas em tudo o que<br />
seja consentâneo còm os fins da socieda<strong>de</strong>;<br />
d) Interessando-se junto dos po<strong>de</strong>res<br />
públicos por tudo. o que represente<br />
melhoramento para a cida<strong>de</strong><br />
e que d'eHes dèpeiida;<br />
e) Acompanhando os estabelecimentos<br />
scientificos em todas as reclamações<br />
que façam para o aperfeiçoamento<br />
do ensino;<br />
f) Interessando-se pelas instituições<br />
<strong>de</strong> beneficência, protecção a<br />
creanças e inválidos, instrucção popular<br />
e especial, assistência, etc.;<br />
g) Estudando a creação <strong>de</strong> novos<br />
bairros, principalmente <strong>de</strong> habitações<br />
baratas para operários, a reforma<br />
dos antigos, e a orientação da<br />
expansão da cida<strong>de</strong>;<br />
h) Dedicando a maior attenção<br />
e auxilio a tudo o que possa melhorar<br />
as condições <strong>de</strong> salubrida<strong>de</strong> e<br />
hygiene da cida<strong>de</strong>;<br />
i) Prestando judiciosos cuidados<br />
<strong>de</strong> conservação e restauração aos<br />
seus monumentos e curiosida<strong>de</strong>s<br />
históricas;<br />
j) Protegendo as bellezas naturaes<br />
da paisagem contra tudo o que<br />
as possa <strong>de</strong>sfear ou <strong>de</strong>scaracterizar;<br />
k) Popularísando Q gosto pelas<br />
construcções <strong>de</strong> caracter artistico;<br />
l) Tornando conhecidas as suas<br />
industrias artísticas e as industrias<br />
populares do concelho por meio <strong>de</strong><br />
exposições, concursos, mostruários,<br />
publicações a<strong>de</strong>quadas, etc., e protegendo<br />
a creação <strong>de</strong> novas industrias;<br />
•n) Procurando chamar parâ,<br />
Çoimhra o movimento <strong>de</strong> nacionaes<br />
e estrangeirõs, para o que convirá:<br />
— fazer larga propaganda das<br />
bellezas da sua paisagem, importância<br />
dos seus estabelecimentos<br />
scientificos e valor dos èeus monumentos<br />
e museus;<br />
— tornar bem conhecidas as suas<br />
circunstancia excepcionalmente vantajosas<br />
para os estudos secundários,<br />
superiores e especiaes;<br />
— pôr em evi<strong>de</strong>ncia a sua situação,<br />
o encanto dos passeios pelos<br />
seus arrabal<strong>de</strong>s, as suas condições<br />
<strong>de</strong> salubrida<strong>de</strong> e amenida<strong>de</strong> do clima<br />
para estação <strong>de</strong> repouso;<br />
— fomentar a creação <strong>de</strong> novos<br />
hotéis, que satisfaçam ás condições<br />
das exigencias mo<strong>de</strong>rnas;<br />
— organisar exposições, concursos,<br />
diversões, etc.<br />
n) Fazendo, emfim, apello a todas<br />
as energias e influencias que<br />
possam contribuir com o seu esforço<br />
para o melhoramento das singulares<br />
condições naturaes da cida<strong>de</strong>.<br />
§ único. A socieda<strong>de</strong> não pô<strong>de</strong><br />
intêrvir nem fazer-se representar<br />
ou tomar parte em manifestações ou<br />
<strong>de</strong>monstrações politicas ou religiosas,<br />
ou a que se possa attribuir t^