Newsletter dos Portos de Setúbal e Sesimbra - Porto de Setúbal
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OPINIÃO<br />
horizontal das embarcações e maximização da ocupação do espaço<br />
disponível na doca (12.000 m2).Foi então implementada uma solução<br />
única em Portugal (embora muito utilizada no estrangeiro) que,<br />
genericamente, consiste num sistema complexo <strong>de</strong> poitas ligadas<br />
a cabos elásticos (<strong>de</strong>nomina<strong>dos</strong> seaflex, fabrica<strong>dos</strong> na Suécia) que<br />
ligam às bóias <strong>de</strong> sustentação, as quais estão ligadas entre si por<br />
meio <strong>de</strong> correntes on<strong>de</strong> ligam as bóias <strong>de</strong> amarração das<br />
embarcações.<br />
Foram lançadas numerosas consultas para a aquisição <strong>dos</strong><br />
materiais necessários, inclusive em Espanha. Para conseguirmos<br />
instalar o sistema <strong>de</strong> amarração, era necessário conhecer os fun<strong>dos</strong>,<br />
dado que se tratava <strong>de</strong> uma área líquida que <strong>de</strong>sconhecíamos se<br />
alguma vez tinha sido dragada. Foi então efectuada uma inspecção<br />
com a i<strong>de</strong>ntificação, localização e caracterização <strong>dos</strong> obstáculos<br />
existentes, através <strong>de</strong> um registo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o e relatório escrito.<br />
Concluiu-se que, previamente, era necessário efectuar a limpeza<br />
<strong>dos</strong> fun<strong>dos</strong>, <strong>de</strong> forma a permitir a sua regularização e remover as<br />
diversas embarcações que se encontravam afundadas, há vários<br />
anos.<br />
Dado que era urgente iniciar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação<br />
da doca para po<strong>de</strong>rmos realizar os trabalhos, foi realizada uma<br />
notificação edital, no dia 20 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2007, a divulgar o início<br />
das obras <strong>de</strong> reor<strong>de</strong>namento do lado nascente (dia 26 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong><br />
2007), pelo que as embarcações teriam <strong>de</strong> sair até ao dia 25 <strong>de</strong><br />
Abril (encontravam-se na área líquida cerca <strong>de</strong> 300 embarcações).<br />
Sugerimos aos interessa<strong>dos</strong> locais alternativos, tendo sido criadas<br />
condições para o estacionamento <strong>de</strong> embarcações no interior do<br />
novo molhe da doca <strong>de</strong> pesca, tendo aqui permanecido durante<br />
vários meses cerca <strong>de</strong> 100 embarcações, or<strong>de</strong>nadas <strong>de</strong> acordo<br />
com um lay-out <strong>de</strong>finido. Estava finalmente ultrapassada a 2ª fase.<br />
Iniciaram-se os trabalhos <strong>de</strong> limpeza <strong>dos</strong> fun<strong>dos</strong> e, com o recurso<br />
a uma grua colocada num antigo ferry-boat, executaram-se os<br />
trabalhos <strong>de</strong> colocação das poitas e correntes <strong>de</strong> fundo, sendo<br />
posteriormente instaladas as bóias <strong>de</strong> sustentação e <strong>de</strong> amarração,<br />
tendo os trabalhos sido concluí<strong>dos</strong> com a colocação das correntes<br />
ao longo <strong>dos</strong> perrés. Dada a especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes trabalhos, houve<br />
ainda a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer à prestação <strong>de</strong> serviços da Lindley<br />
– Marinas e Sinalização.<br />
Em Maio <strong>de</strong> 2008, proce<strong>de</strong>u-se à ocupação da 1ª fila <strong>de</strong><br />
bóias com embarcações <strong>de</strong> recreio e, enquanto <strong>de</strong>corriam e se<br />
concluíam as restantes obras, preenchiam-se os postos <strong>de</strong> amarração<br />
já concluí<strong>dos</strong> (cerca <strong>de</strong> 170). Adquirimos dois pontões que foram<br />
transforma<strong>dos</strong> para o fim pretendido, nas instalações da Marina<br />
Marbella, tendo ainda sido reforça<strong>dos</strong> os elementos <strong>de</strong> ligação às<br />
respectivas muralhas e reabilitada uma antiga escada no lado<br />
nascente da doca para permitir a sua utilização pelos utentes.<br />
Na requalificação das áreas terrestres, colocaram-se duas<br />
portas com acesso condicionado através <strong>de</strong> cartão magnético, uma<br />
à entrada do pontão norte e outra na zona nascente (no acesso ao<br />
molhe), <strong>de</strong> forma a reforçar as condições <strong>de</strong> segurança da doca.<br />
Foram ainda realizadas diversas acções <strong>de</strong> limpeza, nomeadamente<br />
<strong>de</strong> aprestos marítimos que os pescadores teimavam manter no<br />
molhe. Já foi adquirido um módulo <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> água que<br />
será colocado no pontão sul.<br />
Foi aprovado um Regulamento <strong>de</strong> utilização da doca.<br />
Como notas finais <strong>de</strong>ste assunto, refira-se que o problema<br />
social atrás referido era <strong>de</strong>terminante para a solução que viesse a<br />
ser adoptada, com ou sem passadiços (embora seja inegável que<br />
se trata <strong>de</strong> uma doca bastante <strong>de</strong>sprotegida), salientando-se a<br />
notável colaboração <strong>dos</strong><br />
serviços do DeLC da minha<br />
área, da DEIA, DNS e DeA que,<br />
visando atingir um objectivo<br />
comum, conseguimos, to<strong>dos</strong>,<br />
concluir com êxito, a tarefa a<br />
que nos obrigámos realizar,<br />
com o apoio imprescindível e<br />
incondicional do Conselho <strong>de</strong><br />
Administração.<br />
(*) Director <strong>de</strong> Gestão do Património Dominial na APSS, SA<br />
Licenciado em Direito, pela Universida<strong>de</strong> Clássica <strong>de</strong> Lisboa<br />
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