Oração e escuta de Deus - Projeto Primeiro de Maio
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santo Agostinho em suas Confissões: “Tu nos fizestes para ti, ó <strong>Deus</strong>, e o nosso<br />
coração não encontrará paz enquanto não repousar em ti’”. (Santo Agostinho, apud<br />
Martini 2000, p. 43).<br />
É preciso ressaltar, entretanto, que a oração não se reduz ao surgir<br />
espontâneo <strong>de</strong> um natural impulso interior. Para rezar é preciso querer e não são<br />
poucos os obstáculos a serem enfrentados em seu <strong>de</strong>curso. É necessário apren<strong>de</strong>r<br />
a rezar, sua prática requer ascese 9 . Estamos diante <strong>de</strong> um paradoxo: “[...]<br />
precisamos apren<strong>de</strong>r a orar e, ao mesmo tempo, só po<strong>de</strong>mos receber essa<br />
capacida<strong>de</strong> como um dom (NOUWEN, 2000).<br />
2. PARA LER A PALAVRA E PARTILHAR<br />
oração 10 :<br />
No evangelho <strong>de</strong> São Lucas encontramos três parábolas “principais” sobre a<br />
A Primeira do “amigo importuno” (Cf. Lc 11, 5-13), convida-nos a uma<br />
oração persistente: “Batei, e a porta abrir-se-vos-á”. Aquele que assim ora, o Pai<br />
celeste “dará tudo quanto necessitar” e dará, sobretudo, o Espírito Santo, que<br />
encerra todos os dons.<br />
A segunda, a da “viúva importuna” (Cf. Lc 18, 1-8), está centrada numa<br />
das qualida<strong>de</strong>s da oração: é preciso orar sem se cansar, com a paciência da fé.<br />
“Mas o Filho do Homem, quando voltar, achará porventura fé sobre a terra?”<br />
A terceira, a do “fariseu e do publicano” (Cf. Lc 18, 9-14), diz respeito à<br />
humilda<strong>de</strong> do coração orante. “Meu <strong>Deus</strong>, ten<strong>de</strong> compaixão <strong>de</strong> mim, que sou<br />
pecador”. A Igreja não cessa <strong>de</strong> fazer sua esta oração: “Kyrie, eleison!”<br />
9 Cf. Catecismo da Igreja 2754-2757, “As dificulda<strong>de</strong>s principais no exercício da oração são a distração<br />
e a ari<strong>de</strong>z. O remédio está na fé, na conversão e na vigilância do coração. Duas tentações<br />
freqüentes ameaçam a oração: a falta <strong>de</strong> fé e a acídia, que é uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão <strong>de</strong>vida ao<br />
relaxamento da ascese, que leva ao <strong>de</strong>sânimo. A confiança filial é posta à prova quando temos o<br />
sentimento <strong>de</strong> não ser sempre ouvidos. O Evangelho nos convida a nos interrogar sobre a<br />
conformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa oração com o <strong>de</strong>sejo do Espírito. ‘Orai sem cessar’ (1 Ts 5,17). Rezar sempre<br />
é possível. É mesmo uma necessida<strong>de</strong> vital. <strong>Oração</strong> e vida cristã são inseparáveis”. Deste modo, “A<br />
Tradição da Igreja propõe aos fiéis ritmos <strong>de</strong> oração <strong>de</strong>stinados a nutrir a oração continua. Alguns<br />
são cotidianos: a oração da manhã e da tar<strong>de</strong>, antes e <strong>de</strong>pois das refeições, a Liturgia das Horas. O<br />
domingo, centrado na Eucaristia, é santificado principalmente pela oração. O ciclo do ano litúrgico e<br />
suas gran<strong>de</strong>s festas são os ritmos fundamentais da vida <strong>de</strong> oração dos cristãos” (Catecismo da<br />
Igreja, n. 2698).<br />
10 Cf. o Catecismo da Igreja.