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TAO TE CHING<br />
O Tao é a “Razão”, neste sentido, de que a substância das<br />
coisas pode ser apreendida em parte como sendo a relação necessária<br />
entre os elementos do pensamento que determina as leis da<br />
razão. Em outras palavras, a única realidade é aquela que nos<br />
compele a conectar as diversas formas de ilusão conforme fazemos.<br />
Assim, evidentemente, é incognoscível e inexprimível tanto<br />
pelo discurso quanto pelo silêncio. Tudo o que podemos saber<br />
sobre ele é que está inerente nele um poder (que, entretanto, não é<br />
ele próprio) em virtude do qual todos os seres aparecem em formas<br />
congruentes com a natureza da necessidade.<br />
O Tao também é o Caminho – no seguinte sentido. Nada<br />
existe, exceto como uma relação com outras ideias postuladas similarmente.<br />
Nada pode ser conhecido em si mesmo, mas somente<br />
como um dos participantes de uma série de eventos. A realidade<br />
está, portanto, no movimento, não nas coisas movidas. Não podemos<br />
apreender qualquer coisa, exceto como um elemento postulado<br />
de uma impressão de mudança observada. Podemos expressar<br />
isso em outros termos como se segue. Nosso conhecimento<br />
de qualquer coisa na realidade é a soma de nossas observações<br />
de seus movimentos sucessivos, isto é, do seu caminho de evento<br />
a evento. Neste sentido, o Tao pode ser traduzido como o Caminho.<br />
Não é uma coisa em si, no sentido de ser um objeto passível<br />
de apreensão pelos sentidos ou pela mente. Não é a causa de<br />
qualquer coisa, mas a categoria subjacente a toda a existência ou<br />
evento, e, portanto, verdadeiro e real conforme eles são ilusórios,<br />
sendo meramente marcos inventados por conveniência para descrever<br />
as nossas experiências. O Tao não possui nenhum poder<br />
para fazer algo existir ou acontecer. No entanto, nossa experiência<br />
quando analisada nos diz que a única realidade da qual podemos<br />
estar certos é esta senda ou Caminho que sumariza o todo de nosso<br />
conhecimento.<br />
Quanto à ΤΟ ΩΝ, que superficialmente pode parecer a melhor<br />
tradução do Tao conforme descrito no texto, é o mais enganador<br />
dos três. Pois ΤΟ ΩΝ possui uma conotação ampla que im-