CULTURA REGIONAL E O ENSINO DA ARTE: CAMINHO ... - UCDB
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cultura não é mero ornamento, mas condição humana, inserida em complexos<br />
sistemas simbólicos.<br />
Por mais que existam aspectos comuns nas diversas culturas, cada<br />
qual mantém a sua especificidade, sua particularidade, a sua diferença. O<br />
encontro dessas fronteiras depende do olhar construído social e culturalmente.<br />
Tal olhar nos coloca, assim, face a face com o estranho, com a<br />
diferença, com o desconhecido, que não pode ser reconhecido<br />
nem apropriado, mas apenas conhecido na sua especificidade<br />
diferenciadora. Não se trata de reduzir o outro ao que pensamos<br />
ou queremos dele. Não se trata de assimilá-lo a nós mesmos,<br />
excluindo sua diferença. Trata-se de abrir o olhar ao<br />
estranhamento, ao deslocamento do conhecido para o<br />
desconhecido, que não é só o outro sujeito com quem<br />
interagimos, mas também o outro que habita em nós<br />
(SOUZA&FLEURI, 2003, p.68-69).<br />
Ir ao encontro do outro, da alteridade, construindo novas formas<br />
para a ação das culturas no processo escolar. Não só no convívio do mesmo<br />
espaço de diferentes segmentos sociais, mas perceber que na “identificação<br />
com esses diferentes universos relacionais e identitários, as pessoas<br />
desenvolvem modos distintos de se conduzir e de interpretar a realidade”<br />
(SOUZA&FLEURI, 2003 p.70), não permitindo que a diferença sirva para<br />
legitimar a desigualdade.<br />
Na busca da diferença, neste estudo, penso o currículo escolar e a<br />
formação de professores considerando a cultura de cada um, nos elos que<br />
ligam e separa na busca de um terceiro espaço, em processo de negociação.<br />
Segundo Costa (2002),<br />
A cultura é um dos principais lócus em que são estabelecidas<br />
tais divisões, mas também em que elas podem ser contestadas.<br />
É na cultura que se dá a luta pela significação, na qual os<br />
grupos subordinados tentam resistir à imposição de<br />
significados que sustentam os interesses dos grupos<br />
dominantes (p.138).<br />
Para discutir uma educação intercultural, torna-se vital desmembrar,<br />
questionar, conflitar vínculos entre cultura e poder. Só então, é possível<br />
desenvolver propostas nos espaços escolares em Arte, que poderá contribuir<br />
na construção da identidade do educando e a partir de tais reflexões,<br />
oportunizar a realização de um trabalho intercultural, uma vez que a cultura<br />
se expressa pela linguagem e pela simbologia que lhe é peculiar.<br />
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