O CONFLITO DAS FACULDADES - OUSE SABER!
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submetam antes os impressores às leis da polícia. —<br />
Em contrapartida, a moda actual pretende outra coisa,<br />
a saber:<br />
1) Que se imprima, não com tinta preta mas cinzenta<br />
(porque o contraste com o belo papel branco é<br />
mais suave e mais agradável).<br />
2) Com caracteres Didot, de pés estreitos, e não<br />
com caracteres Breitkopf que corresponderiam melhor<br />
ao seu nome Buchstabe (por assim dizer, bastão<br />
de faia para se manter firme).<br />
3) Com caracteres romanos (e até itálicos), uma<br />
obra de conteúdo alemão, a cujo respeito Breitkopf<br />
disse com razão que ninguém aguenta a sua leitura<br />
durante tanto tempo com os seus olhos do que se<br />
fosse em caracteres góticos.<br />
4) Com caracteres tão pequenos quanto possível,<br />
para que os caracteres ainda mais pequenos (de dimensão<br />
ainda mais reduzida para os olhos) das notas<br />
a acrescentar em baixo permaneçam legíveis.<br />
A fim de impedir semelhante balbúrdia, sugiro<br />
que se tome por modelo a impressão da Revista Mensal<br />
de Berlim (texto e notas); pois, seja qual for o<br />
trecho em que se pegar, os olhos consumidos pela<br />
miserável leitura acima mencionada sentir-se-ão<br />
notavelmente fortalecidos com este panorama 30 .<br />
30 Tive a experiência de um acidente doentio dos olhos (nâo, em rigor,<br />
de uma doença dos olhos) que me aconteceu, primeiro, nos meus<br />
quarenta anos, mais tarde, de tempos a tempos e com vários anos de<br />
intervalo, mas agora várias vezes num ano; este fenómeno consiste em<br />
que na folha que leio todas as letras de súbito se confundem e se misturam,<br />
graças a uma certa claridade nela difundida, tornando-se assim<br />
de todo ilegíveis. Esta situação, que não dura mais de seis minutos, poderia<br />
tornar-se muito perigosa para um pregador, habituado a ler no<br />
papel o seu sermão; mas em mim, no meu auditório de Lógica ou Metafísica<br />
em que, após uma preparação conveniente, se pode falar numa<br />
livre exposição (de cabeça), nada mais surgiu do que a preocupação de<br />
que tal acidente pudesse ser o sinal precursor da cegueira; a tal respeito<br />
encontro-me neste momento sereno porque, na ocorrência deste acidente<br />
agora mais frequente do que outrora, não apercebi a mínima deficiência<br />
na claridade no meu único olho são (pois o esquerdo já perdeu<br />
a visão há cerca de cinco anos). — Ocorreu-me casualmente a ideia de,<br />
quando tal fenómeno se produzia, fechar os olhos, mais ainda, para<br />
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melhor afastar a luz exterior, de pôr sobre eles a minha mão, e vi então<br />
uma figura, muito clara, desenhada numa folha como que com<br />
fósforo na obscuridade, semelhante à que representa o último trimestre<br />
no calendário, mas com uma borda recortada no lado convexo, a qual,<br />
pouco a pouco, perdeu claridade e se desvaneceu no tempo supra mencionado.<br />
— Gostaria de saber se esta observação foi igualmente feita<br />
por outros, e como se deveria explicar tal fenómeno, que poderia muito<br />
bem não ter a sua sede nos olhos — visto que a imagem não se move<br />
ao mesmo tempo que eles e se vê sempre no mesmo lugar —, mas<br />
no sensorium commune. É ao mesmo tempo estranho que se possa perder<br />
um olho (numa duração que calculo em cerca de três anos), sem<br />
dar por isso.<br />
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