17.04.2013 Views

sady raul pereira a premissa do falo eo conceito de ... - Livros Grátis

sady raul pereira a premissa do falo eo conceito de ... - Livros Grátis

sady raul pereira a premissa do falo eo conceito de ... - Livros Grátis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

encontra-se no reconhecimento <strong>de</strong> que as acusações direcionadas ao eu correspon<strong>de</strong>m na<br />

verda<strong>de</strong> a uma outra pessoa. É exatamente com essa chave que Freud encontra a abertura<br />

não somente para o <strong>de</strong>svelamento <strong>do</strong> processo patogênico na melancolia mas também para<br />

o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação.<br />

A i<strong>de</strong>ntificação é um produto que as retiradas <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong> objetos têm no<br />

próprio eu, que, por sua vez, é uma instância constituída <strong>de</strong> restos <strong>de</strong> objetos aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s.<br />

Quan<strong>do</strong> a libi<strong>do</strong> é <strong>de</strong>sviada <strong>do</strong> objeto, é conservada em suspenso sob condições especiais<br />

<strong>de</strong> tensão e posteriormente é <strong>de</strong>fletida sobre o eu, tornan<strong>do</strong>-se, então, uma vez mais, só que<br />

secundariamente, libi<strong>do</strong> narcísica. Daí a expressão narcisismo secundário, ou seja, o retorno<br />

<strong>de</strong>ssexualiza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s investimentos objetais sob a forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificações.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o eu a partir <strong>de</strong> reflexões estabelecidas em O eu e o isso, observamos<br />

que ele não é simplesmente uma porção <strong>do</strong> isso modificada pela influência <strong>do</strong> sistema<br />

perceptivo e, assim, o representante <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> externo na mente mas também algo que se<br />

constitui nos mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um objeto. Vale dizer também que a transformação <strong>de</strong> uma escolha<br />

objetal erótica numa alteração <strong>do</strong> eu constitui um méto<strong>do</strong> pelo qual o eu po<strong>de</strong> obter<br />

controle sobre o isso, bem como aprofundar suas relações com ele. Mas tal situação tem um<br />

preço: o eu tem <strong>de</strong> se submeter, em gran<strong>de</strong> parte, às exigências <strong>do</strong> isso. “Ao assumir as<br />

características <strong>do</strong> objeto, ele está se forçan<strong>do</strong>, por assim dizer, ao isso como um objeto <strong>de</strong><br />

amor e tentan<strong>do</strong> compensar a perda <strong>do</strong> isso, dizen<strong>do</strong>: ‘Olhe, você também po<strong>de</strong> me amar;<br />

sou semelhante ao objeto’” 48 . O problema é que, ao se colocar <strong>de</strong>sse mo<strong>do</strong>, o eu também<br />

po<strong>de</strong> se tornar alvo <strong>do</strong> ódio.<br />

48 FREUD, S. O eu e o isso, p. 2711.<br />

33

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!