relatório de estágio comunicação com o doente crítico – promoção ...
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Esta mulher estava evi<strong>de</strong>ntemente exausta. Preocupada <strong>com</strong> a evolução clínica do<br />
marido e <strong>com</strong> a sua incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o cuidar sozinha mas simultaneamente apresentava um<br />
sentimento <strong>de</strong> ambiguida<strong>de</strong> pelo facto <strong>de</strong> “o estar a internar”. Mostrou também um sentimento<br />
<strong>de</strong> profundo <strong>de</strong>scontentamento <strong>com</strong> os cuidados <strong>de</strong> higiene, que o Sr. S tinha recebido em<br />
casa na semana que antece<strong>de</strong>ra o internamento. Foi explicado a importância da presença da<br />
família e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estarem 24 horas, mas também a importância da Sra. M se cuidar<br />
durante o tempo <strong>de</strong> internamento do Sr. S. na UCP, para que este pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>pois regressar<br />
ao domicílio. Foi validada a importância que a equipa confere ao conhecimento dos gostos<br />
pessoais da pessoa, os seus hábitos e costumes para que <strong>de</strong>ntro das possibilida<strong>de</strong>s estes<br />
possam ser mantidos. No final <strong>de</strong>sta conversa introdutória a Sr.ª M verbalizou “sinto-me<br />
segura, sinto que vamos ficar bem convosco e que o meu marido será bem tratado”,<br />
evi<strong>de</strong>nciando o cumprimento <strong>de</strong> um objetivo do acolhimento que consta no protocolo <strong>de</strong><br />
“Admissão do <strong>doente</strong> na UCP S. Bento Menni <strong>–</strong> “o acolhimento reduz os níveis <strong>de</strong> stress à<br />
medida que conforta o sujeito que no momento <strong>de</strong> internamento se encontra em sofrimento,<br />
seja pela sua própria doença ou do seu familiar”. No final <strong>de</strong>ste primeiro momento <strong>de</strong><br />
acolhimento foi entregue o Guia <strong>de</strong> Acolhimento da UCP.<br />
Em equipa foi <strong>de</strong>pois constituído o processo clínico do <strong>doente</strong>, realizado o<br />
preenchimento da folha <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, instrumento <strong>de</strong> colheita <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> enfermagem,<br />
escala <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s funcionais <strong>de</strong> vida diária <strong>–</strong> Índice <strong>de</strong> Katz, escala <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
instrumentais <strong>de</strong> vida diária. Índice <strong>de</strong> Lawton e escala <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> úlceras <strong>de</strong><br />
pressão <strong>–</strong> escala <strong>de</strong> Bra<strong>de</strong>n.<br />
Outro momento importante que permitiu o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>com</strong>petências<br />
<strong>com</strong>unicacionais ao <strong>doente</strong> em fim <strong>de</strong> vida e sua família aconteceu durante a participação<br />
numa conferência familiar.<br />
Tal <strong>com</strong>o afirma Neto (2003) a família <strong>de</strong> um <strong>doente</strong> sofre também o impacto da fase<br />
avançada <strong>de</strong> doença incurável e, <strong>com</strong>o tal, para que possa ajudar o <strong>doente</strong> e ajudar-se a si<br />
própria, <strong>de</strong>ve ter acesso a apoio a<strong>de</strong>quado por parte dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
A conferência familiar correspon<strong>de</strong> a uma forma estruturada <strong>de</strong> intervenção na família e<br />
tem <strong>com</strong>o objetivos principais: a <strong>promoção</strong> da adaptação emocional individual e coletiva à<br />
situação <strong>de</strong> doença terminal; a capacitação para a realização <strong>de</strong> cuidados ao <strong>doente</strong> e do auto-<br />
cuidado da família e a preparação para a perda e a prevenção <strong>de</strong> um luto patológico.<br />
As conferências são preparadas e discutidas em equipa interdisciplinar, pois o sucesso<br />
das mesmas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da sua organização prévia e do estudo da situação da pessoa <strong>doente</strong> e<br />
família. Foi <strong>de</strong>cidido previamente quais os elementos da equipa que estariam presentes, foram<br />
clarificados e consensualizados os objetivos da conferência bem <strong>com</strong>o a finalida<strong>de</strong> da reunião.<br />
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