17.04.2013 Views

CULTURA REGIONAL E O ENSINO DA ARTE: CAMINHO ... - UCDB

CULTURA REGIONAL E O ENSINO DA ARTE: CAMINHO ... - UCDB

CULTURA REGIONAL E O ENSINO DA ARTE: CAMINHO ... - UCDB

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Até pouco tempo atrás, desenhar arcos, flechas, tambores e<br />

cocares era quase que a única atividade feita em aula pela<br />

maioria dos alunos da Escola Municipal de Ensino<br />

Fundamental Sulivan Oliveira, no loteamento indígena Marçal<br />

de Souza, em Campo Grande (MS), onde vivem 125 famílias.<br />

Nos cadernos, apenas palavras escritas na língua indígena.<br />

Descobrir a melhor maneira de educar essas crianças era um<br />

desafio para os professores. Os alunos são índios da tribo<br />

Terena – segunda maior em população no Estado – e, até<br />

recentemente, não frequentavam a escola. Agora, a chegada da<br />

informática mudou a realidade desses estudantes. Mesmo<br />

quem ainda não consegue escrever corretamente o português<br />

já domina o mouse do computador com habilidade (isto é<br />

online – 08 -8 -2001).<br />

Índios estereotipados, como se estivessem vivendo um passado<br />

longínquo, distante da realidade, considerando apenas manifestações externas<br />

e particulares das expressões culturais. Dircurso baseado na idéia do puro, do<br />

original apresentado por Hall (2003), em que há a valorização do passado e o<br />

silenciamento do presente. Márcia Spyer, discorrendo sobre a questão da<br />

identidade étnica, a construção do imaginário brasileiro médio sobre o índio,<br />

afirma que “O traço principal desse imaginário é o de profundamente<br />

permeado pela visão européia da dualidade entre o bem e o mal, o selvagem e<br />

o civilizado” (2001, p.163). Para a autora, as imagens dos bons e maus<br />

selvagens foram construídas pelo inconsciente coletivo, no interior das<br />

escolas, por romancistas como Gonçalves Dias e José de Alencar. Nas<br />

escolas, o índio é sempre apresentado no passado e no sentido pejorativo:<br />

“isto é coisa de índio! cê parece índio! Isso é programa de índio!” (p. 164).<br />

Tais reportagens esquecem de informar que a Escola Municipal<br />

Sulivan Silvestre de Oliveira - Tomune Kalivono “Criança do Futuro”, não é<br />

uma escola indígena e sim, uma escola localizada numa Aldeia Urbana, com<br />

alunos indígenas e não indígenas. São crianças que realizam atividades<br />

condizentes com o seu tempo histórico e que, no ambiente escolar, estudam os<br />

mesmos conteúdos que outros alunos estudantes em escola municipal de<br />

Campo Grande, em série correspondente.<br />

85

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!