Newsletter dos Portos de Setúbal e Sesimbra - Porto de Setúbal
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COLABORADOR APSS<br />
Concluída a empreitada <strong>de</strong> requalificação do lado poente<br />
da doca <strong>de</strong> recreio das Fontainhas, no ano 1997, impunha-se iniciar<br />
um processo <strong>de</strong> reor<strong>de</strong>namento da restante doca. No dia 21 <strong>de</strong><br />
Maio <strong>de</strong> 1998, foi então publicada a OS nº 04/98 a informar que a<br />
APSS pretendia reor<strong>de</strong>nar todas as embarcações estacionadas no<br />
lado nascente da doca, aplicando um tarifário às embarcações <strong>de</strong><br />
recreio. Em consequência, houve uma forte resistência por parte<br />
<strong>dos</strong> utilizadores do referido espaço, tendo sido criada uma Comissão<br />
<strong>de</strong> Proprietários <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong> recreio na <strong>de</strong>fesa <strong>dos</strong> seus<br />
interesses. Muita tinta correu nos jornais e muito se escreveu sobre<br />
esta matéria.<br />
À APSS impunha-se, no âmbito <strong>dos</strong> seus po<strong>de</strong>res <strong>de</strong><br />
autorida<strong>de</strong> e gestão <strong>dos</strong> espaços líqui<strong>dos</strong>, disciplinar cerca <strong>de</strong> 300<br />
embarcações que se encontravam no local, <strong>de</strong> forma completamente<br />
anárquica, ilegal e sem pagarem qualquer contrapartida pelo uso<br />
do espaço. O trabalho não era fácil <strong>de</strong> executar, pois durante vários<br />
anos tentámos fazer alguma coisa, embora sem sucesso, pois<br />
tratava-se <strong>de</strong> um problema social complicado dado que, na sua<br />
gran<strong>de</strong> maioria, os utilizadores eram reforma<strong>dos</strong> e com capacida<strong>de</strong><br />
económica reduzida.<br />
O <strong>de</strong>safio foi lançado pelo Sr Administrador, Dr. Francisco<br />
Gonçalves, no início <strong>de</strong> 2006, ao preten<strong>de</strong>r que a doca em apreço<br />
ficasse, unicamente, afecta ao estacionamento <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong><br />
recreio, incluindo marítimo-turísticas, o que implicava, no mínimo,<br />
a <strong>de</strong>slocalização das diversas embarcações <strong>de</strong> pesca para a doca<br />
<strong>dos</strong> pescadores, e a alteração do local das lanchas <strong>de</strong> amarração<br />
<strong>de</strong> navios. Iniciaram-se negociações regulares com a referida<br />
Comissão, a qual revelou uma maturida<strong>de</strong> notável pelo diálogo<br />
permanente mantido com a APSS pois, nunca esquecendo a <strong>de</strong>fesa<br />
10<br />
Doca das Fontainhas (nascente), <strong>de</strong><br />
1998 a 2009<br />
Jorge Montalvão Figueiredo (*)<br />
<strong>dos</strong> interesses <strong>de</strong> quem representavam, colaborou activa e<br />
construtivamente para atingir o objectivo comum. O problema mais<br />
importante foi conseguir o consenso sobre o valor do tarifário e<br />
critérios <strong>de</strong> selecção para a atribuição <strong>de</strong> lugares, tendo em conta<br />
o número <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong> recreio existentes face à futura<br />
capacida<strong>de</strong> da doca. Acorda<strong>dos</strong> os referi<strong>dos</strong> critérios <strong>de</strong> selecção,<br />
chegou-se ainda a um entendimento com a Comissão, no sentido<br />
<strong>dos</strong> utilizadores do futuro espaço or<strong>de</strong>nado passarem a pagar um<br />
tarifário equivalente a 45% do tarifário em vigor do lado poente,<br />
tendo em consi<strong>de</strong>ração não só a fraca capacida<strong>de</strong> económica <strong>dos</strong><br />
mesmos como também as condições <strong>de</strong> utilização que seriam<br />
disponibilizadas. Em princípios <strong>de</strong> 2007, estava alcançada a 1ª fase<br />
<strong>de</strong>cisiva <strong>de</strong>ste processo. Quanto às embarcações <strong>de</strong> pesca, foram<br />
cria<strong>dos</strong> lugares específicos na doca <strong>dos</strong> pescadores, tendo ainda<br />
sido atribuí<strong>dos</strong> cacifos aos respectivos proprietários com isenção<br />
<strong>de</strong> pagamento durante um ano. Todavia, a resistência foi fortíssima.<br />
Foram realizadas consultas a empresas da especialida<strong>de</strong> para a<br />
elaboração do lay-out <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> amarração,<br />
aten<strong>de</strong>ndo às medidas das embarcações que teriam direito a um<br />
posto <strong>de</strong> amarração. A solução proposta pela empresa seleccionada,<br />
baseou-se nos seguintes pressupostos – influência <strong>dos</strong> ventos,<br />
ondulação e marés a que a doca está sujeita, número e características<br />
das embarcações, minimização das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> movimento