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Discursos academicos vol vii.correcao.indd - Academia Brasileira ...

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12 RECEPÇÃO DE D. LUCAS MOREIRA NEVES, O.P.<br />

Assim conceituada, a Educação não é um luxo para alguns, mas uma<br />

necessidade e exigência de todos. Pois cada ser humano só pode ser fruto de<br />

capacidades ou faculdades inatas (físicas e espirituais, mentais, psíquicas, afetivas,<br />

morais, religiosas) e de educação e desen<strong>vol</strong>vimento das mesmas.<br />

Sem a possibilidade de explicitá-lo minuciosamente, convém entretanto<br />

lembrar um conceito básico: o protagonista verdadeiro da Educação<br />

é o próprio educando – ao educador cabe o trabalho quase artesanal de tirar<br />

de dentro do educando a pessoa humana que ali é gestada. Compreendo o<br />

sentido desta gestação cada vez que, em um museu de Florença, contemplo<br />

os grandes blocos de mármore dos quais Michelangelo começou a extrair<br />

outras tantas estátuas: aos trabalhos inacabados alguém deu o nome de le<br />

prigioni, querendo ressaltar que, em cada bloco, está encarcerada uma obra-<br />

-prima, invisível, que o artista deve libertar. Assim o educando nas mãos<br />

do educador.<br />

Este educador é múltiplo e uno. Múltiplo porque, segundo as diferentes<br />

fases da sua vida, o educando precisará de diferentes pessoas, grupos e até instituições<br />

que o ajudem a atingir sua plenitude. Uno porque qualquer antagonismo<br />

ou dicotomia entre os educadores só pode produzir malefícios no educando,<br />

sendo o pior deles uma sorte de esquizofrenia pedagógica de dramáticas<br />

consequências. Fazem parte da unidade na multiplicidade da Educação,<br />

antes de tudo, os pais que, tendo dado a vida biológica e espiritual, têm o<br />

dever de educar para a vida, dando um sentido à vida. Além dos pais, é primeira<br />

educadora, também, toda a constelação familiar como o é o espaço,<br />

ambiente e clima da família. Educadora é, em seguida, a Escola que para isso<br />

(e não só para a instrução e o ensino sistemático) deve estar preparada.<br />

Educadoras podem e devem ser as comunidades eclesiais; educadores, os grupos<br />

informais nos quais o educando vive parte mais ou menos significativa da<br />

sua existência; educadores deveriam ser (e seria dramático se não o fossem) os<br />

meios de comunicação social ou mass media. Aqui, não vacilo em dizer que não<br />

poucas instituições sociais, embora não sejam classificadas como educacionais<br />

ou pedagógicas, são chamadas a fornecer subsídios válidos para a<br />

Educação: entre elas estão, sem dúvida, as academias como esta que hoje<br />

nos abriga. A este propósito, alegra-me a certeza de que, contrariamente<br />

ao que se pode ouvir ou ler aqui ou ali, esta <strong>Academia</strong> não é um círculo de<br />

“perfeitos”, hermeticamente fechado, insulado e distante do País real, às

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