Água e energia não são mercadorias! - MAB
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30 <strong>MAB</strong> - Movimentos dos Atingidos por Barragens<br />
Este poema que vos deixo...<br />
Os Rios da minha terra, Já <strong>não</strong> levam sonho à fl or das águas,<br />
Ficam presos nas barragens...<br />
Do Guadiana ao Sabor, <strong>não</strong> há Salvador?<br />
Exóticos peixes vorazes<br />
Espalham terror nos leitos antes suaves,<br />
Grita o muge e o saramugo:<br />
- Ai o peixe-gato, aqui há gato!<br />
- E se nadarmos para outro lado?<br />
Pergunta o barbo júnior esperançado.<br />
Há perca-sol e achigã...Cuidado! Cuidado!<br />
Nem mais um rio Selvagem...<br />
Há que fazer outra barragem?<br />
Submergiram a aldeia da luz,<br />
Preferem as trevas do poder cego,<br />
Dinheiro a rodos e mercenários<br />
Fazem andar os betonários...<br />
Alta ten<strong>são</strong> anda à solta...<br />
Micro-geração a conta gotas;<br />
Renovável na hora só a clicar,<br />
um dia inteiro a tentar!<br />
Entra outra estrada na Mata dos Medos,<br />
Fere o velho pinhal e seus segredos<br />
De Sesimbra a Almeirim,<br />
Invadem as matas, assim...<br />
Autora: Rosa da Horta