V - Jornal de Leiria

anos, que não descansou
enquanto não juntou o dinheiro
suficiente para adquirir “uma
bombaça”. Comprou o carro
mais potente que conseguiu e
depois de uns dias a vê-lo voar
para fora da pista sempre que
fazia uma curva, perdeu o interesse.
“Ainda corro de vez em
quando e aquilo é giro. Mas
chateia-me não conseguir controlar
o carro”, admite.
É pela mão dos pais que os
mais novos costumam ser iniciados
no círculo dos pilotos
de “slotcar”. Começam por usar
os veículos dos progenitores e
acabam por partilhar uma actividade
com que ambos se identificam.
Ivo Santos é o recordista da
pista da Leirislot. Começou a
interessar-se pelos pequenos
carros há cerca de um ano. Um
colega convidou-o a experimentar
e nunca mais deu descanso
ao dedo do gatilho. “Tinha
alguns carrinhos e uma pista
em casa, mas nunca tinha olhado
para eles a sério”. Com a
descoberta das pistas de slotcars,
que, no caso da Lerislot,
atingem os 40 metros de extensão,
tornou-se um vício comprar
e “artilhar” os pequenos
bólides. “Gosto de ter carros
rápidos, mas também gosto
deles pelo design”, confessa
Ivo Santos.
MOTORES MUSCULADOS
A potência dos motores dos
“bólides” calcula-se pelas rotações
que são capazes de atingir.
Estas variam entre as 12 e
as 40 mil, no caso dos carros
utilizados nas pistas em plástico
e as 70 mil, nos usados nas
pistas de madeira. O recorde é
batido pelas “chatas” - carros
totalmente em metal -onde o
limite são as 300 mil.
Para se ter uma ideia das
velocidades envolvidas, convém
dizer que um “slotcar”
impulsionado por um motor
de 20 mil rotações pode atingir
24 quilómetros por hora, já
uma “chata” chega perto dos
160 quilómetros/hora.
Há ainda quem, não satisfeito
com a prestação dos carros,
os “artilhe”, modificando
os motores, coisa que não é
vista com bons olhos pelos restantes
pilotos, ou quem chegue
a trocar o eixo frontal por
palhinhas de chupa-chupa para
reduzir o peso. Outros pilotos
ainda, colocam fios de prata,
ímanes de cobalto e todo o tipo
de materiais para conseguir
menos uns segundos no tempo
da pista. Razão pela qual,
junto aos circuitos há sempre
bancadas onde os praticantes
podem afinar os carros: lubrificam-se
cremalheiras e eixos,
trocam-se jantes de alumínio,
engrenagens, motores, chassis
e limpam-se pneus com lixa,
para melhorar a aderência ao
piso.
Mas para não existirem abusos,
um regulamento de participação
nas provas especifica
todas as modificações e limitações
em termos de mecânica.
Um carro que não esteja
conforme, é automaticamente
desclassificado. Não sem muita
discussão e troca de palavras
azedas.
O toque final na “bombaça”
é, normalmente, a decoração
do carro. Pintam-se com
as cores favoritas do piloto, ou
a imitar carros famosos.
CAMPEONATOS A SÉRIO
“Há campeonatos que duram
um dia inteiro ou até um mês.
Normalmente disputam-se aos
domingos”, conta José Oliveira.
Nas provas, usa-se a mesma
pontuação que na Fórmula
1. O vencedor ganha 20
pontos, o segundo classificado
dez, o terceiro oito e assim
por diante. O processo de escolha
de quem vai sair à frente,
a chamada “pole position” tam-
bém é feito a partir dos tempos
mais rápidos de pré-qualificação.
Um programa informático
e sensores colocados
na pista controlam os tempos
e sorteiam a “calha” onde o
piloto correrá a seguir.
O tipo de competições pode
revestir-se de várias formas:
Campeonato de Fórmula 1,
DTM, clássicos, Rally WRC,
camiões e “barchettas”, entre
outros. Há também provas
feitas à noite, apenas com as
luzes da pista e dos carrinhos
acesas, e ainda de resistência,
onde os pequenos bólides
não param de rodar durante
horas a fio. Para estas,
normalmente há três pilotos
que rodam no gatilho e na
bancada da mecânica.
COLECÇÃO
DE CARRINHOS
Dependendo da preparação
e da exclusividade dos
modelos, os “slotcars” podem
atingir preços astronómicos.
José Oliveira tem, na sua
colecção, modelos que lhe
custaram cerca de 15 euros
e que, neste momento, já
valem 150 euros. ”Há pessoas
que fazem colecção e
cujos carros atingem valores
proibitivos. Acontece o mesmo
que nos carros de colecção
reais”, assegura.
Para praticar, contudo não
é preciso gastar tanto dinheiro
ou sequer comprar equipamento.
Basta adquirir um
cartão recarregável para activar
o sistema de pistas e a
empresa de “slotcars” empresta
o carro e o comando.
Caso se prefira adquirir o
material, um carro custa cerca
de 30 euros e pode-se sempre
adquirir um modelo famoso,
à escala das marcas
Bugatti, Porsche, Jaguar, Pontiac,
réplicas de carros que
venceram o Rally de Portugal,
do DTM, camiões e mesmo
clássicos.
Jacinto Silva Duro
Prego a fundo
Bruno Pereira e Fernando Gaio resolveram abrir a Leirislot,
na Boa Vista, depois de visitarem uma pista de “slotcars”.
“É mais um hobby do que um negócio. Não dá para
enriquecer”, confidenciam. Neste momento, com 240
sócios e 320 modelos diferentes de carros disponíveis,
continuam a trabalhar nos empregos durante o dia, mas
à noite abrem as duas pistas da loja a dezenas de “viciados
no cheiro da borracha queimada”, que aceleram, devagarinho,
pelas duas pistas existentes. Uma com 40 metros
de extensão e outra, mais pequena, para raides, que simula
terra batida. Entre as várias ideias para o futuro, os responsáveis
da Leirislot pretendem construir mais duas ou
três pistas, uma delas simulando neve, e tornarem-se representantes
de mais marcas para Portugal. Ao contrário do
que seria de esperar num negócio, os sócios da Leirislot incentivam a concorrência e até ajudam outras
lojas a instalar-se, como está a acontecer em Pombal. “Com mais lojas, o número de praticantes aumenta
e o slot evolui”, explica Bruno Pereira.
p u t t a n e s c a
SALMOREJO . TÁBUA ESPANHOLA . TAPAS . LARANJAS C/ CEBOLA . BATATAS BRAVAS . TAPAS . POLVO AJILLO . CAMARÃO ALLA
BRACE . TAPAS . PIMENTOS PADRON . COSTELA IBERICA ADOBADA . TAPAS . PINCHO ANDALUZ . ARROZ DE MÍSCAROS . TAPAS .
RABO DE TORO . TAGLIATELLE DE LAGOSTA . TAPAS . POLVO A FEIRA . PRESUNTO IBÉRICO
R u a d a E s c o l a . P l a n a l t o . R e s e r v a s p e l o T e l . 2 4 4 8 5 6 1 8 0
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