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Conservação da Natureza - E eu com isso? - Global Garbage

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Fontes de energia convencionais<br />

A queima de <strong>com</strong>bustíveis fósseis é a forma de geração de energia<br />

mais utiliza<strong>da</strong> no mundo. Mais de 70% <strong>da</strong> oferta global de eletrici<strong>da</strong>de é<br />

supri<strong>da</strong> por carvão, óleo <strong>com</strong>bustível e gás natural.<br />

No Brasil, esse tipo de geração representou, em 2010, 7% do<br />

total, <strong>com</strong> forte tendência de expansão no futuro próximo, por conta <strong>da</strong><br />

maior contratação dessas fontes nos leilões de energia dos últimos cinco<br />

anos. O diesel é utilizado em pequenos geradores em locais remotos e<br />

<strong>com</strong>uni<strong>da</strong>des isola<strong>da</strong>s <strong>da</strong> rede elétrica e em usinas termelétricas de grande<br />

porte.<br />

O recém-descoberto petróleo na cama<strong>da</strong> do pré-sal brasileiro<br />

deve acentuar a tendência de crescimento <strong>da</strong> geração termelétrica na<br />

matriz. A exploração e a utilização desse óleo para diferentes fins vêm<br />

sendo amplamente discuti<strong>da</strong>s e coordena<strong>da</strong>s <strong>com</strong> alto grau de priori<strong>da</strong>de<br />

pelo governo brasileiro nos últimos anos. A recente mu<strong>da</strong>nça de paradigma<br />

mundial em decorrência <strong>da</strong> crise climática leva à necessi<strong>da</strong>de de reduzir e<br />

posteriormente eliminar <strong>da</strong> matriz energética as fontes mais em<strong>isso</strong>ras de<br />

gases do efeito estufa, mais especificamente, as térmicas fósseis.<br />

Uma termelétrica média de 160 MW a óleo <strong>com</strong>bustível, por<br />

exemplo, operando a 10% do tempo, pode emitir em um ano mais de<br />

80 mil tonela<strong>da</strong>s de CO2. Além <strong>da</strong>s emissões aéreas, a exploração e o<br />

transporte de <strong>com</strong>bustíveis fósseis trazem inerentes riscos de acidentes, <strong>com</strong><br />

potencial contaminação dos meios terrestre e aquático e conseqüências à<br />

fauna, flora e à saúde humana.<br />

O exemplo mais recente é o vazamento na plataforma de<br />

petróleo no Golfo do México. A <strong>com</strong>plexi<strong>da</strong>de de contenção e limpeza do<br />

óleo derramado resulta em prejuízos tanto para a socie<strong>da</strong>de quanto para<br />

a natureza, <strong>com</strong> efeitos negativos nas principais ativi<strong>da</strong>des econômicas<br />

locais: a pesca e o turismo. Os custos do vazamento já chegam a US$ 11,6<br />

bilhões e devem exercer impactos sobre o investimento em explorações<br />

futuras, <strong>com</strong> a incorporação de uma série de medi<strong>da</strong>s adicionais de<br />

segurança aos processos de logística. Há outra ordem de prejuízos difíceis<br />

de serem previstos, uma vez que parte do óleo derramado continuará a<br />

interagir <strong>com</strong> os ecossistemas nos próximos anos ou mesmo déca<strong>da</strong>s, <strong>com</strong><br />

conseqüências ain<strong>da</strong> desconheci<strong>da</strong>s para a fauna e a flora.<br />

Aos impactos ambientais, somam-se também custos econômicos.<br />

Considerando-se que 60% do valor <strong>da</strong> eletrici<strong>da</strong>de proveniente de fontes<br />

fósseis é <strong>com</strong>posto pelo custo do <strong>com</strong>bustível utilizado nas usinas, sua<br />

operação depende <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> flutuação do preço do <strong>com</strong>bustível<br />

no mercado. O resultado é uma fonte mais cara e sujeita a variações de<br />

preços de mercado.<br />

Petróleo – o futuro do pretérito<br />

A busca pela auto-suficiência é uma política tradicional do setor<br />

energético brasileiro, basea<strong>da</strong> na necessi<strong>da</strong>de de reduzir gastos financeiros<br />

<strong>com</strong> importação. Entretanto, à medi<strong>da</strong> que o problema <strong>da</strong> importação<br />

perd<strong>eu</strong> importância por conta <strong>da</strong> grande produção interna de petróleo, é<br />

apropriado considerar outros fatos, <strong>com</strong>o a intenção do Brasil de integrar<br />

o ranking dos maiores exportadores de petróleo.<br />

O investimento em petróleo consome boa parte <strong>da</strong> ren<strong>da</strong><br />

disponível no país e uma redução nesse investimento poderia liberar<br />

recursos para outros fins economicamente mais produtivos, gerando<br />

produtos e serviços para exportação. A despeito de s<strong>eu</strong> volume de<br />

exportação de <strong>com</strong>modities, o Brasil tem condições de se desenvolver<br />

sustentavelmente, baseado em fontes de energia limpa e na exportação de<br />

produtos <strong>com</strong> um maior valor agregado.<br />

Pré-Sal – as inseguranças do bilhete premiado<br />

O pré-sal é uma cama<strong>da</strong> de rochas localiza<strong>da</strong> abaixo de uma<br />

cama<strong>da</strong> de sal de até dois quilômetros de espessura, situa<strong>da</strong> até cinco<br />

quilômetros abaixo <strong>da</strong> superfície do oceano. É também a denominação<br />

<strong>da</strong>s reservas petrolíferas encontra<strong>da</strong>s nessas rochas e que se estendem do<br />

litoral do Espírito Santo até o litoral de Santa Catarina. Estima-se que<br />

essas reservas contenham algo entre 50 e 80 bilhões de barris de petróleo,<br />

o suficiente para posicionar o Brasil entre os dez maiores produtores do<br />

mundo, caso elas venham a ser <strong>com</strong>pletamente explora<strong>da</strong>s. Antes que a<br />

exploração <strong>com</strong>ercial <strong>da</strong> área do pré-sal seja inicia<strong>da</strong>, há desafios técnicos<br />

de extrema <strong>com</strong>plexi<strong>da</strong>de a serem resolvidos.<br />

O primeiro deles é a grande profundi<strong>da</strong>de que deve ser<br />

ultrapassa<strong>da</strong> até se chegar ao petróleo – uma lâmina de água de mais de 2<br />

mil metros, cama<strong>da</strong>s de sedimentos, de sal e do pré-sal propriamente dito,<br />

que totalizam de 5 mil a 7 mil metros de profundi<strong>da</strong>de. Essas reservas são<br />

bem mais profun<strong>da</strong>s do que o poço onde acontec<strong>eu</strong> o acidente no Golfo<br />

152 CONSERVAÇÃO DA NATUREZA<br />

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