17.04.2013 Views

CULTURA REGIONAL E O ENSINO DA ARTE: CAMINHO ... - UCDB

CULTURA REGIONAL E O ENSINO DA ARTE: CAMINHO ... - UCDB

CULTURA REGIONAL E O ENSINO DA ARTE: CAMINHO ... - UCDB

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

p.106). No discurso colonizador em que os sujeitos são levados a assumir<br />

diferentes discursos, entre estes, que alguns sujeitos ‘querem e precisam’ ser<br />

colonizados, uma vez que o ‘outro’ nunca será um igual. O poder justifica<br />

seus discursos para utilização de espaços outros com a construção dos mitos.<br />

Mito do primitivista (nobre e bom selvagem), mito do orientalismo (imagens<br />

exóticas e eróticas do Oriente), mito da periferia (fora do centro cultural) e o<br />

mito da diversidade aceitável (estabelecimentos de limites) e “o outro fica<br />

sem voz e sem suas mitologias” (SKLIAR, 2003, p.113). O discurso<br />

colonizador torna-se tão cruel que aniquila o colonizado e este acaba<br />

repetindo o valor da voz do colonizador. Utiliza-se o estereótipo, repetidas<br />

vezes, que determina com o que foi ‘criado’ como veracidade. E a diferença<br />

fica deslocada, sem lugar.<br />

Torna-se necessário refletir sobre o espaço outro, o espaço de<br />

fronteira, do entre-lugar que fica silenciado. Bhabha (2005) aborda o viver no<br />

‘além’, no entre-lugar deslizante marginal e estranho; apresenta as<br />

identidades intervalares, interpreta as sensações presentes em relação à<br />

cultura, em sentir-se na esfera do ‘além’, de viver em fronteiras, do<br />

deslizamento do prefixo ‘pós’, tudo vivido como um momento de trânsito, em<br />

que no mundo moderno a identidade é questionada. Para o autor,<br />

[...] teoricamente inovador e politicamente crucial é a<br />

necessidade de passar além das narrativas de subjetividades<br />

originárias e iniciais e de focalizar aqueles momentos ou<br />

processos que são produzidos na articulação de diferenças<br />

culturais (BHABHA, 2005, p.20)<br />

Formam-se, assim, os “entre-lugares” e é na “sobreposição e no<br />

deslocamento de domínios da diferença” (BHABHA, 2005, p.20) em que o<br />

valor cultural é negociado. O autor diferencia, ainda, ‘estar no além’ e<br />

‘residir no além’. Observa que a diferença e os traços culturais não são fixos<br />

na tradição e que, a negociação dos hibridismos culturais “emergem em<br />

momentos de transformação histórica” (p.21), e questiona posições<br />

dogmáticas, moralistas, normalizantes.<br />

Evidencia que o estereótipo “não é uma simplificação porque é uma<br />

falsa representação de uma dada realidade” (BHABHA, 2005, p.117),<br />

envolvendo relações psíquicas e sociais. Bhabha apresenta que para o<br />

estabelecimento do estereótipo é necessário “uma cadeia contínua e repetitiva<br />

36

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!