graal e lanca.pdf - Agricultura Celeste
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A Lança e o Graal<br />
A ORDEM DE CRISTO NO BRASIL APÓS A INDEPENDÊNCIA<br />
As Ordens de Cristo, Aviz e St. James. Foram outorgadas ao Império do<br />
Brasil após a partida de D. João VI para Lisboa em 1821, pelo Príncipe Pedro<br />
sob a autoridade e por delegação de seu pai, até a declaração da Independência<br />
em 7 de setembro de 1822.<br />
Desta data até 1827, o Imperador Pedro I do Brasil conferiu graus da<br />
Ordem de Cristo, Aviz e St.James, embora nunca invocando a si próprio a<br />
qualidade de Grão Mestre (que ele não era), mas como Imperador. Após a<br />
morte de D. João VI de Portugal, D. Pedro I foi reconhecido, como seu<br />
sucessor, à coroa de Portugal pela corrente liberal.<br />
Desejando resolver a questão do Grão Mestrado das Antigas Ordens<br />
Militares Portuguesas no Brasil, Pedro I (IV de Portugal) solicitou ao Papa,<br />
através do Embaixador Brasileiro na Santa Sé, reconhecer os direitos do<br />
Brasil.<br />
Disto resultou a Bula “Praeclara Portugaliae Algarbiorunque Regum”<br />
(15 de maio de 1827), dada pelo Papa Leão XII, pela qual criava-se um ramo<br />
da Ordem de Cristo. Não obstante, a Bula provocou grande disputa política e<br />
nunca foi ratificada pelo Parlamento Imperial.<br />
A partir deste ponto, podemos dizer que as Ordens Portuguesas<br />
cessaram de existir, como tais, no Império do Brasil.<br />
Em 1843, sob o Imperador Pedro II, as Ordens de Cristo, Aviz e St.<br />
James foram reconhecidas no Brasil como Ordens nacionais, tendo o<br />
Imperador como Grão Mestre. A insígnia era basicamente a mesma com<br />
adição da Coroa Imperial à Estrela e alterando a Forma Antiga para distinguila<br />
das Ordens Portuguesas do mesmo nome. Estas Ordens Brasileiras<br />
permaneceram ativas até a Constituição Republicana de 1891 que as aboliu.<br />
Vejamos agora o que tem a nos dizer Fernando Pessoa, este iniciado ao<br />
qual o próprio Crowley respeitava e prestava homenagens.<br />
“A ordem de Cristo tem como regra: Liberdade, Igualdade e<br />
Fraternidade.<br />
A Ordem de Cristo não possui graus, templo, rito, insígnia ou passe. Não<br />
precisa reunir, e os seus cavaleiros, para assim lhes chamar, conhecem-se<br />
sem saber uns dos outros, falam-se sem o que propriamente se chama<br />
linguagem. Quando se é escudeiro dela não se está ainda nela; quando se é<br />
mestre dela já se lhe não pertence. Nestas palavras obscuras se conta<br />
quanto basta para quem, que o queira ou saiba, entenda o que é a Ordem<br />
de Cristo – a mais sublime de todas do mundo.<br />
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