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Discursos academicos vol vii.correcao.indd - Academia Brasileira ...

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RESPOSTA DO SR. MARCOS ALMIR MADEIRA 33<br />

A fabulação, sabemos todos, começa na infância e frequentemente recomeça<br />

na velhice. Serei a confirmação, para lhe rogar, Sr. D. Lucas Moreira<br />

Neves: não nos deixe cair em contradição com o espírito de Academus, mas nos<br />

livre do mal de o desservir, cuidando favorecê-lo.<br />

It audatia est, Eminentia...<br />

A cerimônia vai findando, mas nossa alegria e as luzes da Casa continuarão<br />

acesas, a começar pela Sala dos Poetas Românticos, de um lado, e, de outro, pela<br />

que tem o nome do mestre do nativismo literário no Brasil: Alencar.<br />

Vamos todos, na paz da amizade, ao escritor, ao cardeal, ao cidadão,<br />

trindade exemplar.<br />

Vamos ao pastor mor da Bahia. Nossa homenagem é uma expressão de<br />

nacionalidade. Pois não foi na Bahia que tudo começou para o Brasil?... Sob a<br />

mesma emoção, lembra a <strong>Academia</strong> que em Minas Gerais viu a primeira luz o<br />

menino Luiz. E hoje D. Lucas, o Primaz.<br />

Minas é a arca da tradição libertadora e a sabedoria do equilíbrio, da<br />

serenidade, frutos, creio, de um bucolismo ancestral, de uma vocação campesina,<br />

de um sentido rural da vida. E na Literatura, como na Política, teria de<br />

refletir-se esse senso de moderação, até mesmo na opção pelo Modernismo.<br />

Um exemplo, e dos mais altos, está na poesia de Abgar Renault, parceiro afetuoso<br />

de Carlos Drummond de Andrade no lançamento da proposta modernista<br />

em Belo Horizonte. Seu antecessor, Acadêmico D. Lucas Moreira Neves,<br />

foi uma conjunção de pendores, aquele equilíbrio mineiro entre as formas do<br />

moderno e as do eterno, a aliança dos valores contrastantes: entre o<br />

Modernismo aditivo ou supletivo e o outro, apenas supressivo ou predatório.<br />

Num, o ímpeto da inovação pela inovação; noutro, a assimilação do novo e a<br />

consciência do imperecível. O caríssimo confrade vem suceder a um devoto da<br />

conciliação e da harmonia, na Cadeira que lhe cabia de todo o direito, assim<br />

pelo sentido da sua vida como pelo espírito da sua obra. Acadêmico por definição<br />

e excelência, aqui o temos conosco e na muito especial companhia de<br />

um monge poeta, nosso D. Marcos Barbosa, recebido neste mesmo Salão pelo<br />

sempre presente Alceu Amoroso Lima, que Vossa Eminência teve a elegância<br />

cívica, a retidão e a serena altivez de escolher para seu paraninfo, no ato da<br />

sagração episcopal, em 1967, quando o pensador líder sofria o veto político<br />

de um regime de exceção.

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