Maioridade 03 - Câmara Municipal de Ílhavo

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Entrevista com o Sr. Manuel Teles
porco assado no Jardim. Faz-se a animação
durante todo o dia, sempre por volta de Novembro,
no dia de S. Martinho, com um torneio de malha.
Depois é servido o porco assado para quem quiser
e, simultaneamente, a Rádio Faneca, que no fim
de contas é uma aparelhagem sonora que está
ali, só que eu faço questão de transmitir música
daquele tempo, dos anos 50 e 60.
E falava nas emissões?
Para além das dedicatórias e de anúncios
de ocasião: "hoje há o filme tal" ou "há baile" ou
"há um cortejo", havia publicidade, havia uns
patrocinadores que auxiliavam na manutenção
da Rádio Faneca.
E porque é que acabou a Rádio Faneca?
Acabou em Ílhavo porque o edifício onde
estava instalada a Rádio foi modificado e vendido
e deixámos de ter lá guarida, por assim dizer.
Depois aquilo também mudou de mãos, mudou
de donos e, entretanto, o interesse foi diminuindo.
O pessoal começou a ter muitas solicitações e
começou a perder o interesse e acabou naturalmente.
Manteve-se na Costa Nova…
A Rádio faneca mudou quem a ouvia?
Mudou Ílhavo?
Para além da animação, era um aglutinador
da juventude, ajudava ao convívio. Aquilo que
eu digo é que hoje não se convive. Convive-se
muitíssimo pouco, e isto era uma maneira que
a juventude tinha para conviver... A Rádio também
foi casamenteira.
Também sei que é animador das Marchas
Sanjoaninas. Como é que surgiu essa
oportunidade?
Isso também já vem de longa data. Comecei
por ser, e ainda continuo a ser, por simpatia do
Sr. Presidente da Câmara Municipal de agora,
apresentador das Marchas Populares. Este ano
estivemos na Gafanha da Nazaré, na Barra e no
Pavilhão de Ílhavo. Lá vou fazendo, para além
de anunciar, de "entertainer" nas marchas. Quando
a marcha demora um bocadinho diz-se uma
piada, que às vezes não tem piada nenhuma
mas corre-se esse risco, atira-se uma brincadeira
qualquer para o ar, e ainda me mantenho nessa
função.
Com tanta actividade, decerto que não
ficou por aqui. Tem mais alguma coisa que
gostaria de mencionar?
Para além das apresentações das marchas
fui colaborador, durante alguns anos, da
Associação Chio-Pó-Pó, enquanto houve Carnaval
em Ílhavo. Fiz, durante alguns anos, os discursos
da chegada do Rei e da Rainha, fui Rei do
Carnaval, pertenci ao Agrupamento de Escuteiros
e hoje pertenço à Fraternidade Nuno Álvares,
que é a velha guarda dos escuteiros que consagra
os antigos filiados do C.N.E.. Temos um Núcleo
que foi dos primeiros a nível nacional: o núcleo
de Ílhavo, e agora está espalhado por todo o país.
A Fraternidade é uma maneira de convivermos,
recordarmos os bons tempos que
passámos nos escuteiros e vamos mantendo o
contacto assim.
Também esteve ligado ao Orfeão de Vagos?
Estive ligado, desde a fundação, ao Orfeão
de Vagos sempre como apresentador e só mais
tarde como coralista. Também estive ligado ao
Orfeão da Fábrica da Vista Alegre que tinha,
desde a fundação, uma componente social muito
forte. Para além da creche e do refeitório tinha
uma Banda de Música, que chegou a ser das
Bandas Civis mais conceituadas a nível nacional,
e teve um Orfeão, que a determinada altura
deixou de funcionar e foi reactivado na altura em
que eu ainda estava ao serviço da Fábrica. Nessa
altura também integrei como apresentador.
Ainda mantenho o meu gosto pela música
coral e pena tenho que não tenhamos na nossa
cidade um grupo de vinte ou trinta pessoas que
quisessem formar um Grupo Coral. Exige trabalho,
persistência e sobretudo gosto de cantar. Ainda
vou cantando, vou ajudando o Grupo Coral da
Igreja, da missa vespertina no Sábado. Lá vou
ajudando com a minha esposa. Fazemos parte
do Grupo e às vezes na brincadeira lá se canta
"A Mula da Cooperativa" e assim…