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TAO TE CHING<br />
Tomamos refúgio no petitio principii 31 de dizer que a eletricidade<br />
é aquela forma de energia que é a principal causa de tais e tais<br />
fenômenos. Suponhamos agora que nós eliminamos essa ideia<br />
como evidentemente ilógica. O que resta? Não devemos apressadamente<br />
responder, “Nada resta”. Há alguma coisa inerente à natureza<br />
da consciência, razão, percepção, sensação, e do universo<br />
do qual eles nos informam, que é responsável pelo fato de que<br />
observamos estes fenômenos e não outros; que refletimos sobre<br />
eles como nós, e não o contrário. Mas ainda mais profundamente<br />
do que isso, parte da realidade da energia inescrutável que determina<br />
a forma de nossa experiência afinal consiste em determinar<br />
quê experiência deve ter lugar. Deve ficar claro que isso não tem<br />
nada a ver com quaisquer das concepções platônicas da natureza<br />
das coisas.<br />
A propriedade menos desprezível na falência intelectual do<br />
pensamento europeu é a Cabala Hebraica. Devidamente compreendida,<br />
é um sistema de simbolismo infinitamente elástico, não<br />
assumindo nenhum axioma, não postulando nenhum princípio,<br />
não afirmando nenhum teorema, e portanto adaptável, se manuseada<br />
habilmente, para descrever qualquer doutrina concebível.<br />
Tem sido o meu estudo contínuo desde 1898, e achei-a de valor<br />
infinito no estudo do Tao Te Ching. Por sua ajuda eu fui capaz de<br />
atribuir as ideias de Lao-tzu a uma ordem com a qual eu era extremamente<br />
familiar, e cujo valor prático eu havia provado várias<br />
vezes usando-a como base da análise e classificação de todas as<br />
religiões e filosofias arianas e semitas. Apesar da dificuldade essencial<br />
de correlacionar as ideias de Lao-tzu com quaisquer outras,<br />
a aplicação persistente das chaves cabalísticas finalmente<br />
destravou o seu tesouro. Eu fui capaz de explicar a mim mesmo<br />
seus ensinamentos em termos de sistemas familiares.<br />
Essa conquista quebrou as costas da minha Esfinge. Uma vez<br />
tendo reduzido Lao-tzu à forma cabalística, foi fácil traduzir o<br />
resultado para a língua da filosofia. Eu já havia feito muito para<br />
31 [Lat., conforme usado em lógica, “implorar a questão”.]