4 Sou Jov<strong>em</strong> vivendo com HIV. E daí? "CARAMBA! QUANDO EU DESCOBRI QUE O QUE EU TINHA ERA AIDS, ACHEI QUE O MUNDO IA DESABAR. CHOREI SEM PARAR. MAS, NO FUNDO, EU JÁ DESCONFIAVA: MÉDICO TODO O MÊS, REMÉDIOS TODOS OS DIAS. DEPOIS DE UM TEMPO, ACHEI QUE A ÚNICA DIFERENÇA ENTRE OS OUTROS E EU É QUE EU TINHA QUE TOMAR MAIS CUIDADO COM A MINHA SAÚDE. HOJE, EU JÁ ACHO UM POUCO DIFERENTE. NA VERDADE, TODO MUNDO DEVIA SE CUIDAR PARA NÃO FICAR DOENTE, TENDO HIV OU NÃO".
Ahistória de Juliana, 16 anos, não deve ser muito diferente de um monte de outras histórias de jovens que viv<strong>em</strong> com HIV/aids. Segundo as Nações Unidas, um jov<strong>em</strong> é infectado pelo HIV a cada 14 segundos <strong>em</strong> todo mundo. No Brasil, exist<strong>em</strong> cerca de 1.680 jovens usando os medicamentos contra a aids, mas o Ministério da Saúde acredita que o número de infectados pode ser b<strong>em</strong> maior, porque muita gente ainda não fez o teste. No mundo, são 13 milhões de jovens com aids. É gente à beça. Antes de 1996, quando não tinha r<strong>em</strong>édio nos hospitais e postos de saúde, a aids era uma doença s<strong>em</strong> tratamento. Hoje, a história é outra. E a maior prova disso é essa rapaziada que está entrando na adolescência cheia de planos para o fu- Você se acha diferente dos outros jovens? Eu me acho igual aos outros. Tenho namorado, amigos, só tenho que ter mais cuidado com a minha saúde. SÔNIA, 15 ANOS, SÃO PAULO – SP Quase nada mudou na minha vida.Não fico pensando nisso o t<strong>em</strong>po todo.Se você ficar com isso na cabeça 24 horas por dia, não vive!" CARLOS, 16 ANOS, SÃO PAULO – SP turo e com muita vontade de viver, como qualquer jov<strong>em</strong>. Adolescência Apesar de não existir uma regra muito clara para o período da adolescência, diz<strong>em</strong> que essa fase começa aos 10 anos e vai até os 20 anos (dependendo da pessoa, pode durar até mais t<strong>em</strong>po). Nesse período, o corpo cresce mais rápido e as mudanças aparec<strong>em</strong> logo. O garoto e a garota ficam meio diferentes. A voz dos garotos fica mais grossa e aparec<strong>em</strong> pêlos no corpo. Os seios das meninas começam a crescer e também surg<strong>em</strong> pêlos no corpo. Pipocam algumas espinhas pelo rosto. É uma fase <strong>em</strong> que não somos mais crianças, mas também não somos adultos. Precisamos discordar e questionar para nos tornarmos nós mesmo. É meio complicado para os adultos entender<strong>em</strong> isso. Alguns Eu sou diferente sim, porque tenho que tomar r<strong>em</strong>édios todos os dias. E isso é um saco! CAIO, 14 ANOS, RECIFE - PE Quando descobri que tinha HIV, aos 11 anos, eu me achava diferente. Agora, já percebi que continuo o mesmo, igual a qualquer outro garoto. TOMÁS, 18 ANOS, PORTO ALEGRE-RS Não! Eu acho igual. A única diferença é que eu tenho que tomar todos os dias os r<strong>em</strong>édios. Mas eu sei que t<strong>em</strong> vários adolescentes que têm outras doenças e tomam r<strong>em</strong>édios todos os dias, igual a mim! RODRIGO, 17 ANOS, BELO HORIZONTE - MG Não! Mas eu queria ser como eu era antes, s<strong>em</strong> nenhuma doença! Peguei o HIV quando tinha 11 meses, numa transfusão de sangue. Só eu tenho HIV na minha casa. FERNANDO, 16 ANOS, SALVADOR-BA chegam a chamar os adolescentes de "aborrecentes", mas isso não t<strong>em</strong> nada a ver. A adolescência é também uma época de descobertas e novidades, o que é muito legal! Essa fase acontece com todo mundo. Todos os adultos já foram adolescentes SV um dia, não é?!?! Eu vou morrer logo? Todo mundo corre o risco de morrer. Minha avó s<strong>em</strong>pre dizia: para morrer, basta estar vivo! Anos atrás, qu<strong>em</strong> tinha aids morria por falta de tratamento. Ela ainda não t<strong>em</strong> cura mas hoje t<strong>em</strong> tratamento. Para ficar legal de saúde, o caminho é tomar os r<strong>em</strong>édios todos os dias. Isso dá certo. Tanto que um monte de gente que nasceu com o vírus está chegando à adolescência. Eu acho sim, porque o meu corpo é muito pequeno. Tenho a impressão que todo mundo fica me olhando na rua por causa disso. MARIANA, 18 ANOS, BELO HORIZONTE – MG Minha vida é normal, como de qualquer um: vou pra escola, saio com meus amigos. Isso tudo rolou porque, quando eu soube do HIV, reagi super-b<strong>em</strong>. TIAGO, 12 ANOS, RIO DE JANEIRO - RJ 5