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Maioridade 03 - Câmara Municipal de Ílhavo

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A importância do suporte afectivo da família<br />

A importância do<br />

suporte afectivo<br />

da família<br />

As relações afectivas são consi<strong>de</strong>radas como uma das partes mais importantes da vida.<br />

As relações marcadas por suporte, carinho, disponibilida<strong>de</strong> e segurança aumentam a autoestima<br />

e proporcionam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem, isto é, as relações<br />

afectivas estabelecidas po<strong>de</strong>m ser factores <strong>de</strong> protecção individuais relativamente a problemas<br />

psicológicos.<br />

De entre os vários tipos <strong>de</strong> relações afectivas, aquelas que são proporcionadas pela família<br />

tomam especial relevo. A família <strong>de</strong>verá ser o lugar da troca, da entreajuda incondicional. A família<br />

<strong>de</strong>verá ser o lugar primordial das trocas afectivas entre gerações, pois é aí que as gerações se<br />

encontram e interagem. Gran<strong>de</strong> parte das famílias mo<strong>de</strong>rnas organizam-se em torno <strong>de</strong> laços <strong>de</strong><br />

parentesco, construindo re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações através das quais circulam ajudas, bens e afectos.<br />

As trocas intergeracionais continuam a ser um aspecto essencial das relações familiares nas<br />

socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas. De modo geral, as trocas concretizam-se em torno do domínio afectivo, da<br />

ajuda doméstica e financeira, da guarda das crianças e dos cuidados gerais em caso <strong>de</strong> doença<br />

ou incapacida<strong>de</strong>. "Dá-se" e "recebe-se" tempo <strong>de</strong> convívio e atenção, serviços <strong>de</strong> vária or<strong>de</strong>m e,<br />

talvez o que mais facilmente se consegue contabilizar, ajudas financeiras e presentes.<br />

Essas trocas são muito importantes; os avós acompanham e dão aos netos uma dimensão do<br />

sentido <strong>de</strong> família e, bens escassos - tempo, partilha e sabedoria. Com uma vida <strong>de</strong> trabalho já<br />

"arrumada" atrás das costas ou em ida<strong>de</strong> ainda activa, muitos avós têm um "segundo emprego", o<br />

<strong>de</strong> tomar conta dos netos, que não garante or<strong>de</strong>nado mas os "enriquece" <strong>de</strong> afectos.<br />

Apesar do capital <strong>de</strong> afectivida<strong>de</strong> entre familiares se manter ao longo dos anos, o relacionamento<br />

processa-se agora <strong>de</strong> forma diferente daquele que existia nas socieda<strong>de</strong>s tradicionais. A velhice<br />

adquiriu maior visibilida<strong>de</strong> com o aumento absoluto e relativo do número <strong>de</strong> idosos e o prolongamento<br />

da terceira fase no ciclo <strong>de</strong> vida. Aumentou, também, o número e a frequência <strong>de</strong> casos problemáticos<br />

<strong>de</strong> isolamento e abandono.<br />

Em Portugal, segundo os últimos recenseamentos, cada vez é menos frequente a coabitação<br />

dos pais idosos com os seus filhos adultos e, em contrapartida, maior a proporção <strong>de</strong> idosos que<br />

vivem sós.<br />

Os últimos dados dos Censos indiciam o sentido da mudança: maior autonomia das pessoas<br />

idosas mas, provavelmente, também maior isolamento face à família.<br />

Quando existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer ao suporte <strong>de</strong> profissionais, o laço que une esse suporte<br />

e a solidarieda<strong>de</strong> familiar é evi<strong>de</strong>nte. Não existe uma solução única e <strong>de</strong>finitiva dos problemas, e<br />

a intervenção dos profissionais é diferente das ajudas que po<strong>de</strong>m dispensar as famílias. Não só a<br />

solidarieda<strong>de</strong> familiar intervém num registo diferente do dos serviços públicos e profissionais, como<br />

a entreajuda, movida pelo sentimento <strong>de</strong> afecto e obrigação, e a acção que <strong>de</strong>senvolve, é caracterizada<br />

por maior flexibilida<strong>de</strong> e adaptabilida<strong>de</strong>.<br />

A presença assídua <strong>de</strong> pessoas significativas, quando <strong>de</strong>sejada pelos idosos que se encontram<br />

integrados em lar/residência, é fundamental para o seu bem-estar. A sua presença <strong>de</strong>ve ser vista<br />

como um apoio para muitas das activida<strong>de</strong>s e cuidados, ou seja, o suporte afectivo da família,<br />

quando existe, <strong>de</strong>ve ser preservado.

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