graal e lanca.pdf - Agricultura Celeste
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A Lança e o Graal<br />
O Infante D. Henrique<br />
Era D. Henrique filho de autêntico monarca, descendente da antiga<br />
linhagem de soberanos que reinaram em Portugal, em Castela, em Aragão e na<br />
Inglaterra. Descendia ele, portanto, do que mais alto existia em matéria de<br />
nobreza, pertencendo, por isso, à mais alta aristocracia medieval. A ampliação<br />
dos horizontes geográficos portugueses, resultante de suas descobertas, trouxe<br />
em seu bojo, ao lado da expansão comercial marítima que enriqueceu<br />
Portugal, conseqüências imprevisíveis para o mundo. Abriu o caminho para o<br />
processo revolucionário que veio a alcançar o seu ponto crítico, mais tarde, na<br />
Revolução Francesa. O insigne desbravador, no entanto, já naquela época,<br />
desfechava um golpe arrasador nas instituições então vigentes, com todo<br />
aquele rosário de males que o obscurantismo feudal encerrava em si,<br />
funcionando, portanto, como um poder obstaculizante da libertação da mente<br />
humana. Com extraordinária visão, criou ele condições subjetivas para que a<br />
humanidade se libertasse das amarras do fanatismo religioso reinante,<br />
preparando, em conseqüência os alicerces para a eclosão da Renascença e,<br />
mais tarde, do movimento chamado Iluminista.<br />
O Infante D. Henrique transformou as concepções geográficas<br />
fantasiosas, lendárias e incongruentes de sua época, transmutando-as numa<br />
ciência exata e abrindo a todos os interessados o método experimental, base da<br />
cultura do Ocidente moderno. Desde os tempos do sábio Ptolomeu até o<br />
advento do famoso D.Henrique (cerca de 1300 anos de história se passaram) o<br />
conhecimento humano pouco avançara, especialmente no que tange à ciência<br />
aplicada ao bem estar da humanidade. Ao Norte da Europa, os Vikings, só<br />
lograram alcançar, em sua expedições, a Islândia, a Groelândia e o Labrador,<br />
indo, talvez, até o Continente Americano. Mas estas aventuras, realizadas sem<br />
método e sem planejamento que caracterizavam as coisas feitas para durar,<br />
inteiramente ao acaso, perderam-se como patrimônio da humanidade, lhes<br />
faltou a essência vivificante das grandes realizações, qual seja, o impulso<br />
avatárico dado aos portugueses pelo Grande Iniciado de Sagres. No Leste<br />
Europeu fundara-se o reino medieval da Rússia, destruído, posteriormente<br />
pelos Tártaros. Já o Sudoeste Europeu tornara-se mais conhecido, graças ao<br />
domínio árabe, povo de raiz cultural profunda e, por isso, muito mais<br />
adiantado que os ocidentais. Por tudo isto é que os árabes foram capazes de<br />
conservar o fruto das experiências do passado, tirando o melhor proveito<br />
prático de suas descobertas que, mais tarde, muito iriam facilitar aos<br />
portugueses o domínio do Oriente e, por fim, do Ocidente, enfeixando, assim,<br />
na época, os governos políticos e econômicos do mundo.<br />
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