Água e energia não são mercadorias! - MAB
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Caderno de Poesias 31<br />
Na teia da especulação,<br />
Entram os bancos, pois então...<br />
Na ilu<strong>são</strong> da habitação,<br />
Venha receber, de cheque na mão...<br />
E na senda do progresso<br />
Entra muito papel e sigla única:<br />
Para ao PINzinho ter acesso<br />
Muitos milhões dão “utilidade pública”.<br />
Isto só visto, contando ninguém diria:<br />
Que dano infame: deixar fechar a Sorefame!<br />
É só favores à “Alta-Europa”,<br />
É só interesse na Rodovia!<br />
Agora a pressa é tanta,<br />
Aceleram no asfalto com grande lata<br />
Muito álcool a regar a janta,<br />
Vão-se espetando em sucata.<br />
O que vem de fora é que é bom<br />
E vem de caminhão na auto-estrada,<br />
Economia a esvair, dinheiro compressa a sair...<br />
Nas linhas que eram de ferro,<br />
Acompanhava-se a paisagem<br />
Embalados por montes e cerros<br />
Vinha o sonho e a miragem.<br />
Abríamos a janela em andamento<br />
A sentir o cheiro de cada lugar,<br />
Olhos em lágrimas, cabelos ao vento<br />
Havia saudades no ar...<br />
Agora carruagens climatizadas,<br />
Passam a grande velocidade,<br />
A ver estações fechadas<br />
Foi tudo embora pra cidade.