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2. - Rede Visão

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90<br />

Capítulo 8<br />

necidas, e talvez também essa cura que vocês me pediram tão timidamente, em<br />

recompensa de sua abnegação.<br />

Mas, já que aqui estou, em uma assembléia onde se trata, antes de mais nada,<br />

de estudos, eu lhes direi que os que estão privados da vista tinham que se considerar<br />

como os bem-aventurados da expiação. Lembrem-se de que o Cristo disse<br />

que era preciso arrancar seu olho, se ele fosse mau, e que era preferível que fosse<br />

jogado ao fogo, a ser a causa de sua perdição. Ai, quantos existem em seu mundo<br />

que maldirão um dia, nas trevas, por terem visto a luz! Oh! Sim, como são felizes<br />

os que, na expiação, se puniram através da vista! Seu olho não será nunca objeto<br />

de escândalo e de queda; eles são capazes de viver por inteiro a vida das almas, de<br />

ver mais que vocês que vêem claro... Quando Deus me permite ir abrir a pálpebra<br />

a algum desses pobres sofredores e lhe fornecer a luz, eu digo a mim: Cara alma,<br />

por que não conhece você verdadeiramente todas as delícias do Espírito que vive<br />

de contemplação e de amor? Você não pediria para ver imagens menos puras e<br />

menos suaves que as que é capaz de entrever em sua cegueira.<br />

Oh! Sim, bem-aventurado o cego que deseja viver com Deus; mais feliz do que<br />

vocês que estão aqui, ele sente a felicidade, ele a toca, ele vê as almas e consegue<br />

lançar-se com elas às esferas espíritas que os predestinados de seu mundo,<br />

nem mesmo eles, jamais vêem. O olho aberto está sempre prestes a fazer a alma<br />

fracassar; o olho fechado, ao contrário, está sempre prestes a fazê-la subir a Deus.<br />

Acreditem em mim, meus bons e queridos amigos, a cegueira dos olhos é geralmente<br />

a verdadeira luz do coração, ao passo que a vista é geralmente o anjo<br />

tenebroso que conduz à morte.<br />

E agora algumas palavras para você, minha pobre sofredora: espere e tenha<br />

coragem! Se eu lhe dissesse: Minha filha, seus olhos vão abrir-se, como você ficaria<br />

contente! E quem sabe se essa alegria não iria perdê-la? Tenha confiança no<br />

bom Deus, que criou a felicidade e permite a tristeza! Eu farei tudo o que estiver<br />

ao meu alcance por você; mas, por seu turno, rogue e, sobretudo, pense em tudo<br />

o que acabo de lhe dizer.<br />

Antes que me afaste, vós todos que aqui estão, recebam minha bênção. (viannEy,<br />

Cura d’Ars. Paris, 1863.)<br />

21. Observação. — Quando uma aflição não é o resultado dos atos da vida<br />

presente, é preciso buscar sua causa em uma vida anterior. O que a gente chama<br />

de caprichos da sorte outra coisa mais não é que os efeitos da justiça de<br />

Deus. Deus não inflige nunca punições arbitrárias; ele deseja que entre a falta<br />

e a pena exista sempre correlação. Se, em sua bondade, lançou um véu sobre<br />

nossos atos passados, ele nos põe, contudo, no justo caminho, ao dizer: “Quem<br />

matou pela espada, morrerá pela espada”; palavras que se devem traduzir<br />

assim: “A gente é sempre punida através daquilo em que pecou.” Portanto, se<br />

alguém é afligido pela perda da vista, é que a vista representou para ele uma<br />

causa de queda. Pode ser também que ele tenha sido causa da perda da vista<br />

para outrem; pode ser que alguém tenha ficado cego pelo excesso de trabalho<br />

que ele lhe impôs, ou como resultado de maus tratos, de falta de cuidados etc.,<br />

e então ele está sofrendo a pena de talião. Ele mesmo, no seu arrependimento,<br />

teve como escolher tal expiação, aplicando a si mesmo esta expressão de Jesus:<br />

“Se seu olho se constitui em objeto de escândalo, arranque-o.”

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