Raquel Ferrari da Veiga - Sonia Afonso - UFSC

2.4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
BEAUD, Michel. ARTE DA TESE: COMO PREPARAR E REDIGIR UMA TESE DE
MESTRADO, UMA MONOGRAFIA OU QUALQUER OUTRO TRABALHO
UNIVERSITÁRIO. Tradução: Glória de Carvalho Lins. Rio de Janeiro. Bertrand
Brasil, 2000.
É um guia prático que ajuda pesquisadores de diferentes níveis a elaborarem seu
trabalho. Enfatiza que a realização de uma monografia ou de uma tese de
mestrado/doutorado é uma tarefa que exige muita dedicação e disciplina e, portanto, é
imprescindível a vontade do pesquisador.
Dá conselhos quanto à escolha do professor (orientador), como fazer um bom
uso dele e como avaliar se o assunto será bem aceito e trabalhado. Este deverá:
- Ser do interesse de ambos (pesquisador e do professor);
- Propiciar novos conhecimentos, evitando-se assuntos tratados freqüentemente;
- Evitar decepção do leitor e crítica da banca, afastando assuntos muito amplos
ou afunilados;
- De preferência abordar um aspecto crucial da questão estudada;
- Verificar todas as teses e pesquisas sobre o assunto feitas nos últimos anos.
Ajuda a montar o cronograma da pesquisa, fundamental para a boa organização
e andamento desta. Na primeira etapa deve-se começar uma exploração sistemática
da documentação, entrar em contato com a fonte e as pessoas que irá tratar, tomar
notas através de fichas dos livros, artigos, idéias, hipóteses e interpretações. É preciso
dimensionar a amplitude da tarefa, assinalar os livros cuja leitura é urgente, ou seja,
separar o essencial do secundário.
Após isso, o autor desenvolve métodos expor redação, problemática, hipóteses e
bibliografia.
ECO, Umberto. COMO SE FAZ UMA TESE. São Paulo. Perspectiva, 2001.
Não é um guia com a praticidade de tópicos, mas trata-se de uma leitura
agradável com uma boa redação e que não deixa de ser objetiva.
Defende que o assunto não é o mais importante aspecto da tese, e sim a
oportunidade da tese em si, pois esta se trata de um aprendizado que servirá para
toda a vida (como reunir e organizar informações, etc).
Na hora da escolha do tema, vários aspectos devem ser levados em conta,
sobretudo deve-se escolher um assunto acessível, não repetitivo, considerar as fontes
disponíveis, e ter perspectivas de buscar algo inovador e não medíocre.
É preciso evitar ser explorado pelo orientador. Ele pode, por exemplo, utilizar-se
dos alunos para a obtenção de dados para a sua própria pesquisa. Um ato sincero é o
orientador sugerir algum assunto que se interesse, que não esteja 100% no seu
domínio, e assim se dispõe a ajudar o aluno nas suas descobertas.
Sobre o tempo necessário para a elaboração, diz que é até possível fazer uma
boa tese em 6 meses se o assunto for de domínio anterior do aluno, o pesquisador for
hábil e experiente e não se escolha um tema muito complexo e trabalhoso. Se a tese
passar de 3 anos, certamente haverá problemas como a “neurose da tese”.
Enfatiza que diferentes tipos de pesquisas e estudos poderão ser realizados, uns
mais práticos (como pesquisas de campo) e outros mais teóricos dependendo do tipo
de tese.
A bibliografia é um fator extremamente importante na pesquisa, pois sua
indisponibilidade pode dificultar muito e até impedir a execução de uma tese
específica. Portanto deve ser o primeiro ponto a ser verificado.
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