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Nível B3<br />
Área de competência chave Linguagem e Comunicação<br />
UFCD<br />
LC3B – Interpretar textos informativos.<br />
LC3C – Produzir textos informativos.<br />
Conteúdo<br />
Textos de imprensa<br />
Técnicas e modelos de escrita<br />
Tema <strong>Notícia</strong><br />
Objectivos específicos<br />
Conhecer a intencionalidade comunicativa, estrutura e<br />
linguagem da notícia.<br />
Redigir uma notícia.<br />
Utilizar o código escrito de modo correcto e coerente com o<br />
tipo de texto redigido, com diversificação de vocabulário e<br />
estruturas frásicas.<br />
Proceder à correcção e revisão dos textos produzidos.<br />
Pré-requisitos:<br />
Saber usar os articuladores de discurso.<br />
Utilizar correctamente o código escrito de modo coeso e coerente.<br />
Redigir textos de acordo com uma dada tipologia.<br />
Espaço e materiais:<br />
Sala de aula; ficha de trabalho; quadro-guia dos articuladores de discurso.<br />
FASES CONTEÚDOS/MÉTODOS/MATERIAIS TEMPO<br />
Introdução Diálogo sobre o porquê do estudo da notícia. 10<br />
Desenvolvimento<br />
Sistematização das características genológicas da notícia:<br />
intencionalidade comunicativa, estrutura e linguagem.<br />
Expressão escrita: produção de notícias.<br />
100<br />
Avaliação<br />
Correcção dos textos produzidos.<br />
Aperfeiçoamento de texto: revisão das notícias produzidas.<br />
70<br />
Conceitoschave<br />
Imprensa; género jornalístico; notícia; lei da proximidade; estrutura (título; lead; corpo<br />
da notícia).<br />
Sumário da aula:<br />
Textos da imprensa: a notícia.<br />
Autor: José Carreiro 1
Nível B3<br />
Área de competência chave Linguagem e Comunicação<br />
UFCD<br />
LC3B – Interpretar textos informativos.<br />
LC3C – Produzir textos informativos.<br />
Conteúdo<br />
Textos de imprensa<br />
Técnicas e modelos de escrita<br />
Tema <strong>Notícia</strong><br />
Leitura para informação e estudo<br />
1. Objectivo do estudo da notícia<br />
FICHA DE TRABALHO<br />
Por ser publicada na imprensa, a notícia tem como alvo o público alargado ao qual chega num curto espaço de tempo. Assim,<br />
a intencionalidade comunicativa deste tipo de texto é informar.<br />
O estudo da notícia, modelo da mensagem informativa, é exemplo de texto com estrutura fixa, para além de que constitui um<br />
tipo de registo onde é necessário separar o essencial do acessório e de proceder a uma boa condensação da informação.<br />
2. Definição e estrutura da notícia<br />
A notícia é uma narrativa curta que fixa apenas o essencial de um acontecimento actual e que desperta a curiosidade do<br />
público a que se destina.<br />
Note que um leitor toma atenção às notícias (ou outros textos do jornal) em função dos seus próprios centros de interesse. É o<br />
que denominamos de lei da proximidade: proximidade geográfica, psico-afectiva, temporal, socioprofissional e sociocultural,<br />
político-ideológica e proximidade da vida quotidiana (cf. Yves Agnès/ Jean Michel Croissandeau, Lire le Journal, Edition F.P.Lobies).<br />
A notícia é estruturada do seguinte modo:<br />
Título<br />
O título deve ser breve, preciso e rigoroso, embora<br />
imaginativo e expressivo, de forma a captar a atenção do<br />
leitor para o conteúdo. Por exemplo, os dois títulos que se<br />
seguem referem-se à mesma notícia, só que um deles motiva<br />
mais as pessoas a lê-la:<br />
Assalto num banco do Porto<br />
Ladrão apanhado em flagrante a assaltar um banco no<br />
Porto<br />
Lead, Cabeça, Cabeçalho ou Entrada<br />
Corresponde ao 1º parágrafo da notícia, no qual se narra o<br />
sentido global da narrativa. Responde às quatro perguntas<br />
essenciais.<br />
Garante um bom lead os seguintes procedimentos:<br />
- começar pelo “quem” ou sujeito da frase, porque há uma<br />
maior facilidade na elaboração da notícia enveredando por<br />
uma linguagem directa: sujeito, predicado e complemento,<br />
sem explicações, opiniões ou adjectivos;<br />
Antetítulo – Indica o assunto geral (facultativo).<br />
Título – Deve ser curto e preciso referindo o facto principal<br />
(obrigatório).<br />
Subtítulo – Refere factos particulares relevantes<br />
(facultativo).<br />
Quem? – Quem fez isso? Quem veio? Quem disse isso?<br />
Quem está nessa situação? Aqui pergunta-se pelo<br />
protagonista, o autor do facto noticioso.<br />
O quê? – O que aconteceu ou vai acontecer? O que foi dito?<br />
Quais são os factos?<br />
Quando? – Em que dia? Em que hora? Antes ou depois de<br />
quê? Para o leitor ou ouvinte popular é mais fácil entender<br />
quando a notícia se relaciona com uma data conhecida. Ex.:<br />
Ontem, amanhã, semana passada, após o culto...<br />
Autor: José Carreiro 2
- colocar numa posição destacada uma palavra-chave, uma<br />
palavra que tenha a maior carga dramática, fazendo<br />
convergir as a tenções sobre ela.<br />
Corpo<br />
Corresponde aos restantes parágrafos da notícia. Desenvolve<br />
os acontecimentos, respondendo a mais perguntas.<br />
O relato noticioso que se faz no corpo ou desenvolvimento<br />
da notícia deve ser escalonado por ordem decrescente de<br />
interesse e por parágrafos independentes e tão breves quanto<br />
possível, para que não se perca o essencial da notícia.<br />
Onde? – Em que lugar? Aqui também é melhor buscar um<br />
“onde” que se relaciona com um lugar conhecido<br />
(especialmente quando for uma notícia para veiculação<br />
local). Ex.: Nesta mesma região, na cidade vizinha, a três<br />
quilómetros do concelho...<br />
Como? – Como se desenvolveu o facto? Em que<br />
circunstâncias? Com que meios? O “como” engloba dados<br />
mais detalhados, fala do processo, põe as “cores” no facto,<br />
coloca “carne nos ossos”.<br />
Porquê? – Os motivos e as razões.<br />
Para quê? – A finalidade (esta questão nem sempre é<br />
respondida e, muitas vezes, funde-se com Porquê?)<br />
2. A linguagem utilizada na notícia deve:<br />
• Ser simples, clara, concisa e acessível, utilizando vocabulário corrente e frases curtas;<br />
• Recorrer prioritariamente a nomes e a verbos, evitando, sobretudo, os adjectivos valorativos (Por exemplo, ao invés<br />
de “belo vestido”, diga “o vestido de seda vermelho” (o leitor é quem deve achar o vestido bonito ou não); no lugar<br />
de “prédio alto” ou “muitas pessoas compareceram à reunião”, diga “o prédio de quinze andares”; “noventa pessoas<br />
compareceram à reunião”).<br />
• Usar, especialmente, frases do tipo declarativo.<br />
• Ser escrita na 3ª pessoa.<br />
3. Exemplificação<br />
(Nos Bastidores Da Midia - Como Os Meios De Comunicação Afetam A Mente, Michelson Borges, Casa Publicadora Brasileira, 2005 – adaptado<br />
http://www.turmaadvento.com/aulas/comunicacao/redacao/red02.pdf)<br />
Autor: José Carreiro 3
Aplicação<br />
Exercício 1<br />
SUÍÇA VAI ACOLHER MUSEU CHARLES CHAPLIN<br />
Novo Ser em Português, Artur Veríssimo (coord.), Areal Ed., 2007, p. 43<br />
A casa onde o actor Charles Chaplin viveu os últimos 25 anos da sua vida, no cantão de Vaud, Suíça, foi o local escolhido<br />
para albergar o futuro Museu Charles Chaplin, com inauguração marcada para o ano de 2005. A ideia partiu de Michael<br />
Chaplin, um dos seus oito filhos, que insistentemente acolhia os pedidos de pessoas do mundo inteiro para visitar a casa onde<br />
viveu um dos mais famosos actores cómicos de sempre, a par de Buster Keaton e os irmãos Marx. A concepção do museu foi<br />
entregue ao arquitecto canadiano Yves Durand – também responsável pelo Europarque, em Santa Maria da Feira - e grande<br />
admirador do actor que apelida de «nobre vagabundo». Durand pretende recriar o ambiente dos pequenos cinemas de bairro<br />
onde foram projectados os primeiros filmes mudos, mas também evocar a vida familiar de «Charlot» e uma série de outras<br />
referências, de Jean Cocteau a Louis Aragon, passando por Picasso e outros artistas, que marcaram o seu percurso.<br />
1. De onde foi retirado este texto?<br />
2. Que facto/acontecimento nos relata?<br />
Público, 6 de Janeiro de 2003<br />
Autor: José Carreiro 4
3. Você é capaz de indicar o local onde ocorreu?<br />
4. E quando é que ele ocorreu?<br />
5. O que resultou desse acontecimento?<br />
Exercício 2<br />
Vozes em Língua Portuguesa 8, M. Salvador Cunha e Adriano Basto, Lisboa, Editorial O Livro, 2003, pp. 30-31.<br />
Ordene os parágrafos numerados de 1 a 5, sabendo que eles integram uma notícia que tem este título:<br />
PENICHE<br />
Aves mortas acusam petróleo<br />
1<br />
«As aves apareceram com manchas de petróleo que cobrem 10 a 30 por cento do seu corpo, o que as enfraquece bastante»,<br />
disse Carlos Santos, técnico da Reserva Natural das Berlengas.<br />
2<br />
Três dezenas de aves foram, hoje, encontradas mortas, nas praias de Peniche, com manchas de petróleo. Os técnicos das<br />
Berlengas conseguiram salvar 40 animais.<br />
3<br />
Entre as aves mortas, encontravam-se alguns airos, cuja população está em vias de extinção.<br />
4<br />
Mas não é possível, segundo o técnico, concluir que as mortes sejam mais uma consequência do derrame do «Prestige» As<br />
aves podem ter sucumbido ao cansaço, já que migraram do Norte e encontraram condições climatéricas adversas em Portugal.<br />
5<br />
Com um comprimento médio de 45 centímetros, o airo apresenta o peito branco e o dorso negro e é designado, pela sua<br />
semelhança, o pinguim do hemisfério Norte. Nidifica nas falésias costeiras, sendo frequente no Mar do Norte. A Reserva<br />
Natural da Berlenga é, hoje, o local mais a sul onde nidifica.<br />
Exercício 3<br />
Um incêndio deflagrou, na passada segunda-feira, por<br />
volta das 14 horas, na fábrica de produção de cera Bimarc,<br />
na Marinha Grande.<br />
Os operários da Bimarc, não ganharam para o susto<br />
com o incêndio que consumiu por completo um dos<br />
sectores daquela empresa ao início da tarde de segundafeira.<br />
Uma fuga de gás deverá ter estado na origem do<br />
incêndio, que "culminou numa primeira explosão, a que se<br />
seguiram outras explosões", disse ao <strong>Notícia</strong>s de Leiria<br />
José António Antunes, 2° comandante dos Bombeiros<br />
Voluntários de Leiria, que compareceram no local com 30<br />
homens e oito viaturas de combate a incêndios.<br />
Novo Ser em Português, Artur Veríssimo (coord.), Areal Ed., 2007, p. 47<br />
Fuga de gás deverá estar na origem do incêndio<br />
FÁBRICA DE CERA ARDE<br />
Susto para operários marinhenses<br />
O fogo deflagrou na zona de produção da fábrica, onde<br />
está instalado tanto o gás natural como o de garrafa,<br />
"tornando-se difícil saber em qual dos dois tipos de gás<br />
terá ocorrido a fuga", afirmou o mesmo responsável,<br />
adiantando que " aquela área ficou totalmente destruída".<br />
O fogo consumiu ainda o telhado de um dos armazéns<br />
contíguos, no entanto a pronta acção dos soldados da paz<br />
evitou que o incêndio alastrasse "aos armazéns de produto<br />
acabado e de decoração", tendo os bombeiros que utilizar<br />
uma retroescavadora "para separar os escombros e a<br />
amálgama de ferro". O fogo foi dado como extinto quando<br />
faltavam cinco minutos para as 16 horas.<br />
Autor: José Carreiro 5
Como resultado do incêndio, dois bombeiros tiveram<br />
de receber tratamento hospitalar em Leiria. O nervosismo<br />
1. Identifique as partes que constituem esta notícia.<br />
2. A que perguntas deve responder o lead? Encontre nesta notícia a resposta a essas perguntas.<br />
instalado nos operários levou ainda duas trabalhadoras a<br />
receber tratamento, no mesmo hospital.<br />
3. A que perguntas deve responder o corpo da notícia? Encontre a resposta a essas perguntas neste texto.<br />
Exercício 4<br />
O REPÓRTER<br />
Todo o mundo é imperfeito, mesmo redacção de jornal. Em trinta fatigantes anos de ofício, Roseiral foi a única<br />
reportagem de Cacildo Tavares alheia à sua especialidade: desastres. Repórter de tanta tarimba, jornalista de pena leve, e não<br />
o sobem aos altos temas, artigos requerendo experiência e ponderação. Só desastres. Má vontade, vexame e, como se não<br />
bastasse, sempre o azar pendurado à perna.<br />
Bom, cheguei ao local do sinistro. Quantas vezes, na minha longa carreira, escrevi eu «local do sinistro»? No mínimo duas<br />
páginas em corpo sete, só para locais de sinistros. Espreitei o carro espalmado debaixo do camião.<br />
Tiraram gente?<br />
Dois, disse o bombeiro.<br />
Dois, aponto. O número é que varia. Mas dois ou quatro, os corpos são retirados de uma amálgama de ferros torcidos.<br />
Escrevo: «Amálgama de ferros torcidos», a caneta já vai sozinha, é como desenhar a assinatura. Compreende: são anos e anos<br />
de amálgama de ferros torcidos. E a caneta vai por aí fora, adiantando-se às informações: «ao fazer uma ultrapassagem ... »<br />
Foi ultrapassagem, não foi?<br />
Fatal como o destino, confirmou o bombeiro.<br />
E do «violento embate resultou... » Violento embate, desnecessário perguntar. Basta ver a amálgama de ferros torcidos.<br />
Morreram os dois?<br />
Logo.<br />
Pois: «do violento embate resultou a morte imediata do condutor e do seu acompanhante».<br />
Penso: mil vezes, já escrevi esta notícia mil vezes. Diferente só o local do sinistro e a identidade das vítimas. E isso que<br />
importa aos leitores do jornal? Interessa às famílias, coitadas, cabe às autoridades a informação.<br />
Há por aí uma autoridade?, reclamei.<br />
Diga, ofereceu-se o republicano.<br />
Já se conhece a identidade das vítimas?<br />
Vá à morgue, talvez lá.<br />
Vá à morgue, a conversa dele! E o tempo? Jornal tem horas, a partir das tantas todo o chefe é histérico. Boa vida na<br />
redacção. Ele há colunista, colador de telegrama, telefonador para todo o sítio, legendador de fotografias, subchefe, chefe,<br />
superchefe, maxichefe. E fora, no picanço, quem? Cacildo Tavares, repórter de desastres.<br />
Ó sô guarda, o carro ia na esgalha, não?<br />
A uns cento e sessenta.<br />
Evidente: «lançado a louca velocidade...» E o motorista do camião? Ferido?<br />
Nada. Foi ao hospital mas era só nervoso, disse o guarda.<br />
Claro: «vítima de forte comoção, o motorista do veículo pesado recebeu assistência no estabelecimento hospitalar mais<br />
próximo, recolhendo depois a casa». Recolheu?<br />
Não o vejo por aí.<br />
Então recolheu. Depois disto, o homem não ia ao cinema. Bem, só me falta a identificação dos sinistrados. A chapinha do<br />
carro: não tem nome lá?<br />
Qual carro, um monte de sucata.<br />
Bem vejo: uma amálgama de ferros torcidos.<br />
Olhei as horas: nove e meia. Já?<br />
... Ó sô guarda, vou indo, jornal às tantas fecha. Importa-se de me telefonar logo que conheça a identidade das vítimas?<br />
Pronto, agradecido. Não acrescenta nada, claro, cem mil leitores querem lá saber se eram Manuel ou Alfredo, Timóteo ou<br />
Ezequiel. Mas são as regras: quem, onde, quando, o quê, está a compreender?<br />
Autor: José Carreiro 6
1. Atente na figura de Cacildo Tavares.<br />
1.1. Em que consiste a sua actividade jornalística?<br />
1.2. Que razões aponta ele para o seu insucesso?<br />
1.3. Que sentimentos manifesta em relação aos colegas de trabalho?<br />
2. «... a caneta já vai sozinha, é como desenhar a assinatura.»<br />
2.1. Justifique a afirmação do repórter.<br />
2.2. Que nome se dá às expressões que a «caneta escreve sozinha»?<br />
3. «Ó sô guarda, o carro ia na esgalha, não?<br />
«Evidente: lançado a louca velocidade...»<br />
3.1. Compare as expressões sublinhadas, em termos de:<br />
- significado;<br />
- registo de língua.<br />
Mário Zambujal, À noite logo se vê<br />
3.2. Relacione a adequação das expressões sublinhadas com a situação de comunicação em que cada uma delas ocorre.<br />
3.3. Sublinhe, no texto, expressões onde o registo informal da língua seja evidente.<br />
4. Redija a notícia que Cacildo Tavares provavelmente escreveu.<br />
(Novo Ser em Português, Artur Veríssimo (coord.), Areal Ed., 2007, pp. 49-50)<br />
Autor: José Carreiro 7
Exercício 1<br />
1. De onde foi retirado este texto?<br />
Jornal Público, 6 de Janeiro de 2003.<br />
2. Que facto/acontecimento nos relata?<br />
Fundação do Museu Charles Chaplin.<br />
FICHA DE TRABALHO<br />
CRITÉRIOS DE CORRECÇÃO<br />
3. Você é capaz de indicar o local onde ocorreu?<br />
Casa onde o actor Charles Chaplin viveu os últimos 25 anos da sua vida, no cantão de Vaud, Suíça.<br />
4. E quando é que ele ocorreu?<br />
A inauguração foi marcada para o ano de 2005.<br />
5. O que resultou desse acontecimento?<br />
Pretende-se “recriar o ambiente dos pequenos cinemas de bairro onde foram projectados os primeiros filmes mudos, mas<br />
também evocar a vida familiar de «Charlot» e uma série de outras referências”.<br />
Exercício 2<br />
Ordem correcta dos parágrafos da notícia: 2-1-4-3-5.<br />
Exercício 3<br />
1. Identifique as partes que constituem esta notícia.<br />
Títulos, lead e corpo da notícia.<br />
2. A que perguntas deve responder o lead? Encontre nesta notícia a resposta a essas perguntas.<br />
No lead desta notícia a informação aparece na seguinte ordem:<br />
O quê? “Um incêndio deflagrou”<br />
Quando? “na passada segunda-feira, por volta das 14 horas”<br />
Onde? “na fábrica de produção de cera Bimarc, na Marinha Grande.”<br />
Ficou excluída a resposta à pergunta “quem?”.<br />
3. A que perguntas deve responder o corpo da notícia? Encontre a resposta a essas perguntas neste texto.<br />
No corpo desta notícia a informação aparece na seguinte ordem:<br />
Porquê? «Uma fuga de gás deverá ter estado na origem do incêndio»<br />
Como? «O fogo deflagrou na zona de produção da fábrica, onde está instalado tanto o gás natural como o de garrafa,<br />
"tornando-se difícil saber em qual dos dois tipos de gás terá ocorrido a fuga", afirmou o mesmo responsável,<br />
adiantando que " aquela área ficou totalmente destruída". O fogo consumiu ainda o telhado de um dos armazéns<br />
contíguos, no entanto a pronta acção dos soldados da paz evitou que o incêndio alastrasse "aos armazéns de<br />
produto acabado e de decoração", tendo os bombeiros que utilizar uma retroescavadora "para separar os<br />
escombros e a amálgama de ferro". O fogo foi dado como extinto quando faltavam cinco minutos para as 16<br />
horas.<br />
Como resultado do incêndio, dois bombeiros tiveram de receber tratamento hospitalar em Leiria. O nervosismo<br />
instalado nos operários levou ainda duas trabalhadoras a receber tratamento, no mesmo hospital.»<br />
Autor: José Carreiro 8
Exercício 4<br />
1.1. Cacildo Tavares é repórter de desastres.<br />
1.2. Razões que levam Cacildo Tavares ao insucesso: a má vontade dos seus superiores e o desejo de o humilharem, assim<br />
como a falta de sorte.<br />
[Tudo razões não imputáveis a ele próprio – a culpa cabe, por inteiro, aos outros.]<br />
1.3. A integrar na resposta pelos alunos: o ressentimento (pela suposta humilhação sofrida); o despeito (pela presumível<br />
discriminação de que é alvo: faz ele o serviço de rua; os outros ficam na boa vida da redacção); a convicção de que é<br />
injustiçado (não lhe são confiados trabalhos mais compatíveis com a sua experiência e a sua facilidade de escrita: «Repórter<br />
de tanta tarimba, jornalista de pena leve.»); a desmotivação, que o trabalho demasiado rotineiro provoca.<br />
2.1. Pouco varia: «o local do sinistro e a identificação das vítimas». O resto é feito mecanicamente, por força de um trabalho<br />
demasiado rotineiro e da banalização desse tipo de notícias: «… a caneta já vai sozinha, é como desenhar a assinatura.» O<br />
texto poderia ter sido escrito antes do acontecimento.<br />
2.2. São lugares comuns, ou frases feitas, ou clichés. Na gíria jornalística, «chapa 5»,<br />
3.1. Os alunos devem constatar que as expressões sublinhadas têm uma significação idêntica, mas pertencem a registos de<br />
língua diferentes (informal e formal, respectivamente).<br />
3.2. A primeira expressão é proferida numa situação de conversa despreocupada (daí o registo informal); a segunda,<br />
apresentada num jornal, onde a objectividade obriga a um uso formal da língua.<br />
3.3. Expressões a sublinhar:<br />
- «o azar pendurado à perna»;<br />
- «Interessa às famílias, coitadas»;<br />
- «Ó sô guarda»;<br />
- «subchefe, chefe, superchefe, maxichefe»;<br />
- «E fora, no picanço, quem?»;<br />
- «mas era só nervoso»;<br />
- «A chapinha do carro».<br />
4. É possível dar-se uma ideia aproximada da notícia que o repórter terá publicado:<br />
Na avenida de ...<br />
Acidente de viação faz dois mortos<br />
Um automóvel ligeiro, lançado a louca velocidade, chocou, ontem, _________, com um camião que rodava em sentido<br />
contrário, ao fazer uma ultrapassagem perigosa. Do violento embate resultou a morte imediata do condutor do veículo ligeiro,<br />
_________, e do seu acompanhante, __________».<br />
Vítima de forte comoção, o motorista do veículo pesado, ________ recebeu assistência no estabelecimento hospitalar mais<br />
próximo, recolhendo depois a casa.<br />
Os corpos das vítimas foram retirados, com dificuldade, pelos bombeiros, de uma amálgama de ferros torcidos, só removidos<br />
do local do sinistro horas mais tarde.<br />
Durante a operação de resgate dos corpos, a rua esteve interrompida ao trânsito, tendo sido reaberta ao fim da manhã.<br />
[Note que os espaços em branco correspondem àquilo que varia: «o local do sinistro e a identificação das vítimas». O resto é<br />
feito mecanicamente.]<br />
(Novo Ser em Português, Artur Veríssimo (coord.), Areal Ed., 2007, pp. 49-50)<br />
Autor: José Carreiro 9