relatório de estágio comunicação com o doente crítico – promoção ...
relatório de estágio comunicação com o doente crítico – promoção ...
relatório de estágio comunicação com o doente crítico – promoção ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A sala <strong>de</strong> Triagem tem dois postos <strong>de</strong> atendimento on<strong>de</strong> os <strong>doente</strong>s são observados e<br />
<strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a queixa major, avaliados segundo discriminadores, cujo resultado permite<br />
aferir um grau <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>, ao qual correspon<strong>de</strong> uma cor.<br />
A triagem no Serviço <strong>de</strong> Urgência é o ponto <strong>de</strong> início do processo <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong><br />
cuidados no hospital (GORANSSON, 2008). Define-se <strong>com</strong>o um procedimento sistemático e<br />
dinâmico <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão priorizando os cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a prestar. (CRONIN, 2003)<br />
Colocar o <strong>doente</strong> certo no local correto, para receber o nível a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> cuidados,<br />
facilitando a afetação dos recursos a<strong>de</strong>quados à satisfação das necessida<strong>de</strong>s do <strong>doente</strong> em<br />
termos médicos, é objetivo primário da triagem. Espaço a<strong>de</strong>quado, material, sistema <strong>de</strong><br />
<strong><strong>com</strong>unicação</strong>, acesso à área <strong>de</strong> tratamento, um profissional experiente, apoiado por uma<br />
equipa multidisciplinar, são <strong>com</strong>ponentes <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> triagem eficiente (PARDEY, 2007).<br />
Após dois turnos <strong>de</strong> observação na Triagem <strong>com</strong>preendi que a gestão <strong>de</strong> conflitos e<br />
tensão emocional, ganha particular expressão no Serviço <strong>de</strong> Urgência, em situações em que<br />
os <strong>doente</strong>s e famílias intensificam protestos pelo tempo <strong>de</strong> espera, pelo grau <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> se classificam, pela angústia <strong>de</strong> quem vê entrar um familiar na sala <strong>de</strong> Reanimação. Aqui<br />
a exigência é gritante. A necessida<strong>de</strong> do outro reconhecer que estamos efetivamente <strong>com</strong> ele,<br />
<strong>com</strong> o seu problema, que não o po<strong>de</strong>mos viver por ele mas que é por ele, pelo seu familiar ou<br />
amigo que empenhamos esforços e planeamos cuidados, é <strong>de</strong>sgastante mas simultaneamente<br />
motivador. Exige-se uma atitu<strong>de</strong> calma, <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> clarificação, <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração,<br />
<strong>com</strong>petências <strong>de</strong> <strong><strong>com</strong>unicação</strong> transversais ao cuidado em todos os sectores do Serviço <strong>de</strong><br />
Urgência, que na Triagem, por ser a “porta <strong>de</strong> entrada” do Serviço se evi<strong>de</strong>nciam e que se<br />
figuram <strong>com</strong> maior <strong>de</strong>sgaste para a equipa <strong>de</strong> enfermagem.<br />
Da reflexão sobre esta constatação, e no que concerne à atuação do enfermeiro<br />
operacionalizado através do sistema <strong>de</strong> Triagem <strong>de</strong> Manchester, consi<strong>de</strong>rei importante<br />
<strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r quais as <strong>com</strong>petências <strong>de</strong> <strong><strong>com</strong>unicação</strong> que este utiliza na entrevista realizada.<br />
Através <strong>de</strong> pesquisa bibliográfica constatei não existir por parte do organismo<br />
responsável <strong>–</strong> Grupo Português <strong>de</strong> Triagem <strong>–</strong> nenhuma referência às <strong>com</strong>petências <strong>de</strong><br />
<strong><strong>com</strong>unicação</strong> que <strong>de</strong>vem pautar aquele momento. No treino exigido aos enfermeiros para a<br />
prestação <strong>de</strong> cuidados naquele sector consta apenas o domínio na operacionalização do<br />
sistema informático. Questionei também se no plano <strong>de</strong> integração dos enfermeiros naquele<br />
sector consta alguma alusão aos aspetos <strong>de</strong> <strong><strong>com</strong>unicação</strong> e foi-me dito que não.<br />
E <strong>com</strong>o <strong>de</strong>scortinar o problema que motiva a vinda ao Serviço <strong>de</strong> Urgência? Como<br />
rentabilizar e dar qualida<strong>de</strong> aos cuidados enfermagem nos três minutos <strong>de</strong> entrevista exigidos<br />
pelo sistema? Como minimizar a ansieda<strong>de</strong>, a tensão emocional, o conflito que tantas vezes<br />
está presente? Como é que po<strong>de</strong>mos ver para além daquilo que a pessoa nos diz? Como é<br />
39