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sady raul pereira a premissa do falo eo conceito de ... - Livros Grátis

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conseqüentemente, só surgiu em relação ao objeto? Dessa perspectiva, então, Freud<br />

consi<strong>de</strong>ra em Mais além <strong>do</strong> princípio <strong>de</strong> prazer que, ao longo da fase oral da organização<br />

da libi<strong>do</strong>, o <strong>do</strong>mínio erótico sobre um objeto coinci<strong>de</strong> com a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong>ste.<br />

Posteriormente, a pulsão sádica é isolada e, finalmente, na fase <strong>de</strong> primazia genital, assume,<br />

na masculinida<strong>de</strong>, a função <strong>de</strong> <strong>do</strong>minar o objeto sexual até o ponto necessário à consecução<br />

<strong>do</strong> ato sexual. Assim, o sadismo, expulso <strong>do</strong> eu, apontou o caminho para os componentes<br />

libidinais e estes o seguiram para o objeto. Quan<strong>do</strong> o sadismo não é mitiga<strong>do</strong>, encontramos<br />

intensa ambivalência <strong>de</strong> amor e ódio na vida erótica, tão característica, por exemplo, da<br />

neurose obsessiva. As observações clínicas conduziam à concepção <strong>de</strong> que o masoquismo,<br />

componente complementar ao sadismo, <strong>de</strong>ve ser encara<strong>do</strong> como um sadismo que se voltou<br />

para o próprio eu <strong>do</strong> sujeito. Em princípio, porém, não existe diferença entre uma pulsão<br />

voltar-se <strong>do</strong> objeto para o eu ou <strong>do</strong> eu para um objeto, que é o ponto em que se acha em<br />

discussão atualmente. O masoquismo, o retorno da pulsão para o eu, constituiria, nesse<br />

caso, um retorno a uma fase anterior da história da pulsão, uma regressão. 99 A<br />

conseqüência disso foi postular um masoquismo primário, tal como veremos a seguir.<br />

Freud vai perceben<strong>do</strong> cada vez mais que, ao final <strong>do</strong> complexo <strong>de</strong> Édipo, há uma<br />

instância que se <strong>de</strong>staca no seio da estruturação <strong>do</strong> eu e apresenta uma conexão bastante<br />

importante com as questões que o levaram a formalizar o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> pulsão <strong>de</strong> morte. Essa<br />

instância, que em O eu e o isso é <strong>de</strong>signada por supereu, tanto influencia nas condições <strong>do</strong><br />

recalque quanto se fundamenta no recalca<strong>do</strong>. Foi a observação <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s paranói<strong>de</strong>s, da<br />

melancolia e das neuroses <strong>de</strong> transferência que inicialmente propulsionou as pesquisas<br />

sobre essa divisão no eu, que vem a cumprir funções <strong>de</strong> i<strong>de</strong>al, consciência moral, proteção,<br />

humor e castigo. Com isso, também se observou que o supereu cumpre o papel <strong>de</strong> assinalar<br />

99 FREUD, S. Mais além <strong>do</strong> princípio <strong>de</strong> prazer, p. 2535.<br />

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