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Boa notícia<br />
Minha vida na escola ...<br />
"Há um ano a diretora da minha escola quis colocar um cartaz<br />
no pátio dizendo a todos que eu tinha o HIV. Fui conversar com<br />
ela com um gravador escondido e gravei sua voz dizendo que ia<br />
fazer isso. Minha patroa me ajudou a achar uma advogada e entramos<br />
na justiça. Depois disso, a direção da escola foi toda mudada".<br />
João, 18 anos, Ji-Paraná – RO<br />
"Na escola, meus colegas diziam que não queriam ficar perto de<br />
mim porque eu tinha aids. Eu reclamava com a diretora e ela não<br />
fazia nada. Até que eu a ameacei dizendo que ia denunciar a escola.<br />
Fiquei três meses s<strong>em</strong> ir às aulas e só voltei depois que<br />
ela falou com os alunos e tudo melhorou. Um dia, s<strong>em</strong> ela ver,<br />
uns meninos me chamaram de aidética. Ela me mudou de sala,<br />
mas nada adiantou. Resolvi mudar de escola".<br />
Alice, 16 anos, Belo Horizonte - MG<br />
atinge os que são soropositivos é<br />
O Ministério da Educação v<strong>em</strong> elaboran- divulgar continuamente infordo,<br />
com o apoio do Ministério da Saúde, mações sobre o assunto. Procure<br />
diretrizes a ser<strong>em</strong> seguidas por escolas<br />
seus professores ou a direção da<br />
de todo o país com o objetivo de acabar<br />
com a discriminação aos que viv<strong>em</strong> com escola <strong>em</strong> busca de ajuda. Vocês<br />
HIV/aids. Muitas ações já são feitas nesse pod<strong>em</strong> entrar <strong>em</strong> contato com<br />
sentido, envolvendo secretarias de saú-<br />
organizações não-governamende,<br />
secretarias de educação e organizações<br />
não-governamentais de diversos estais que oferec<strong>em</strong> palestras,<br />
tados e municípios do Brasil.<br />
oficinas e peças de teatro sobre<br />
aids <strong>em</strong> escolas e solicitar<br />
uma visita. Assim vocês estarão contribuindo para o fim da discriminação<br />
às pessoas que viv<strong>em</strong> com HIV/aids (Veja a listag<strong>em</strong><br />
de instituições que oferec<strong>em</strong> este serviço no final da revista).<br />
Se precisar, procure ajuda da Justiça<br />
A Constituição Federal proíbe qualquer forma de discriminação<br />
inclusive dentro da escola. Caso perceba preconceito e incompreensão<br />
por parte dos diretores ou professores, o melhor a fazer<br />
é procurar a Justiça. Você ou seu responsável pod<strong>em</strong> entrar<br />
com uma ação contra a escola. Procure um advogado que atenda<br />
<strong>em</strong> ONGs/aids e explique o seu probl<strong>em</strong>a. Ele certamente<br />
SV<br />
poderá ajudá-lo.<br />
"Na minha escola todos sab<strong>em</strong> que eu tenho o HIV porque eu contei<br />
para um amigo, que contou para outro, que contou para outro<br />
até que todo mundo ficou sabendo. Por causa disso acharam<br />
que eu era drogada e prostituta. A situação ficou insuportável, até<br />
que eu, minha médica e minha psicóloga fomos à escola fazer umas<br />
palestras. Eu contei que contraí aids na barriga da minha mãe,<br />
elas explicaram como a aids pega e como não pega, falamos de<br />
preconceito etc. Mas o boato continuou, com gente falando mal<br />
de mim pelos cantos. Mudei do turno da manhã para o da noite<br />
e as coisas melhoraram um pouco. Até que eu comecei a namorar<br />
um menino da turma. A professora, que sabia, falou para todos<br />
os meninos tomar<strong>em</strong> cuidado comigo, porque eu tinha o HIV e era<br />
falsa. Depois disso, não fui mais à escola. Quero ter uma prova<br />
do que a professora falou para poder entrar com uma ação na<br />
Justiça contra ela por danos morais. Pedi aos meus colegas para<br />
me ajudar<strong>em</strong> como test<strong>em</strong>unhas, mas eles estão com medo".<br />
Rosana, 17 anos, São Paulo - SP<br />
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