outubro - APAFERJ
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4 JORNAL DA <strong>APAFERJ</strong><br />
OUTUBRO 2006<br />
José<br />
Salvador<br />
Iorio*<br />
O maior ecossistema do<br />
planeta está ameaçado, e<br />
possivelmente, iremos<br />
assistir, ainda em nossa<br />
geração, às conseqüências<br />
dessa interferência. A<br />
ambição pelas suas riquezas é<br />
crescente, principalmente à<br />
medida que elas se tornam<br />
mais conhecidas e pela<br />
facilidade que encontram para<br />
explorá-las. A exemplo, as<br />
madeiras retiradas e<br />
exportadas, sendo, em<br />
algumas ocasiões apreendidas<br />
pelo IBAMA, conforme<br />
comentado na imprensa, por<br />
vezes, e milhares de metros, e,<br />
não raro, de madeiras nobres,<br />
muitas ameaçadas de<br />
extinção, retiradas<br />
ilegalmente. Essas<br />
derrubadas, que a cada dia se<br />
tornam maiores, deixam<br />
imensas regiões<br />
desprotegidas da sua nativa<br />
cobertura vegetal. Somemos a<br />
isso as queimadas, causando<br />
danos ainda mais graves e<br />
irreversíveis ao meio<br />
ambiente. Também<br />
presenciamos o contrabando<br />
de animais silvestres, aves,<br />
felinos, e outros, pondo em<br />
risco de extinção as espécies<br />
já sumamente ameaçadas.<br />
Outras formas de agressão e<br />
exploração são detectadas,<br />
que se somam e concorrem<br />
para uma degradação cada vez<br />
maior. Florestas que já<br />
existiram em outros<br />
continentes e face a<br />
procedimento idênticos, como<br />
hoje ocorre na Amazônia,<br />
desapareceram. O fenômeno<br />
estufa, a destruição de<br />
camadas de ozônio, que atuam<br />
como camada protetora, levanos<br />
a dizer que o homem está<br />
Região amazônica - terra abandonada<br />
gradativamente decretando sua<br />
própria destruição.<br />
É sabido que os danos<br />
causados, diariamente, ao meio<br />
ambiente, vêm propiciando as<br />
sistemáticas alterações<br />
climáticas, conforme declarações<br />
de ambientalistas e estudos<br />
feitos, à medida que ocorrem tais<br />
alterações, a exemplo: o efeito<br />
estufa; o superaquecimento,<br />
furacões, ciclones, tornados,<br />
inundações etc., fenômenos esses<br />
que vêm se apresentando em<br />
áreas onde até então não se tinha<br />
notícia de tais eventos.<br />
Recentemente, jornais<br />
comentaram que na Inglaterra<br />
detectaram um tipo de infecção<br />
totalmente desconhecida,<br />
chegando-se à conclusão de que<br />
era decorrente dessa alteração<br />
climática e ambiental. É sabido,<br />
também, que certos tipos de<br />
doenças, próprias das florestas,<br />
vêm alcançando o homem, face<br />
estarmos avançando cada vez<br />
mais nas áreas anteriormente<br />
ocupadas pela floresta, cuja<br />
limitação provoca desequilíbrio<br />
nesses ecossistemas. Não raro,<br />
chegam notícias que, em cidades,<br />
constatam a presença de animais<br />
silvestres, levando a sua<br />
apreensão para os levar de<br />
retorno ao seu habitat.<br />
Anteriormente, tais eventos<br />
não ocorriam, visto os animais<br />
satisfazerem suas necessidades<br />
onde se encontravam. Não<br />
achando a comida, face ao<br />
homem gradativamente destruir<br />
seu ambiente natural, os leva a<br />
entrarem nas áreas urbanizadas<br />
em busca dos alimentos que lhes<br />
faltam, isto ocasionado por essa<br />
invasão e pela redução de seu<br />
espaço vital. Estranhamente, o<br />
homem, mesmo sabendo que sua<br />
intervenção no meio ambiente<br />
está causando tais malefícios, não<br />
segue as recomendações feitas<br />
como por exemplo, na ECO 92 e<br />
de outras reuniões de nível<br />
internacional com os mesmos<br />
objetivos e recomendações que se<br />
sucederam. Pouca ou nenhuma<br />
mudança para preservar o meio<br />
ambiente foi tomada ou seguida.<br />
Assim essas ações continuam<br />
provocando as conseqüências<br />
danosas que tanto se tem<br />
combatido. A verdade é que, vez<br />
por outra, a natureza reage de<br />
forma violenta. Lembremos das<br />
erupções vulcânicas, os<br />
terremotos, tremores de terra,<br />
maremotos, além de outros<br />
fenômenos climáticos, como<br />
desejando alertar dos malefícios<br />
que são cometidos contra a<br />
natureza. Com tudo isso, o<br />
homem continua na sua ação<br />
predatória, provocando cada vez<br />
mais danos e destruição.<br />
É oportuno lembrar, conforme<br />
afirmam estudiosos<br />
ambientalistas, que a Região<br />
Amazônica possui um solo não<br />
muito fértil, face às condições de<br />
tropicalidade, onde o índice<br />
pluviométrico é intenso,<br />
ocasionando, assim, a retirada de<br />
humus e de parte da fertilidade<br />
do solo, processando-se um<br />
sistemático enfraquecimento<br />
que se acelerará, se retirarmos<br />
sua cobertura vegetal.<br />
Assim, o homem, vem<br />
provocando, sistematicamente,<br />
desequilíbrio no planeta. Para se<br />
ter uma idéia, DOIS BILHÕES<br />
E 600 MILHÕES DE SERES<br />
HUMANOS, sentem a falta de<br />
água potável. A história, por<br />
vezes, tem mostrado que as<br />
guerras aconteceram tendo como<br />
um dos motivos as nascentes e<br />
rios. A água sempre foi<br />
necessidade de vida para o<br />
homem, pois, sem ela, não<br />
existiria vida. Da mesma forma,<br />
o ar que respiramos, hoje tão<br />
afetado e poluído. Essa situação<br />
se agrava a cada dia pelo<br />
crescimento populacional, além<br />
de ver se exaurir as fontes de<br />
água potável, devido a ação do<br />
homem, agravado pelo<br />
crescimento populacional. Se<br />
dou destaque especial a esse<br />
assunto, é que estudos apontam<br />
que o grande problema do futuro<br />
será encontrar água para a<br />
humanidade em quantidade<br />
suficiente. Se hoje já se observa<br />
tal carência, o que nos<br />
aguardará o futuro?<br />
Com base em estudos e<br />
levantamentos, ficou<br />
comprovado que a região<br />
amazônica é a maior reserva de<br />
água potável do mundo,<br />
contendo 12% de toda água da<br />
terra. Além disso, ali também<br />
estão as maiores reservas de<br />
minérios, metais preciosos,<br />
incalculável reserva de<br />
madeiras nobres, petróleo etc.<br />
As nações mais poderosas, com<br />
inegável poderio bélico e<br />
influência política e econômica<br />
mundial, não acredito que elas<br />
ficarão indiferentes, face a<br />
todos esses manancial e<br />
riqueza, à medida que tais<br />
necessidades forem evoluindo<br />
e suas necessidades de<br />
consumo também<br />
aumentarem? Fatalmente irão<br />
procurar uma forma de acesso<br />
e de controle sobre toda essa<br />
riqueza. É bom lembrar, que<br />
água será a principal<br />
necessidade da humanidade no<br />
futuro, e irá propiciar riqueza<br />
e poder a quem a tiver, como<br />
nós a temos. O que poderá<br />
acontecer? Certas declarações,<br />
quando vindas de Nações ou de<br />
grupos internacionais, já<br />
demonstraram o interesse, ao<br />
afirmar, a exemplo, que a<br />
região amazônica é um<br />
patrimônio da humanidade,<br />
considerado área de interesse<br />
internacional. Isto nos leva à<br />
certeza, se preparados não<br />
estivermos, de ter de aceitar<br />
uma parceria imposta, e<br />
conseqüentemente, um<br />
programa conjunto de<br />
exploração dos recursos ali<br />
existentes. Teremos que nos<br />
submeter? Investidas são<br />
percebidas, inclusive,<br />
apresentadas com pele de<br />
cordeiro, como a sugestão de<br />
criarmos as Nações Indígenas.<br />
É a tentativa de tornar as<br />
regiões, onde se encontram