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6.3.4 O papel da enfermagem na atenção à saúde do portador de traço falciforme
A enfermagem tem um papel importante na atenção à saúde do portador do traço
falciforme, pois possibilita um conhecimento maior acerca das características da doença para
os usuários, promove a interação sobre as características de sua situação e acompanhamento
das consultas de rotina para verificar a progressão e/ou estabilização da doença.
O cuidado às pessoas tem sido apontado como objeto epistemológico da
enfermagem. É um modo de estar com o outro, no que se refere às questões
especiais da vida das pessoas, como a promoção e a recuperação da saúde, o
nascimento e a própria morte. É compreendido como um cuidado que rompe com a
fragmentação corpo/mente, normal/patológico. Um cuidado humanizado,
favorecedor de uma vida melhor e mais saudável (SILVA et al, 2009).
A enfermagem constitui todas essas esferas, e através desse cuidado é possível
assistir ao indivíduo integralmente em todas as suas necessidades, tanto fisiológicas,
psicológicas e sociais. E essa assistência humanizada e integral com visão holística, produz
tanto satisfação ao profissional quanto ao indivíduo, que têm a certeza de que foram
solucionadas todas as suas necessidades.
Além do acompanhamento em um ambulatório de grande porte, outro que é de
extrema importância é o da Estratégia da Saúde da Família, que por sua vez tem por
atribuição promover ações que visam a promoção, prevenção, recuperação, reabilitação e
manutenção da saúde de todos os membros das famílias de sua área de abrangência (BRASIL,
2011).
Para Pereira et al (2009), é de competência do enfermeiro da unidade estabelecer o
vínculo com estas famílias para que haja a possibilidade de desenvolver estas ações. Esse
vínculo precisa ser de confiança e mútua responsabilidade para que as atividades propostas
possam ser cumpridas e as metas estabelecidas alcançadas ou remanejadas de acordo com as
necessidades do indivíduo.
Neste caso, o que a criança necessita dos profissionais enfermeiros é que a auxiliem
no controle da sua patologia e não a enquadre apenas em um grupo específico,
denominação que a colocará numa situação de igualdade estabelecida por um
modelo de saúde voltado para a doença. Se a doença é uma espécie de norma
biológica, o estado patológico não pode ser chamado de anormal no sentido
absoluto. Assim a pessoa que é portadora de uma patologia é normal na situação de
saúde (CANGUILHEM, 2002 apud SILVA, 2009, p.121).
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