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Você t<strong>em</strong> que viver<br />
intensamente!!!!<br />
Nome: Roziane Ferreira Gomes Araújo<br />
Idade: 26 anos<br />
Descobriu o HIV quando tinha 18<br />
anos<br />
Mora <strong>em</strong> Boa Vista (Roraima)<br />
O que faz: Participa da Rede de<br />
Pessoas Vivendo com HIV/aids de Roraima<br />
Profissão que escolheu: Assistente<br />
social ou Psicóloga<br />
Onde faz o tratamento: Hospital<br />
Coronel Mota<br />
Roziane segurou uma barra<br />
pesada. Quando tinha 18<br />
anos, descobriu que estava infectada<br />
pelo HIV e achou que<br />
fosse morrer logo. Grávida,<br />
não recebeu orientação dos<br />
profissionais de saúde e passava<br />
noites chorando, desesperada.<br />
Hoje, com 26 anos,<br />
Roziane mudou a sua vida.<br />
Tornou-se uma defensora dos<br />
direitos dos soropositivos que<br />
viv<strong>em</strong> no norte do país. Com<br />
um sorriso meigo e doce, ela<br />
vive feliz ao lado da filha de 7<br />
anos e diz ter certeza que vai<br />
vê-la completar 20 anos.<br />
Quando eu tinha 18 anos, descobri<br />
que estava infectada pelo<br />
vírus HIV. Foi difícil. Senti aquela<br />
sensação de morte, porque<br />
naquela época, quando não existiam<br />
os r<strong>em</strong>édios, qu<strong>em</strong> descobria<br />
que estava com HIV pensava<br />
que iria morrer logo.<br />
Engravidei depois de saber que<br />
era soropositiva. Na época,<br />
fiquei desesperada porque não<br />
sabia se eu podia ter um filho.<br />
Sentia muita falta de informação<br />
no local onde eu me tratava <strong>em</strong><br />
Roraima. Não existia esse acompanhamento<br />
que é oferecido hoje<br />
<strong>em</strong> dia. Eu sentia muito medo do<br />
que poderia acontecer na hora<br />
do parto. Passava dias no quarto,<br />
chorando, sozinha.<br />
Hoje, eu me sinto mais preparada<br />
e mais conformada. Aprendi<br />
muito e ganhei uma filha maravilhosa,<br />
que t<strong>em</strong> 7 anos e é<br />
soronegativa. Estou casada com<br />
o pai dela, que é soropositivo, até<br />
hoje. Faz<strong>em</strong>os parte da Rede Nacional<br />
de Pessoas Vivendo com<br />
HIV/aids de Roraima.<br />
Muita coisa mudou, mas ainda<br />
falta humanização para o atendimento<br />
ao jov<strong>em</strong>. Todo mundo vê<br />
o tratamento contra a aids a partir<br />
do r<strong>em</strong>édio. Os profissionais<br />
de saúde s<strong>em</strong>pre falam: t<strong>em</strong> que<br />
tomar os r<strong>em</strong>édios. Eles são im-<br />
portantes, mas não são tudo.<br />
Eles (os profissionais de saúde)<br />
não perceb<strong>em</strong> que o que mais<br />
incomoda é o preconceito e a discriminação.<br />
Todo jov<strong>em</strong> t<strong>em</strong> que ter uma<br />
pessoa que o ouça, que o acompanhe<br />
e que o oriente. O jov<strong>em</strong><br />
está com todo o gás para curtir<br />
a vida. De repente, se deparar<br />
com uma situação como essa é<br />
barra! É importante ter uma pessoa<br />
que mostre para ele que é<br />
possível viver e superar as dificuldades.<br />
Quando a minha filha nasceu,<br />
eu não queria que ela se apegasse<br />
a mim. Tentei me afastar<br />
dela, mas quanto mais eu me<br />
afastava, mas ela me queria.<br />
Hoje, ela é uma das coisas mais<br />
importantes pra mim. Tenho<br />
certeza que vou vê-la completar<br />
20 anos.<br />
Os jovens que descobriram o<br />
HIV recent<strong>em</strong>ente têm uma<br />
vantag<strong>em</strong> que eu não tive: eles<br />
têm muitos ex<strong>em</strong>plos visíveis. Eu<br />
sou um deles. Passei por muita<br />
coisa e estou aqui.<br />
A galera de hoje deve viver a vida<br />
normalmente, cuidando muito<br />
b<strong>em</strong> da saúde. T<strong>em</strong> que viver,<br />
amar, batalhar pelos seus sonhos<br />
SV<br />
e viver intensamente.<br />
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