Raquel Ferrari da Veiga - Sonia Afonso - UFSC
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2.2. OBJETOS DE ESTUDO<br />
Os princípios <strong>da</strong> Arquitetura Moderna tornam-se adequados para a ocupação em<br />
terrenos acidentados em vários aspectos. Procuramos apresenta-los através <strong>da</strong> análise<br />
de residências que seguem estes preceitos.<br />
2.2.1. Casa <strong>da</strong> arquiteta – Carmem Cassol<br />
“A residência dos arquitetos Ademar e Carmem Cassol não segue o lirismo formal<br />
de Niemeyer, nem as massas colori<strong>da</strong>s de Burle Marx. Essa adota uma planta<br />
geometricamente concebi<strong>da</strong>, semelhante às obras dos arquitetos paulistas,<br />
identificados como brutalistas, pelo uso de materiais como o concreto aparente. Assim,<br />
a vegetação não surge plena na composição do espaço. Os materiais empregados na<br />
residência também se distanciam <strong>da</strong> vegetação, uma vez que se oferece um contraste<br />
notável entre o verde e o concreto aparente.” (ABRAHAM & AFONSO, 2004)<br />
“A arquiteta não se preocupa no ato de projetar com a introdução de uma<br />
linguagem própria que lhe confira reconhecimento como autora do projeto, diz que às<br />
vezes o projeto acaba ficando com a cara do arquiteto, pois ele repete elementos que<br />
lhe agra<strong>da</strong>m, mas é apenas uma conseqüência e não está presente conscientemente<br />
durante o ato de projetar”. (ABRAHAM & AFONSO, 2004)<br />
O estudo desta residência já vinha sendo desenvolvido nesta pesquisa, cabendo<br />
aqui apenas a análise de iluminação natural utilizando o programa Lightscape.<br />
2.2.2. Casa de vidro – Lina Bo Bardi – São Paulo, 1950-1951<br />
Primeira obra concretiza<strong>da</strong> integralmente pela arquiteta. Nela estão representa<strong>da</strong>s<br />
lições do modernismo como os pilotis sustentando levemente um bloco horizontal com<br />
fechamento de vidro.<br />
Localiza<strong>da</strong> em uma encosta no Morumbi, evidencia a beleza <strong>da</strong> Mata Atlântica e<br />
se preocupa com a integração desta à casa, através <strong>da</strong>s transparências e <strong>da</strong> própria<br />
morfologia.<br />
2.2.3. Casa <strong>da</strong>s Canoas - Oscar Niemeyer – Rio de Janeiro, 1953<br />
Niemeyer optou por uma forma orgânica basea<strong>da</strong> nas formas do Rio de Janeiro e<br />
<strong>da</strong>s mulheres brasileiras. Outro ponto fun<strong>da</strong>mental é que Niemeyer elaborou uma<br />
outra relação entre a casa e o seu entorno, permitindo a entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> natureza no<br />
interior <strong>da</strong> residência.<br />
A residência foi alvo de muitas críticas e gerou debates sobre conceitos <strong>da</strong><br />
arquitetura moderna brasileira. Possui fechamento de vidro, o que não limita o olhar<br />
através <strong>da</strong> residência. O piso, as floreiras externas e a pedra que penetram na obra<br />
funcionam como integradores do espaço. É uma casa que permite a simbiose entre a<br />
arquitetura e a paisagem. Essa integração vital <strong>da</strong> casa na natureza foi influencia<strong>da</strong><br />
pela obra do amigo pessoal de Niemeyer, o paisagista Burle Marx, uma pessoa muito<br />
importante para entender e situá-lo corretamente.<br />
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