Versão eletrônica - Furb
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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM<br />
CURSO DE ENFERMAGEM<br />
NATHALY HELENA BUTZKE GROSCH<br />
A SAÚDE DA CRIANÇA PORTADORA DE TRAÇO FALCIFORME<br />
BLUMENAU<br />
2011
NATHALY HELENA BUTZKE GROSCH<br />
A SAÚDE DA CRIANÇA PORTADORA DE TRAÇO FALCIFORME<br />
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado<br />
ao curso de Enfermagem do Centro de Ciências<br />
da Saúde, da Universidade Regional de<br />
Blumenau, como requisito parcial para<br />
obtenção do grau em enfermagem.<br />
OrientadorA: Profª Drª Cláudia Regina Lima<br />
Duarte da Silva<br />
BLUMENAU<br />
2011
Dedico<br />
À Deus pela vida,<br />
e aos meus pais pelo amor e apoio incondicionais.
AGRADECIMENTOS<br />
A Deus por minha vida e saúde e por ter-me orientado e iluminado durante toda minha vida.<br />
Aos meus pais Acari Grosch e Magali Butzke Grosch, que na ausência de seus estímulos,<br />
compreensão, apoio, amor e auxílio, não teria alcançado este patamar da graduação no qual<br />
me encontro. As palavras são insuficientes para expressar minha gratidão a essas duas<br />
pessoas, eu amo vocês imensamente.<br />
Aos meus irmãos Acari Grosch Junior e André Ricardo Grosch, que muitas vezes consciente<br />
ou inconscientemente, também contribuíram para a conclusão desta pesquisa e de minha<br />
jornada acadêmica.<br />
À minha cunhada Jaqueline Neves, que sempre me apóia nos momentos mais oportunos.<br />
A todos os meus familiares que me incentivaram.<br />
À minha orientadora Cláudia Regina Lima Duarte da Silva, por ter em princípio aceitado<br />
orientar meu Trabalho de Conclusão de Curso e por no decorrer deste, transmitir segurança e<br />
palavras de apoio mantendo-me centrada e no caminho certo.<br />
Às professoras Andréa da Silva e Marisa Schwabe Franz por aceitarem meu convite de<br />
participação da banca examinadora.<br />
À professora Marisa Schwabe Franz, supervisora de internato em atenção básica, por me<br />
incentivar e apoiar sempre que precisei destes estímulos.<br />
Às minhas colegas de internato e as amigas que me acompanharam durante a graduação por<br />
me acalmarem e confortarem nas últimas semanas de graduação.
A todos os outros colegas de turma e professores que auxiliaram em meu crescimento<br />
acadêmico, pessoal e profissional durante a graduação.<br />
Ao indivíduo da pesquisa e à sua família, cuja participação foi de extrema importância para o<br />
desenvolvimento e conclusão de mais uma etapa em minha formação acadêmica.<br />
A todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para que este acontecimento<br />
tornasse possível, agradeço de todo coração.
“Conhecimento não é aquilo que você sabe,<br />
mas o que você faz com aquilo que sabe”.<br />
Aldous Huxley
RESUMO<br />
Trata-se de uma pesquisa para o conhecimento sobre a saúde da criança portadora de traço<br />
falciforme devido à suscetibilidade da criança portadora de anemia falciforme à internações e<br />
sobre a raridade de casos da doença na região. Tem como objetivo geral conhecer a saúde da<br />
criança portadora de traço falciforme e como objetivos específicos caracterizar o portador de<br />
traço falciforme; identificar a concepção de saúde do portador de traço falciforme e<br />
reconhecer os fatores que interferem na saúde da criança portadora de traço falciforme. Como<br />
revisão de literatura focou-se o traço falciforme; o conceito e a concepção de saúde; a infância<br />
saudável e a família. Refere-se a uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratória, estudo de<br />
caso, descritiva e individual. Realizou-se no Ambulatório Universitário da Universidade<br />
Regional de Blumenau (FURB) na cidade de Blumenau, que atende a várias especialidades,<br />
no período de fevereiro de 2011 a julho do mesmo ano. Como critério de seleção do indivíduo<br />
da pesquisa foi escolhida uma criança de oito anos, que possuía o diagnóstico confirmado da<br />
doença, residisse em Blumenau e realizasse acompanhamento no ambulatório onde foi<br />
realizada a pesquisa. Foi desenvolvida entrevista semi-estruturada e observação sistemática<br />
para obtenção dos dados; para análise dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo. Os<br />
aspectos éticos foram respeitados através do termo de consentimento livre e esclarecido que<br />
foi entregue, explicado e assinado na primeira entrevista. Aprovado no comitê de ética sob o<br />
parecer de número 172/10. Os resultados obtidos estão relacionados às características do<br />
sujeito da pesquisa, tais como: anamnese, seus hábitos diários, Genograma e Ecomapa, que<br />
são dados objetivos, os demais são mais subjetivos, relacionados ao aumento da saúde através<br />
da felicidade e do exercício físico, a interferência da família, dos amigos e da patologia na<br />
saúde do indivíduo da pesquisa; por fim há uma análise sobre o papel da enfermagem no<br />
cuidado ao portador de traço falciforme. As conclusões alcançadas circundam a concepção de<br />
que uma pessoa portadora de patologia também pode ser saudável, e da influência que o<br />
profissional enfermeiro exerce sobre esse indivíduo, facilitando ou não esse processo.<br />
Palavras-chave: Enfermagem. Criança. Anemia falciforme.
ABSTRACT<br />
This is a search for knowledge about the health of children with sickle cell trait because of the<br />
susceptibility of children with sickle cell disease admissions and on the rarity of cases of the<br />
disease in the region. Aims to meet the general health of children with sickle cell trait and<br />
specific objectives are to characterize the carrier of sickle cell trait, identifying the concept of<br />
health of patients with sickle cell trait and recognize the factors that affect health of children<br />
with sickle cell trait. As the literature review focused on sickle cell trait: the concept and the<br />
concept of health, the healthy childhood and family. Refers to a qualitative research as<br />
exploratory, case study, descriptive and personal. Held in the university clinic of the Regional<br />
University of Blumenau (FURB) in the city of Blumenau, serving various specialties, from<br />
February 2011 to July of that year. As a criterion for selection of the individual's research was<br />
chosen one year old child, who had a confirmed diagnosis of the disease, lived in Blumenau<br />
and conduct monitoring in the clinic where the research was performed. It was developed<br />
semi-structured interviews and systematic observation to collect data, for data analysis, was<br />
used content analysis. The ethical aspects have been respected by the expiry of that consent<br />
was given, explained and signed at the first interview. Approved on the ethics committee on<br />
the advice of number 172/10. The results are related to characteristics of the research subjects<br />
such as history, their daily habits, and genetic map genogram, which are straightforward,<br />
others are more subjective data, related to increased happiness and health through physical<br />
exercise and the interference of family, friends and pathology in the individual's health<br />
research, there is finally an analysis of the role of nursing care for patients with sickle cell<br />
trait. The conclusions reached surrounding the concept that a person with a disease can also be<br />
healthy and influence that the nurse has on that individual, or otherwise facilitating this<br />
process.<br />
Keywords: Nursing. Children. Sickle cell anemia.
SUMÁRIO<br />
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................11<br />
2 OBJETIVOS..........................................................................................................................13<br />
2.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................13<br />
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................13<br />
3 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................................14<br />
3.1 A INFÂNCIA COMO ETAPA DO CICLO VITAL..........................................................14<br />
3.2 CONSTRUÇÃO DA CONCEPÇÃO DE SAÚDE.............................................................15<br />
3.3 CARACTERÍSTICAS DA ANEMIA FALCIFORME......................................................16<br />
3.4 A FAMÍLIA COMO SUPORTE BÁSICO NA VIDA.......................................................18<br />
4 METODOLOGIA..................................................................................................................20<br />
4.1 TIPO DE PESQUISA.........................................................................................................20<br />
4.2 LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA......................................................20<br />
4.3 PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA................................................................20<br />
4.4 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DA PESQUISA....................................................................21<br />
4.4.1 Critérios de inclusão.........................................................................................................21<br />
4.4.2 Critérios de exclusão........................................................................................................21<br />
4.5 PROCEDIMENTO PARA COLETA E REGISTRO DOS DADOS.................................21<br />
4.6 PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DOS DADOS........................................................22<br />
4.7 ASPECTOS ÉTICOS..........................................................................................................22<br />
5 COLETA DE DADOS...........................................................................................................23<br />
6 ANÁLISE DOS DADOS.......................................................................................................25<br />
6.1 CARACTERÍSTICAS DO SUJEITO DA PESQUISA......................................................25<br />
6.1.1 Histórico de Enfermagem/Anamnese..............................................................................25<br />
6.1.2 Histórico de Enfermagem/Informações do estado de saúde............................................26<br />
6.1.3 Histórico de Enfermagem/Antecedentes familiares.........................................................26<br />
6.1.4 Histórico de Enfermagem/Hábitos...................................................................................26<br />
6.1.5 Genograma ......................................................................................................................27<br />
6.1.6 Ecomapa ..........................................................................................................................29<br />
6.2 A CONCEPÇÃO DE SAÚDE DO SUJEITO DA PESQUISA.........................................31<br />
6.2.1 Exercício físico como promotor de saúde........................................................................31
6.2.2 A felicidade como extensão da saúde..............................................................................32<br />
6.2.3 A concepção de saúde para o sujeito da pesquisa............................................................33<br />
6.3 FATORES QUE INTERFEREM NA SAÚDE DO SUJEITO DA PESQUISA................34<br />
6.3.1 A família como suporte básico na vida............................................................................34<br />
6.3.2 Os amigos como rede de apoio........................................................................................36<br />
6.3.3 A doença como fator limitante ou não da saúde..............................................................37<br />
6.3.4 O papel da enfermagem na atenção à saúde do portador de traço falciforme..................38<br />
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................40<br />
REFERÊNCIAS......................................................................................................................43<br />
APÊNDICES............................................................................................................................48
1 INTRODUÇÃO<br />
A infância saudável depende principalmente do crescimento e desenvolvimento<br />
adequados, que são eixos para a atenção à criança e ao adolescente nos aspectos biológicos,<br />
afetivos, psíquicos e sociais (BRASIL, 2002).<br />
Na infância ocorrem muitas mudanças, tanto físicas, emocionais e sociais, a alteração<br />
da saúde nessa fase deve ser acompanhada para que não ocorram danos prejudiciais para o<br />
desenvolvimento saudável da criança (WONG, 1997).<br />
A saúde vem sendo conceituada desde os períodos anteriores à Grécia antiga, e era<br />
reconhecida desde esta época a dificuldade de abranger o significado desta palavra<br />
(COELHO; FILHO, 2002).<br />
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) apud Segre e Ferraz (1997), saúde<br />
não é apenas a ausência de doença, mas uma situação de perfeito bem-estar físico, mental e<br />
social. E declara que este conceito é avançado para a época que foi criado, mas agora é<br />
ultrapassado, irreal e unilateral.<br />
Não há como ter um perfeito bem-estar entre esses três fatores, um deles<br />
ocasionalmente irá estar em desarmonia e nem por isso a pessoa necessita desenvolver alguma<br />
doença, mas essa definição deveria ser acrescida do fator lazer, condições econômicas e de<br />
moradia, além de outras necessidades consideradas importantes a qualquer grupo específico<br />
de pessoas. No caso desta pesquisa, a saúde teria que ser relacionada ainda aos fatores<br />
referentes à patologia sanguínea.<br />
O sangue é formado por células vermelhas chamadas hemácias, estas por sua vez,<br />
possuem a hemoglobina A que confere a coloração avermelhada ao sangue e é responsável<br />
por conduzir o oxigênio para as porções mais distantes do organismo. O termo anemia<br />
significa a diminuição da hemoglobina no sangue, a hemoglobina A. Essa diminuição pode<br />
ocorrer por carência de ferro, alimentação inadequada, hemorragias, ou doenças hereditárias,<br />
uma delas é a anemia falciforme (BRASIL, 2007).<br />
A anemia falciforme é uma doença hereditária de caráter genético, frequente, mas<br />
não exclusiva, em indivíduos de origem africana. É causada por uma mutação no cromossomo<br />
11. Os eritrócitos cujo conteúdo predominante é a hemoglobina S assumem, em condições de<br />
hipóxia, forma semelhante à de uma foice decorrente da polimerização da hemoglobina S<br />
(NUZZO; FONSECA, 2004).<br />
11
As manifestações clínicas que os pacientes portadores de anemia falciforme<br />
apresentarão no decorrer da vida se devem a dois fenômenos principais: o da oclusão vascular<br />
pelos glóbulos vermelhos em formato de foice, seguida de infarto nos diversos tecidos e<br />
órgãos, e o da hemólise crônica e seus mecanismos de compensação (BRAGA, 2007).<br />
Para Silva, Ramalho e Cassorla (1993), é a doença hereditária de maior prevalência<br />
no país, afetando cerca de 0,1% a 0,3% da população negróide, observada, também, em<br />
decorrência da alta taxa de miscigenação, é encontrada cada vez mais significativa na<br />
população caucasóide brasileira.<br />
De acordo com o Ministério da Saúde apud Loureiro e Rozenfeld (2005), o gene<br />
pode ser encontrado em frequências de 2% a 6% nas regiões do país, aumentando para 6% a<br />
10% na população afrodescendente brasileira. No Nordeste do Brasil, a prevalência do gene é<br />
de 3%, chegando a 5,5% no estado da Bahia. Em Pernambuco estima-se uma prevalência de<br />
3,5%.<br />
O Ministério da Saúde - MS (BRASIL, 2007), nos informa que nascem no país<br />
aproximadamente 3.500 crianças, por ano com doença falciforme e cerca de 200.000 com o<br />
traço falciforme.<br />
No Brasil, observou-se que 78,6% dos óbitos devidos à doença falciforme ocorreram<br />
até os 29 anos de idade, e 37,5% nos menores de nove anos. A elevada letalidade, reflete a<br />
gravidade da doença (LOUREIRO; ROZENFELD, 2005). Por isso faz-se necessária a<br />
prevenção da mesma e controle dos portadores do traço falsêmico.<br />
A prevenção resume-se ao diagnóstico precoce da anemia falciforme e a<br />
identificação de pessoas portadoras do traço falciforme para a informação sobre o risco<br />
reprodutivo. Essas características são indispensáveis para o aumento da expectativa de vida de<br />
crianças com anemia falciforme, por isso a recente inclusão da identificação de<br />
hemoglobinopatias no teste do pezinho (DINIZ; GUEDES, 2006).<br />
Braga (2007) ressalta que, no Brasil, a Portaria nº 822/01 do Ministério da Saúde<br />
incluiu as hemoglobinopatias no Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), o que<br />
permite obter o diagnóstico da doença ao nascimento.<br />
A escolha do tema do trabalho surgiu em campo de estágio em uma unidade de<br />
pediatria de um hospital de grande porte. Foi visualizada a questão da patologia, por não ser<br />
freqüente na região, e a questão das internações constantes, sendo possível então levantar a<br />
seguinte questão: se mantêm a saúde da criança portadora de traço falciforme, sendo que a<br />
criança portadora de anemia falciforme está suscetível a tantas intervenções devido à doença?<br />
12
2 OBJETIVOS<br />
2.1 OBJETIVO GERAL<br />
Conhecer a saúde da criança portadora de traço falciforme.<br />
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />
Caracterizar o portador de traço falciforme.<br />
Identificar a concepção de saúde do portador de traço falciforme.<br />
Reconhecer os fatores que interferem na saúde da criança portadora de traço<br />
falciforme.<br />
13
3 REVISÃO DE LITERATURA<br />
3.1 A INFÂNCIA COMO ETAPA DO CICLO VITAL<br />
Aries (1981) descreve que foi a partir do século XVII que os pintores passaram a<br />
retratar crianças em seus quadros, principalmente como o centro deles. Sendo estes retratos de<br />
crianças sozinhas ou fazendo os adultos sérios se organizarem ao seu redor e compartilharem<br />
de sua alegria contagiante.<br />
Há uma fase da vida que será evidenciada nesta pesquisa, que é a etapa da criança em<br />
fase escolar, que compreende dos 6 até os 12 anos de idade, que conforme Wong (2007), é o<br />
período em que ocorrem a maior e mais significativa fase do desenvolvimento e crescimento,<br />
tanto nos aspectos físicos, psíquicos e sociais.<br />
Conforme a mesma autora, no que se refere ao crescimento biológico à um aumento<br />
da estatura de 5 centímetros e do peso de 2 a 3 kg ao ano. Nesta fase a criança começa a<br />
possuir maior simetria entre os membros, o tronco e a cabeça, do que nas fases anteriores.<br />
Para Wong (1997), nesta fase todos os sistemas do organismo estão mais maduros.<br />
Marca inclusive o início do desenvolvimento das características sexuais, que se forem<br />
precocemente evoluídas causarão situações embaraçosas para as crianças, pelo fato de que o<br />
pré-adolescente não deseja ser diferente dos demais.<br />
As crianças desta fase estão no chamado período de latência, onde ocorre a transição<br />
da inocência da infância e o erotismo da adolescência. Se nesta fase a criança não tiver um<br />
ambiente familiar amoroso e estável ela irá ter problemas nos relacionamentos fora da esfera<br />
familiar (WONG, 1997).<br />
As crianças na escola precisam continuamente da compreensão das pessoas<br />
envolvidas em sua assistência. Os tipos de relacionamentos que tiveram anteriormente<br />
refletem-se em seu comportamento (THOMPSON; ASHWILL, 1996, p.295).<br />
As crianças nesta idade possuem muita energia, não preocupam-se tanto com a<br />
aparência, a capacidade de concentração diminui. Querem ser aceitas por seu grupo, por isso,<br />
mudam a maneira de vestir-se e arrumar-se (THOMPSON; ASHWILL, 1996).<br />
Segundo Wong (1997), nesta fase as crianças conseguem interagir com outras da<br />
mesma idade, o que proporciona troca de idéias e auxilia o desenvolvimento social da criança,<br />
diminuindo as chances de uma perspectiva egocêntrica.<br />
14
3.2 CONSTRUÇÃO DA CONCEPÇÃO DE SAÚDE<br />
A saúde vem sendo conceituada desde os períodos anteriores à Grécia antiga, e era<br />
reconhecida a dificuldade de abranger o significado desta palavra (COELHO; FILHO, 2002).<br />
Os povos antigos com Assírios, Egípcios, Caldeus e Hebreus relacionavam o<br />
processo de adoecer com a religiosidade e o corpo era atingido por ações externas<br />
representadas pelo sobrenatural para puni-los e purificá-los (BARATA, 1985).<br />
Segundo mesmo autor na Grécia antiga, eles consideravam que a saúde era<br />
representada pela harmonia entre o céu, a terra, o ar e o fogo e qualquer desarmonia entre<br />
esses elementos, significava o aparecimento da doença.<br />
Até o século XIX a saúde era centralizada na teoria miasmática, que considerava que<br />
as substâncias encontradas no ar transmitiam doenças. E no mesmo século foi identificado por<br />
meio de bacterioscopia, que para cada doença havia um agente etiológico que deveria ser<br />
identificado e combatido (BARATA, 1985).<br />
O conceito da Organização Mundial da Saúde - OMS sobre saúde, não a retrata com<br />
perfeição, pois tal termo torna-se de difícil alcance, porque suas variáveis são instáveis e<br />
dificilmente estarão em harmonia ao mesmo tempo (SEGRE; FERRAZ, 1997). Esse conceito<br />
através dos anos vem sendo modificado e acrescido de várias necessidades pertinentes a cada<br />
grupo específico de indivíduos, tais como necessidades fisiológicas, de amor, auto-estima e<br />
auto-realização (SENAC, 2006).<br />
Para Filho (2000), esta figura abaixo caracteriza o que os sanitaristas de países<br />
industrializados em conjunto com publicitários, artistas gráficos, gurus e até mesmo alguns<br />
pesquisadores, pesquisaram e desenvolveram para formulação de um logotipo que incluísse<br />
mais do todo que é a saúde, foi incorporado então algumas modalidades de bem-estar que<br />
cabe demonstrar, não são relacionado à doença.<br />
15
FONTE:http://www.scielosp.org/scielo.php?<br />
pid=S1415790X2000000100002&script=sci_arttext#fig1<br />
3.3 CARACTERÍSTICAS DA ANEMIA FALCIFORME<br />
O corpo humano é composto por mais da metade de sangue, um composto de grande<br />
importância dentro do sangue, é a hemoglobina, que transporta oxigênio e nutrientes para<br />
todas as partes do organismo e permite que todas as suas funções aconteçam. A hemoglobina<br />
está presente nas células sanguíneas conhecidas como células vermelhas ou hemácias; ela<br />
concede ao sangue a coloração vermelha. A hemoglobina normal no ser humano é a<br />
hemoglobina A, e uma ausência neste componente pode gerar vários danos ao corpo,<br />
decorrentes a uma diminuição das funções por ele realizadas. A anemia falciforme é uma das<br />
doenças que provocam uma diminuição da hemoglobina normal (BRASIL, 2007).<br />
A anemia falciforme é caracterizada como uma doença hereditária e transmitida<br />
geneticamente. Por uma mutação no cromossomo 11, ocorre uma transformação da<br />
hemoglobina normal A para a hemoglobina anormal S, que por falta ou ausência de oxigênio<br />
assumem a característica de uma foice, diminuindo e dificultando tanto a sua passagem, por<br />
sua assimetria, como suas funções no organismo, por não possuir as propriedades necessárias<br />
para desempenhá-las (NUZZO; FONSECA, 2004).<br />
16
Em 1949 James V. Neel e E. A. Beet estabeleceram a distinção genética entre o traço<br />
falciforme e a anemia. O indivíduo que recebe o gene de apenas um dos seus genitores,<br />
portanto heterozigoto, é apenas portador do traço. Ele não desenvolve a doença, mas pode<br />
transmitir o gene para seus filhos. Quando recebe o mesmo gene de ambos os pais, o<br />
indivíduo (no caso, homozigoto) tem a anemia falciforme (FRY, 2005)<br />
Diniz e Guedes (2003) complementam, a maioria das pessoas recebe de seus pais<br />
hemoglobina normal chamada hemoglobina (A). Como recebe uma parte da mãe e outra do<br />
pai, cada pessoa é (AA). As pessoas com anemia falciforme recebem de seus pais<br />
hemoglobina anormal chamada hemoglobina (S). Como recebem uma parte do pai e outra da<br />
mãe, elas são (SS). O traço falciforme não é uma doença. Significa que a pessoa herdou de<br />
seus pais uma hemoglobina normal e uma anormal sendo (AS) e essas não manifestam a<br />
doença.<br />
Braga (2007) revela que, os portadores de anemia falciforme não apresentarão sinais<br />
e sintomas precoces, mas em longo prazo duas situações serão preponderantes na progressão<br />
da doença que são: a oclusão vascular pelos glóbulos vermelhos que por conterem a<br />
hemoglobina S possuem a forma de foice e por consequência dessa oclusão ocorre a morte de<br />
vários tecidos e órgãos pela diminuição do aporte sanguíneo aos mesmos e por fim a hemólise<br />
crônica através de mecanismos de compensação do próprio organismo.<br />
De acordo com Bastos (2008), durante os primeiros anos de vida a destruição do<br />
baço, pelo aglomerado de células em forma de foice ocluindo a sua nutrição, acaba por<br />
aumentar a suscetibilidade a infecções, outra manifestação clínica muito freqüente.<br />
Para demonstrar como a doença alcançou o Brasil, Naoum (2000) expõe que, estudos<br />
realizados em populações africanas mostram que a expansão do gene da Hemoglobina S se<br />
deu efetivamente no período pré-Neolítico entre 10 mil e 2 mil anos antes de Cristo. A<br />
introdução da Hemoglobina S nas Américas e no Brasil ocorreu entre os séculos 16 e 19,<br />
durante o tráfico e escravos africanos. Acredita-se que nesse período entraram pelos portos da<br />
Bahia e Rio de Janeiro, pelo menos 3,6 milhões de negros africanos.<br />
A prevalência de heterozigotos para a Hb S é maior nas regiões norte e nordeste (6%<br />
a 10%), enquanto nas regiões sul e sudeste a prevalência é menor (2% a 3%), em decorrência<br />
da maior população de negróides e causaóides (CANÇADO; JESUS, 2007).<br />
Segundo dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2007), as prevalências referentes à<br />
doença em diferentes regiões brasileiras, permitem estimar a existência de mais de 2 milhões<br />
de portadores do gene da Hemoglobina S, no Brasil, mais de 8.000 afetados com a forma<br />
homozigótica (SS). Estima-se o nascimento de 700-1.000 novos casos anuais de doenças<br />
17
falciformes no país. Portanto, as doenças falciformes são um problema de saúde pública no<br />
Brasil (DINIZ; GUEDES; TRIVELINO, 2005).<br />
No Brasil, conforme a portaria nº822/01 houve a integração das hemoglobinopatias<br />
(anemia falciforme, talassemia, dentre outros) no Programa Nacional de Triagem Neonatal<br />
(PNTN). Essa triagem também é conhecida como teste do pezinho, neste teste é retirado um<br />
pouco de sangue do pé do recém-nascido para realização de exames que diagnosticarão além<br />
destas, outras doenças (fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito e fibrose cística) permitindo<br />
assim tratamento precoce, amenizando as repercussões de cada uma (BRAGA, 2007).<br />
Diniz e Guedes (2006) resumem que o aumento da expectativa de vida dos<br />
portadores de anemia falciforme depende principalmente de dois elementos principais: o<br />
diagnóstico precoce da doença através do teste do pezinho sendo possível visualizar a<br />
presença de anormalidades sanguíneas e a busca e identificação de portadores de traço<br />
falciforme para instrução sobre o fator genético de risco em caso de reprodução com outro<br />
portador de traço falciforme.<br />
Para o mesmo autor a rotina de manutenção da saúde do paciente com doença<br />
falciforme deve ser iniciada já nos dois primeiros meses de vida. A educação dos pais ou<br />
responsáveis sobre a doença é de extrema importância; desde a primeira consulta devem ser<br />
orientados quanto à importância de manter hidratação e nutrição adequadas, e de conhecer os<br />
níveis de hemoglobina e sinais de má oxigenação do organismo, tais como palidez cutânea,<br />
cianose de extremidades, sudorese, aumento da freqüência respiratória, dentre outros.<br />
Os familiares devem ser alertados sobre a importância da prevenção das infecções,<br />
através das vacinações e encorajados a reconhecer as intercorrências da doença, para estarem<br />
preparados e saberem o que esperar e o que fazer em cada situação de risco (BRAGA, 2007).<br />
3.4 A FAMÍLIA COMO SUPORTE BÁSICO NA VIDA<br />
Através da história, percebem-se as variações que ocorrem nas formas de famílias,<br />
como também sobre as concepções desses laços que unem um grupo de indivíduos. No<br />
sentido popular e até mesmo nos dicionários, o termo família significa pessoas que vivem na<br />
mesma casa, sendo eles o pai, a mãe e os filhos (o modelo nuclear), ou ainda pessoas que<br />
compartilham do mesmo sangue (PRADO, 1981).<br />
18
Quando a família não consegue suprir as necessidades do indivíduo este necessita do<br />
suporte dos amigos, que neste caso pode ser considerado como os parentes ou não,<br />
dependendo da relação de proximidade que possuam (CASEY, 1992).<br />
Na ótica de Prado (1981), a família tem várias funções: a formação da esfera social<br />
da criança e dos outros membros; a saúde; o cumprimento de normas; as de reprodução; as de<br />
manutenção do lar, tais como alimentação, vestuário, brinquedo, entre outros; atividades<br />
domésticas; atividades de lazer; atividades cívicas e religiosas; determinação de autoridade.<br />
Na fase escolar os pais exercem influência sobre a formação da personalidade de<br />
seus filhos, por mais independentes que eles queiram ser (WONG, 1997).<br />
19
4 METODOLOGIA<br />
4.1 TIPO DE PESQUISA<br />
e individual.<br />
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratória, estudo de caso, descritiva<br />
Para Minayo (1994), a pesquisa qualitativa está relacionada às situações que não<br />
podem ser medidas, tais como significados, motivos, aspirações, valores e atitudes e estes são<br />
repletos de variáveis inquantificáveis.<br />
Segundo Marconi (2002), uma pesquisa descritiva é aquela onde ocorrem descrição,<br />
registro, análise e interpretação do que está ocorrendo no presente.<br />
4.2 LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA<br />
A pesquisa realizou-se em no Ambulatório Universitário da Universidade Regional<br />
de Blumenau (FURB) na cidade de Blumenau, que atende a várias especialidades tais como:<br />
pediatria, ginecologia, clínica médica e clínica cirúrgica.<br />
4.3 PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA<br />
O período para realização da pesquisa foi de abril do ano de 2011 a junho do mesmo<br />
ano, sendo que a coleta de dados ocorreu no período de março a abril e o restante do período<br />
se destinou à análise destes dados.<br />
20
4.4 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DA PESQUISA<br />
4.4.1 Critérios de inclusão<br />
Pessoas com idade maior ou igual a 1 ano até 10 anos incluído os que estão quase<br />
completando 10 anos. Possuir diagnóstico médico confirmado de traço falciforme, ser<br />
acompanhado pelo ambulatório geral de Blumenau na qual foi desenvolvida a pesquisa. Para<br />
desenvolvimento da pesquisa foi selecionada uma criança portadora de traço falciforme de 8<br />
anos de idade, que será denominada por “florzinha” para preservar sua identidade.<br />
4.4.2 Critérios de exclusão<br />
Pessoas com faixa etária acima ou abaixo na denominada anteriormente. Pessoas que<br />
não possuem a doença diagnosticada. E não estejam realizado acompanhamento em nenhum<br />
ambulatório.<br />
4.5 PROCEDIMENTO PARA COLETA E REGISTRO DOS DADOS<br />
Para coleta de dados, foi utilizada a técnica de entrevista informal, semi-estruturada<br />
com instrumento de entrevista testado anteriormente. A observação sistemática e individual, à<br />
medida que as situações foram sendo observadas, também ocorreram. O instrumento da coleta<br />
de dados encontra-se no Apêndice B.<br />
Os métodos escolhidos para registro dos dados foram: a observação, a escrita e a<br />
gravação com consentimento do responsável.<br />
Para Marconi (2002), a observação sistemática é controlada pelo pesquisador para<br />
alcançar seus propósitos e responder a suas perguntas.<br />
Durante a coleta dos dados foi permitida a presença da mãe e da irmã, por se tratar de<br />
uma criança de apenas oito anos, sendo que a participação da família contribuiu bastante no<br />
enriquecimento dos dados coletados.<br />
21
4.6 PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DOS DADOS<br />
Marconi (2002) exemplifica que é na análise dos dados que o pesquisador alcança as<br />
respostas aos seus questionamentos. Para analisar dos dados foi desenvolvida a análise do<br />
conteúdo, conforme os dados que foram coletados.<br />
Para Minayo (1994), a análise de conteúdo compreende a pré-análise, com a leitura<br />
do material coletado e seleção dos mesmos; separação dos dados por categoria e análise<br />
inferencial, momento em que as categorias são interpretadas com base no referencial teórico e<br />
nos dados obtidos.<br />
4.7 ASPECTOS ÉTICOS<br />
Para respeitar os aspectos éticos e principalmente os direitos do entrevistado foi<br />
estabelecido o termo de consentimento livre e esclarecido no primeiro dia de entrevista (em<br />
APÊNDICE A).<br />
Foram explicados todos os seus itens tais como a utilização das iniciais ou outros<br />
nomes para preservar a identidade, a forma/modo de participar da pesquisa, como também a<br />
possibilidade de desistência a qualquer etapa do processo e da não maleficência em seu acesso<br />
à saúde caso isso ocorra.<br />
Aprovado no comitê de ética sob o parecer de número 172/10.<br />
22
5 COLETA DE DADOS<br />
Após ter em mãos o documento de aprovação do comitê de ética para a realização da<br />
pesquisa, o seguinte passo foi entrar em contato com o ambulatório para que se pudesse dar<br />
início à coleta de dados propriamente dita.<br />
O contato primário aconteceu com a enfermeira do ambulatório, que depois de ter<br />
analisado e arquivado a cópia do termo de aprovação do comitê de ética, mostrou-se a inteira<br />
disposição para auxiliar e disponibilizar os prontuários necessários para encontrar o indivíduo<br />
da pesquisa.<br />
Para clarificar a distribuição dos prontuários a enfermeira explicou que o ambulatório<br />
da FURB atende por especialidades, sendo assim os prontuários estavam separados por esta<br />
classificação. Por esta característica, deu-se a entender que teria que desenvolver a busca entre<br />
os prontuários pertencentes à área da hematologia.<br />
Foi realizada a busca durante três manhãs consecutivas, por um período de 30<br />
minutos aproximadamente em cada dia. Nestas buscas foram encontrados apenas indivíduos<br />
que possuíam o traço falciforme, que seria o traço da doença, mas não a manifestação da<br />
mesma. Destes totalizavam 10 indivíduos, com idade entre 1 e 10 anos.<br />
Com base nesta pesquisa realizada, deparou-se com um impasse, pois a pesquisa<br />
original seria sobre a anemia falciforme e não sobre o traço falciforme. Diante desta situação<br />
foi realizada a adequação do projeto e encaminhado para o comitê de ética.<br />
Houve a necessidade de retornar ao ambulatório para coletar dados do prontuário de<br />
pessoas portadoras do traço falciforme que já haviam sido escolhidas em conjunto com a<br />
professora orientadora.<br />
Ao solicitar novamente o prontuário destes indivíduos em questão a enfermeira<br />
responsável pelo serviço encontrou no sistema uma criança portadora de anemia falciforme,<br />
que não havia sido encontrado na busca inicial nos prontuários.<br />
Com os prontuários das duas crianças e potenciais indivíduos da pesquisa (portadora<br />
do traço falciforme e de anemia falciforme), realizou-se a anotação de alguns dados relevantes<br />
de ambos os prontuários. E, novamente com o auxílio da professora orientadora, optou-se por<br />
realizar a pesquisa com a criança portadora de anemia falciforme.<br />
Diante dessa situação, houve a necessidade de se dirigir novamente ao referido<br />
ambulatório, para solicitar os dados telefônicos e endereço, com o objetivo de entrar em<br />
contato com a responsável pelo indivíduo da pesquisa e poder agendar uma entrevista.<br />
23
Houveram alguns contratempos relacionados à mudança de telefone e endereço o que<br />
dificultou a marcação da entrevista.<br />
A primeira entrevista realizada com a criança portadora de anemia falciforme foi<br />
marcada para o dia 05 de abril de 2011 e realizando-se na residência da mesma, e durante essa<br />
entrevista percebeu-se que a mãe da criança acabou interferindo nas respostas, considerando<br />
que o sujeito da pesquisa não conseguia exprimir a sua opinião com clareza. Ao analisar os<br />
dados obtidos, deduziu-se que estes eram insuficientes para contemplar os objetivos propostos<br />
pela pesquisa. Ao contatar a professora orientadora, a mesma instruiu-me a aguardar o retorno<br />
da adequação do projeto no comitê de ética (a saúde da criança portadora de traço falciforme),<br />
para mudar de indivíduo e poder alcançar os objetivos propostos.<br />
Assim, ao escolher a criança portadora de traço falciforme, procedeu-se de idêntica<br />
forma anterior, onde foi marcada a entrevista, que se realizou no dia 18/04/2011 no período<br />
matutino, na presença da genitora e da irmã do indivíduo da pesquisa, e neste caso, a criança<br />
conseguiu relatar sua opinião e responder a contento a entrevista aplicada.<br />
24
6 ANÁLISE DOS DADOS<br />
Por tratar-se de um estudo de caso, optou-se primeiro destacar as características do<br />
sujeito da pesquisa, para em seguida a partir da análise de conteúdo dos dados coletados,<br />
estabelecerem as categorias temáticas.<br />
6.1 CARACTERÍSTICAS DO SUJEITO DA PESQUISA<br />
6.1.1 Histórico de Enfermagem/Anamnese<br />
O histórico de enfermagem é um instrumento utilizado pelo profissional enfermeiro<br />
para coleta de dados referentes à perspectiva fisiológica, psicológica, cultural, espiritual,<br />
ambiental e genética do indivíduo ao qual está desenvolvendo a consulta de enfermagem, a<br />
fim de permitir o conhecimento do cotidiano e rotina deste e a elaboração de um plano de<br />
condutas que contemple todas as necessidades visualizadas (WONG, 1997).<br />
O indivíduo da pesquisa é florzinha, que têm 8 anos, nasceu em 08 de maio de 2002,<br />
sexo feminino, coloração de pele branca. Possui crença religiosa católica, praticante,<br />
comparece à missa todos os domingos com os pais. Atualmente mora com a família em<br />
Blumenau, Santa Catarina. O local onde mora apresenta boas condições de moradia. Florzinha<br />
mantém uma boa relação com os pais e um pouco conflituosa com a irmã mais velha de 14<br />
anos.<br />
Seu pai E. C. O têm 41 anos e a mãe C. O. tem 38 anos.<br />
A renda mensal depende do pai da família; o mesmo saiu da firma onde trabalhava<br />
onde tinha um salário fixo e agora trabalha por comissão, sendo que tem meses que ganha<br />
dois salários mínimos e meses que ganha quatro, variando bastante.<br />
25
6.1.2 Histórico de Enfermagem/Informações do estado de saúde<br />
Com relação às vacinas realizadas, depois de conferida a carteirinha de vacinação,<br />
foi constatada que florzinha tem todas as vacinas condizentes com a idade a qual se encontra.<br />
Não faz uso de nenhuma medicação. Possui o traço falciforme, passado<br />
geneticamente por sua mãe, que relata também o possuir.<br />
O traço falciforme foi diagnosticado no teste do pezinho, mas não haviam dito a ela<br />
que havia necessidade de acompanhamento, mas depois de ter passado novamente por<br />
consulta médica, foi verificado a necessidade de acompanhamento anual, com hemograma e<br />
outros testes derivados deste.<br />
Florzinha possui acuidade visual preservada, distingue todas as colorações. Bem<br />
como a auditiva e olfativa, que também foram testadas.<br />
Encontra-se situada no tempo e espaço.<br />
6.1.3 Histórico de Enfermagem/Antecedentes familiares<br />
Possui todos os avós vivos.<br />
A avó materna é portadora de: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes<br />
Mellitus (DM), com níveis de colesterol alto, ácido úrico elevado, triglicerídeos elevados e<br />
trombose. O avô materno é portador de: HAS e colesterol alto. Já os avôs paternos, têm níveis<br />
de colesterol alto, e também são portadores de DM e HAS. A mãe dela, Dona C. O.,é<br />
portadora de HAS.<br />
6.1.4 Histórico de Enfermagem/Hábitos<br />
Em relação a fatores que contribuem para saúde, podem-se citar boas condições de<br />
moradia, em área urbana. A casa possui 5 cômodos e destes 2 são dormitórios, um do casal e<br />
o outro dividido pelas duas filhas do casal. É de alvenaria, com água encanada, energia<br />
26
elétrica, coleta de lixo semanal e saneamento básico. Moram ao todo 4 pessoas na casa. A<br />
família possui um cachorro como animal de estimação.<br />
Florzinha come cinco vezes por dia, de manhã, no almoço, no lanche na escola, no<br />
lanche em casa e na janta. Gosta de comer doces, batata-frita, maionese de batata e macarrão.<br />
Não gosta de comer feijão. Quanto ao consumo de líquidos, refere não gostar muito, mas<br />
toma aproximadamente 2 litros por dia. O que satisfaz a sua necessidade diária de líquidos.<br />
Os hábitos de sono de Florzinha consistem em às 19:00 horas ela janta e depois de a<br />
mãe lavar a louça todos vão dormir e geralmente no outro dia às 07:30 horas ela já está<br />
acordada. Dorme todos os dias, um total de 12 horas.<br />
É uma criança bastante ativa, realiza atividade física na escola, duas vezes por<br />
semana, e nos finais de semana participa, em uma associação perto de casa, de atividades que<br />
abrangem artes, balé, teatro e aulas de violão. Brinca ainda com várias crianças da vizinhança,<br />
relata possuir 5 amigos no total perto de sua casa.<br />
Suas eliminações vesicais totalizam 7 vezes por dia e intestinais 1 vez por dia.<br />
Sua família não frequenta muito a unidade de saúde, pois a mãe de florzinha relata<br />
que o serviço deles é ruim, ela prefere esperar para fazer acompanhamento no ambulatório da<br />
Universidade Regional de Blumenau (FURB) ou ir direto ao hospital quando precisa.<br />
6.1.5 Genograma<br />
O Genograma é um instrumento muito utilizado na saúde pública, pois possibilita a<br />
visualização da família dos usuários, bem como todas as relações entre eles.<br />
Consiste na representação gráfica de informações sobre esta família. É um<br />
instrumento padronizado, no qual, símbolos e códigos podem ser interpretados como uma<br />
linguagem comum aos interessados em visualizar e acompanhar a história familiar e os<br />
relacionamentos entre seus membros. Os homens são representados por quadrados e as<br />
mulheres por círculos, sendo cada membro identificado pelo nome, idade e ocupação<br />
(NASCIMENTO; ROCHA; HAYES, 2005).<br />
É similar a uma árvore genealógica, pois resgata todos os parentes, inclusive os<br />
falecidos, porém possui mais informações.<br />
27
Figura 1 – Genograma<br />
Fonte: Acervo da acadêmica que desenvolveu a pesquisa.<br />
O Genograma da família de florzinha (Figura 1) mostra as relações da família com os<br />
parentes e do indivíduo da pesquisa com sua família.<br />
Florzinha mantém uma relação próxima com seu pai e sua mãe, já com sua irmã mais<br />
velha possui uma relação conflituosa que foi percebida durante toda a entrevista.<br />
Entre irmãos é normal haverem desentendimentos, discussões e brigas, pois além de<br />
haver a diferença de idade, neste caso de 6 anos. Ambas necessitam se adaptar ao<br />
temperamento da outra e isso ocorrerá gradativamente (BRAZELTON; SPARROW, 2006).<br />
28
Pode-se perceber também, visualizando o Genograma que a mãe de florzinha possui<br />
uma relação conflituosa com sua irmã, e que uma delas a que seria a irmã mais velha, já é<br />
falecida.<br />
Com relação à família paterna a família mantém relação próxima com apenas três<br />
irmãos do pai de florzinha e isto se deve pelo fato de os outros não morarem em Santa<br />
Catarina.<br />
Neste Genograma também aparecem as ocupações de cada membro da família e<br />
parentes e as características relacionadas à saúde, nas quais significam: Hipertensão arterial<br />
sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM), as outras doenças não necessitam de maiores<br />
explanações. Outra sigla que aparece no quadro é SP, que se refere ao estado de São Paulo,<br />
onde moram 4 parentes (tios) do indivíduo da pesquisa.<br />
6.1.6 Ecomapa<br />
Segundo Rocha, Nascimento e Lima (2002), o Ecomapa fornece uma visão ampliada<br />
da família, desenhando a estrutura de sustentação e retratando a ligação entre a família e o<br />
mundo. Esse instrumento conecta as circunstâncias ao meio ambiente e mostra o vínculo entre<br />
os membros da família e os recursos comunitários.<br />
Este instrumento propicia a visualização das relações e dos vínculos que a família<br />
possui com a comunidade.<br />
Através do Ecomapa pode-se identificar com quais membros da sociedade a família<br />
se relaciona. Com a associação e com os vizinhos possui uma relação próxima, pois é com<br />
esses que florzinha se relaciona e possui uma relação prazerosa e agradável.<br />
Conforme Souza e Kantorski (2009), a participação dos meios de suporte social, seja<br />
como apoio ou apenas conferindo confiança, contribui para a diminuição e combate aos<br />
fatores estressantes que surgem pelo caminho, esses laços influenciam nos atos e percepções<br />
dos indivíduos que integram essa rede.<br />
29
Figura 2 - Ecomapa<br />
Fonte: Acervo da acadêmica que desenvolveu a pesquisa.<br />
A relação média vincula-se ao ambulatório da FURB e à escola, a primeira, pois<br />
realiza acompanhamento anual e a segunda, pois comparece todos os dias.<br />
Com o hospital e a igreja mantém uma relação normal, porque o hospital procura<br />
quando surge alguma intercorrência e a igreja vão aos domingos, mas não são devotos.<br />
E a relação distante refere-se à unidade de saúde, em razão de a família não procurar<br />
seus serviços, nem confiar nos mesmos, conforme relato da mãe de florzinha.<br />
30
6.2 A CONCEPÇÃO DE SAÚDE DO SUJEITO DA PESQUISA<br />
6.2.1 Exercício físico como promotor de saúde<br />
Hoje em dia a sociedade esqueceu-se da importância que o exercício físico<br />
proporciona no aumento à saúde. Muitas vezes esse esquecimento deve-se principalmente à<br />
jornadas extensas de trabalho e à vários vínculos empregatícios. Mas para uma criança isso é<br />
primordial, visto que ela não deveria possuir essas obrigações, que são comuns aos adultos,<br />
mas algumas possuem. Por isso elas deveriam conseguir ter uma carga semanal bem mais<br />
satisfatória no que se refere à atividade física.<br />
A lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, título V, capítulo II, seção I, Artigo 26,<br />
parágrafo 3. Diz que “a educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é<br />
componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao<br />
aluno”.<br />
Segundo Alves (2003), a diminuição ou ausência da atividade física no cotidiano do<br />
ser humano provoca o aumento no risco do desenvolvimento da aterosclerose e suas<br />
consequências, tais como: angina, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral;<br />
obesidade; hipertensão arterial sistêmica; diabetes; dislipidemias; doenças pulmonares;<br />
depressão e ansiedade.<br />
Durante a realização de exercício físico, ocorre liberação da b-endorfina e da<br />
dopamina pelo organismo, propiciando um efeito tranqüilizante e analgésico no<br />
praticante regular, que freqüentemente se beneficia de um efeito relaxante pósesforço<br />
e, em geral, consegue manter-se um estado de equilíbrio psicossocial mais<br />
estável frente às ameaças do meio externo (CHEIK et al, 2003. p.4).<br />
O que o sujeito da pesquisa sente quando realiza exercício físico sinto bem, com<br />
mais saúde (florzinha). Com base neste relato pode-se destacar que o exercício físico<br />
proporciona para qualquer pessoa uma satisfação em realizá-lo, principalmente se for um<br />
esporte ao qual se identifica e gosta, pois além de ocorrerem a liberação de hormônios que<br />
promovem essa sensação, entra a parte da concepção da criança e o quanto ela se diverte<br />
durante a brincadeira ou exercício.<br />
E a parte primordial a qual ela se referiu, que quando realiza o exercício sente-se<br />
com saúde, pois o próprio exercício proporciona mais saúde, pelo fato de evitar a instalação<br />
31
de doenças, se realizado continuamente. E porque se ela não estivesse sentindo-se com saúde<br />
a prática do exercício não se tornaria prazerosa.<br />
Lazzoli et al (2000), enfatizam que além de contribuir para uma vida saudável a<br />
atividade física produz um impacto na saúde pública, porque uma criança que se exercita<br />
tornar-se-á um adulto com as mesmas características, reduzindo a prevalência de<br />
sedentarismo no Brasil.<br />
6.2.2 A felicidade como extensão da saúde<br />
A felicidade é uma consequência de condições favoráveis para seu surgimento e das<br />
expectativas e ambições presentes em cada ser humano e isso distinguirá esse sentimento em<br />
cada um deles. Por exemplo, quanto mais simples uma pessoa for em sua ambição ou<br />
expectativas, mais cedo alcançará a felicidade, porém não quer dizer que ela não possa<br />
alcançar maior felicidade com maiores ambições e expectativas, somente que o tempo<br />
transcorrido entre uma e outra terá influência determinante sobre os resultados obtidos. Para<br />
uma criança o conhecimento do mundo externo, da sociedade e de si próprio são pequenos e<br />
incompletos, portanto, essas características são diminutas e satisfeitas com mais facilidade<br />
(NORDENFELT, 2000).<br />
A felicidade é um sentimento que provoca bem-estar nas pessoas e esse sentimento<br />
perfaz uma parte do significado de saúde. Porque tendo saúde a pessoa vê-se feliz e o inverso<br />
também é viável. Porém, o estado de doença pode ser atenuado pela felicidade momentânea e<br />
mascarar o sentimento negativo em prol do bem-estar físico e mental que a felicidade<br />
proporciona.<br />
Esta situação pode ser representada pela frase de florzinha ao dizer que: quando to<br />
doente e meu pai faz eu rir, fico melhor e feliz (florzinha). Neste caso, a felicidade está<br />
associada ao bem-estar momentâneo e, por conseguinte a saúde também, por este curto espaço<br />
de tempo no qual a felicidade se manifestou por meio de um sorriso.<br />
Mas a felicidade pode manifestar-se livremente durante o período de saúde, ou na<br />
manutenção desta. Pois a partir do momento em que a pessoa sente-se saudável, permite-se<br />
desenvolver atividades que lhe confiram felicidade.<br />
Outra citação da criança exemplifica a felicidade no cotidiano: se como o que gosto<br />
[...] e faço o que gosto, fico muito feliz (florzinha). Ou seja, ações do cotidiano, quando ela<br />
32
está sentindo-se com saúde, conferem-lhe felicidade. Mas essa felicidade é alcançada somente<br />
através de situações que lhe são agradáveis. “Saúde não é o mesmo que felicidade. Nem<br />
tampouco é um pré-requisito para a felicidade. Sob circunstâncias normais a pessoa saudável<br />
pode ir muito longe nos seus esforços para obter felicidade” (NORDELFELT, 2000, p. 130).<br />
Através disso pode-se pensar que se a saúde não é o mesmo que felicidade, a teoria<br />
de que se pode obter a felicidade em um estado de doença é exequível. Pois apesar de ambas<br />
estarem amplamente conectadas, não interfere na sua manifestação em outro estado.<br />
O mesmo autor exemplifica que cada pessoa tem uma concepção diferente de<br />
felicidade, significa dizer que a felicidade pode ser encontrada ou experimentada de várias<br />
maneiras diferentes e estas podem ir desde uma experiência simples, como um sorriso, ou<br />
brincadeira, ou mais complexa, como retirar o sujeito de seu meio de convívio e levá-lo a<br />
algum lugar diferenciado onde possa desenvolver esse sentimento,<br />
A diferença destas concepções não reduz a eficácia na manifestação da felicidade,<br />
apenas demonstra que ela não é estável.<br />
Para Demo (2001), o domínio da felicidade encontra-se na consciência, porém esta é<br />
a felicidade subjetiva e difícil de quantificar, já a felicidade objetiva que se caracteriza pelos<br />
fatores atuantes externos, não mais fácil entretanto de quantificar, mas sim de visualizar.<br />
Portanto pode-se dizer que existem dois meios de expressar a felicidade, uma interna,<br />
regida pelo próprio ser humano e suas nuances e outra influenciada pelo meio externo, que<br />
pode ou não interferir na primeira, dependendo do estado emocional, físico e social desta.<br />
6.2.3 A concepção de saúde para o sujeito da pesquisa<br />
Para o indivíduo do estudo é com saúde que consegue desenvolver as atividades que<br />
gosta, ela diz: se to sem saúde não posso brincar, nem passear, fico dentro de casa e fico<br />
triste e me sinto ruim (florzinha).<br />
Como já foi citado anteriormente por Segre e Ferraz (1997), “a saúde é um estado de<br />
completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença e<br />
enfermidade”.<br />
Nordelfelt (2000) discorda ao dizer que essa é uma definição utópica, sendo que é<br />
difícil alcançar um perfeito bem estar entre esses três aspectos essenciais.<br />
33
A explicação de Nordenfelt é válida, pois nem sempre essas três esferas se<br />
encontram em harmonia, por se tratar de variáveis extremamente instáveis, denominadas desta<br />
forma por não apresentarem uma constante.<br />
A ampliação do conceito de saúde estabelecida na VIII Conferência Nacional de<br />
Saúde está regulamentada na Lei Orgânica da Saúde nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, no<br />
Título I, artigo 3º: A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a<br />
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a<br />
educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da<br />
população expressam a organização social e econômica do país.<br />
SENAC (2006) expõe que a saúde é suscetível aos fatores externos. Significa dizer<br />
que uma pessoa saudável ao receber um estímulo externo, pode sofrer um abalo em suas<br />
condições vitais e ficar doente momentânea ou indefinidamente.<br />
O mesmo autor entende que o ser humano não pode se dissociar do que está a sua<br />
volta, pois estes componentes lhe conferem a contemplação de várias necessidades pertinentes<br />
à conservação de sua saúde. Tais necessidades são descritas por Maslow apud SENAC<br />
(2006): necessidades fisiológicas; de segurança; de amor; de estima e de auto-realização.<br />
Essas categorias se não alcançadas também provocam uma diminuição da saúde, entretanto<br />
não significa que houve a instalação de uma doença.<br />
A seguinte fala do indivíduo da pesquisa exemplifica como se sente quando está com<br />
saúde: quando to melhor e consigo fazer o que gosto, brincar e passear, to com saúde<br />
(florzinha). E não significa dizer que todas as suas necessidades estão satisfeitas ou em<br />
harmonia, mas que se ela sente-se bem e está desenvolvendo algo de que gosta, por isso<br />
pressupõe-se que está com saúde.<br />
6.3 FATORES QUE INTERFEREM NA SAÚDE DO SUJEITO DA PESQUISA<br />
6.3.1 A família como suporte básico na vida<br />
Nesta categoria é abordada a questão da família na vida do indivíduo da pesquisa.<br />
Prado (1985) afirma que, o modelo de família mais conhecido e valorizado, é o modelo<br />
nuclear, composto por pai, mãe e filhos, geralmente com traços de consanguinidade.<br />
34
Na frase do indivíduo da pesquisa pode-se evidenciar a importância da família: a<br />
família é muito importante sempre [...] quando to doente meus pais me dão chamego e me faz<br />
rir, isso me deixa alegre (florzinha). Durante a entrevista pode-se perceber o vínculo entre a<br />
família (composta por pai, mãe e filhas), que como constituinte básico de cada ser humano é<br />
essencial para o desenvolvimento deste.<br />
Por estar presente durante o processo de amadurecimento da criança a família<br />
promove ações que demonstram solidariedade, fator indispensável para proporcionar o<br />
crescimento, desenvolvimento e integração (ELSEN; MARCON; SANTOS, 2002).<br />
O estar presente é o que produz estas ações, pois à medida que a família serve de<br />
suporte neste desenvolvimento a criança adquire através do percurso a confiança e capacidade<br />
necessária para desempenhar o seu papel na sociedade e na própria vida sozinha.<br />
Do mesmo modo que uma criança que não recebe esse apoio, apresenta uma<br />
dificuldade para acompanhar o desenvolvimento normal de sua idade, pois tem que substituir<br />
esta base por outra e essa transição nem sempre é fácil, devido à idade prematura na qual ela<br />
pode ocorrer.<br />
O cuidado como presença se mostra por saber ouvir, pelo diálogo, pelo estar-junto,<br />
por acompanhar, envolver-se, comprometer-se, ter preocupação com o outro, o fazer<br />
- com e, em determinadas ocasiões, o agir pelo outro e defendê-lo, e também<br />
responsabilizar-se pelo outro. (ELSEN; MARCON; SANTOS, 2002. p. 18)<br />
O ser família não implica somente na constituição básica, pai, mãe e filhos, há toda<br />
uma interação entre seus membros, e esta promove o aprimoramento de todos, não somente<br />
da criança que é o foco do estudo, mas da família como um todo integrado.<br />
E este todo integrado abrange a relação entre seus membros, que com o evoluir dos<br />
anos torna-se mais intensa originando o crescimento em termos de relacionamento e<br />
desenvolvimento desses membros.<br />
Conforme Munhoz e Maciel (2008), a família propicia a criação de um espaço<br />
psicológico circunscrevendo a criança de modo a orientar seu desenvolvimento.<br />
Significa dizer que esse espaço permite que a criança se desenvolva na amplitude de<br />
suas capacidades, permitindo assim o desenvolvimento gradual das mesmas com o mínimo de<br />
interferência externa no que se refere às capacidades mentais.<br />
35
6.3.2 Os amigos como rede de apoio<br />
Esta subcategoria está destacada pelo fato de o indivíduo da pesquisa possuir vários<br />
amigos: eu tenho um monte de amigos, tem uns 5, tem também aquela vizinha da frente<br />
(risos),[...] e a minha prima, mas conta também porque a gente brinca tudo junto (florzinha).<br />
Segundo Brun (2007), a amizade é buscada pelo ser humano, com a finalidade de<br />
alcançar certa autonomia do pensamento, da fala, situações que só poderão realizar-se fora do<br />
âmbito familiar.<br />
O amigo é alguém para quem se pode revelar o “eu” verdadeiro, os temores, anseios,<br />
dúvidas, mudanças corporais e os sentimentos mais íntimos. Mas essas revelações não serão<br />
feitas a amigos recentes e sim àqueles em quem se confia, ou seja, é preciso que haja uma<br />
amizade com vínculo mais longo e estreito (REZENDE, 2002). A criança não perceberá de<br />
fato o tempo transcorrido de amizade, mas o sentimento de vínculo estará presente e este lhe<br />
conferirá a segurança para o diálogo.<br />
Outro fator importante que os amigos têm na vida da criança é o seu<br />
desenvolvimento social, pois somente fora da rede familiar a criança consegue desenvolvê-lo.<br />
Na roda de amigos, por exemplo, há várias opiniões e a criança aprende a ouvir a opinião dos<br />
outros e a pensar sobre elas relacionando às suas próprias.<br />
Como ressalta Silva (2009), a amizade incita transformações e desafios. A partir do<br />
pressuposto que todos os seres humanos são diferentes, essa heterogenia promove o<br />
compartilhamento de ideais, mas ao mesmo tempo mantêm a singularidade de cada um.<br />
Pode-se dizer que as amizades são essenciais no desenvolvimento do senso de<br />
julgamento da criança também, pois aplicando as várias opiniões, unidas às suas vivenciará o<br />
certo e o errado no cotidiano e no viver em sociedade.<br />
Com relação à saúde a amizade é importante no suporte que proporciona, no<br />
momento de doença, como suporte; ou na distração que provoca, pois quando a criança está se<br />
divertindo não pensa na doença ou fatores negativos pelos quais está passando no momento.<br />
Os dois refletem a ligação da amizade em si, mesmo que inconsciente do resultado gerado.<br />
36
6.3.3 A doença como fator limitante ou não da saúde<br />
Através da entrevista pode-se perceber todo o cuidado e proteção da mãe com o<br />
indivíduo da pesquisa, esta quando a menina chorava a confortava e acariciava, em um gesto<br />
de total apego e proteção.<br />
O cuidado desenvolvido pela família tem como finalidade preservar a vida de cada<br />
um de seus membros, para alcançar o desenvolvimento pleno de suas<br />
potencialidades, de acordo com suas próprias possibilidades e as condições do meio<br />
onde ela vive (ELSEN; MARCON; SANTOS, 2002. p. 451).<br />
Todo esse cuidado e zelo refletem-se principalmente sobre a condição da criança, de<br />
portadora do traço falciforme, conjectura-se que por apresentar essa característica a família<br />
acaba por protegê-la, desenvolvendo assim uma carência e necessidade afetiva maior.<br />
Essa necessidade faz com que a criança se torne mais introspectiva e dependente e de<br />
certa forma a leva a sentir-se incapaz de desempenhar seu papel na sociedade sozinha sem o<br />
amparo dos pais.<br />
Um relato importante da mãe demonstra essa característica quando ela foi<br />
apresentar um trabalho na escola, eu disse para ela me imaginar ao seu lado, para não ficar<br />
nervosa e ela se saiu bem fazendo isso, a professora até elogiou (mãe).<br />
Através disso pode-se afirmar a necessidade constante do apoio materno neste caso<br />
para superação das adversidades, pois este sempre esteve presente através da proteção<br />
instintiva por parte da mãe.<br />
A presença da doença em si não caracteriza se a pessoa tem ou não saúde. Uma<br />
pessoa pode possuir uma doença crônica (Hipertensão arterial sistêmica, Diabetes Mellitus,<br />
traço falciforme, dentre outras), controlá-la e ainda assim ter uma boa saúde, permitindo que a<br />
pessoa viva em sociedade e tenha participação ativa em sua vida. Isso dependerá da própria<br />
pessoa, manter a doença estável e controlada para seguir com a vida da melhor forma possível<br />
(SILVA, 2009).<br />
37
6.3.4 O papel da enfermagem na atenção à saúde do portador de traço falciforme<br />
A enfermagem tem um papel importante na atenção à saúde do portador do traço<br />
falciforme, pois possibilita um conhecimento maior acerca das características da doença para<br />
os usuários, promove a interação sobre as características de sua situação e acompanhamento<br />
das consultas de rotina para verificar a progressão e/ou estabilização da doença.<br />
O cuidado às pessoas tem sido apontado como objeto epistemológico da<br />
enfermagem. É um modo de estar com o outro, no que se refere às questões<br />
especiais da vida das pessoas, como a promoção e a recuperação da saúde, o<br />
nascimento e a própria morte. É compreendido como um cuidado que rompe com a<br />
fragmentação corpo/mente, normal/patológico. Um cuidado humanizado,<br />
favorecedor de uma vida melhor e mais saudável (SILVA et al, 2009).<br />
A enfermagem constitui todas essas esferas, e através desse cuidado é possível<br />
assistir ao indivíduo integralmente em todas as suas necessidades, tanto fisiológicas,<br />
psicológicas e sociais. E essa assistência humanizada e integral com visão holística, produz<br />
tanto satisfação ao profissional quanto ao indivíduo, que têm a certeza de que foram<br />
solucionadas todas as suas necessidades.<br />
Além do acompanhamento em um ambulatório de grande porte, outro que é de<br />
extrema importância é o da Estratégia da Saúde da Família, que por sua vez tem por<br />
atribuição promover ações que visam a promoção, prevenção, recuperação, reabilitação e<br />
manutenção da saúde de todos os membros das famílias de sua área de abrangência (BRASIL,<br />
2011).<br />
Para Pereira et al (2009), é de competência do enfermeiro da unidade estabelecer o<br />
vínculo com estas famílias para que haja a possibilidade de desenvolver estas ações. Esse<br />
vínculo precisa ser de confiança e mútua responsabilidade para que as atividades propostas<br />
possam ser cumpridas e as metas estabelecidas alcançadas ou remanejadas de acordo com as<br />
necessidades do indivíduo.<br />
Neste caso, o que a criança necessita dos profissionais enfermeiros é que a auxiliem<br />
no controle da sua patologia e não a enquadre apenas em um grupo específico,<br />
denominação que a colocará numa situação de igualdade estabelecida por um<br />
modelo de saúde voltado para a doença. Se a doença é uma espécie de norma<br />
biológica, o estado patológico não pode ser chamado de anormal no sentido<br />
absoluto. Assim a pessoa que é portadora de uma patologia é normal na situação de<br />
saúde (CANGUILHEM, 2002 apud SILVA, 2009, p.121).<br />
38
Através do vínculo formado com as famílias é possível distinguir que certas doenças<br />
podem ser controladas, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas que as<br />
possuem e aos familiares que os cercam. Com relação às crianças que têm essas<br />
características, estas devem ser acompanhadas para orientação constante. Neste contexto os<br />
pais também necessitam de esclarecimentos para não acarretar em superproteção e<br />
consequente domínio das crianças sobre eles, advindas da falta de conhecimento no que tange<br />
ao controle da doença.<br />
O conhecimento confere poder e confiança melhorando o convívio da família e da<br />
sociedade. O primordial é saber que uma pessoa portadora de uma patologia também pode ser<br />
saudável.<br />
39
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
A partir deste momento as categorias e subcategorias que deram sustentação para o<br />
desenvolvimento da análise desta pesquisa serão revisitadas com o intuito de sintetizá-las.<br />
Através dos objetivos levantados e da análise dos dados, pode-se perceber que a<br />
criança, sujeito da pesquisa, portadora de traço falciforme, caracteriza-se por uma criança<br />
saudável, apesar de ser portadora de uma patologia. Encontra-se dentro dos padrões normais<br />
de crescimento e desenvolvimento para a sua idade. Possui uma família participativa e ativa<br />
em sua criação e desenvolvimento, com desavenças normais para a idade e no relacionamento<br />
com a irmã. As relações mais próximas foram evidenciadas como as que lhes propiciam maior<br />
prazer e felicidade. Para o indivíduo da pesquisa as demais relações com o mundo que a cerca<br />
apenas são existentes como necessidade de convívio em sociedade, como no caso a escola.<br />
Como conceitos da saúde, o indivíduo da pesquisa levantou o exercício físico e a<br />
felicidade e o próprio entendimento do que seria saúde. Como relatado anteriormente no<br />
corpo da pesquisa de maneira fragmentada a saúde é composta por inúmeras variáveis e a<br />
estas se juntam o exercício físico como algo concreto e a felicidade como um aspecto<br />
subjetivo, que juntos, contribuem para aumentar ou manter a situação de saúde da pessoa.<br />
Se a saúde é um complexo de necessidades, situações, boas condições de moradia,<br />
acesso à boa educação, tempo para prazer e lazer e outras infinitas necessidades que são<br />
individuais; como o ser humano conseguiria manter-se com saúde se nem sempre essas<br />
necessidades são amplamente satisfeitas?<br />
Simplesmente porque cada necessidade tem um grau de importância para cada<br />
pessoa e cabe a elas decidir se isso interferirá ou não em seu cotidiano.<br />
A felicidade e o exercício físico, por exemplo, são necessidades diferentes. A<br />
primeira tem haver com a necessidade de auto-estima de auto-realização e isso varia com a<br />
concepção destas vertentes para cada indivíduo, e o exercício físico vem da necessidade<br />
fisiológica, pois ele auxilia na manutenção do organismo em níveis saudáveis. O que não<br />
significa dizer que uma pessoa que não se exercita não é feliz, pois como necessidades<br />
diferentes são alcançadas da mesma maneira, porém o exercício pode deixar a pessoa feliz,<br />
por proporcionar essa sensação para o indivíduo ou por sentir prazer em realizá-lo, se for um<br />
esporte do qual goste.<br />
Dos fatores que possam eventualmente interferir na saúde do indivíduo da pesquisa<br />
citou-se a família, os amigos o fator da doença e a atuação do profissional enfermeiro.<br />
40
A família e os amigos além de contribuírem na formação básica do ser humano<br />
enquanto criança, auxiliam a transpor os obstáculos que a ausência dessas necessidades<br />
provoca, ou na instalação de uma doença.<br />
O fator que mais interfere no desenvolvimento do indivíduo da pesquisa é o fato de<br />
ter conhecimento sobre a doença e conhecer as repercussões deste fato em sua família, porque<br />
os pais agem de maneira a protegê-la, com a finalidade de estarem contribuindo em seu<br />
desenvolvimento. Neste cenário, porém acaba não facilitando a convivência em família e com<br />
o seu meio social. Isso se deve porque florzinha acaba por incorporar que a sua situação é<br />
uma doença e para tanto merece ser tratada de forma diferente perante os demais.<br />
Nem sempre uma pessoa que possui uma doença crônica a manifesta de modo a<br />
incapacitá-la. Um exemplo desta questão é um indivíduo que possua hipertensão arterial<br />
sistêmica e realiza controle rigoroso da mesma com remédios e aferições diárias, essas<br />
medidas permitirão que viva uma vida saudável mesmo possuindo essa doença.<br />
Mas como transmitir esse pensamento para a criança? Com certeza levará algum<br />
tempo e necessitará de um suporte especializado para contribuir e conduzir de maneira<br />
adequada a situação. E é nessa hora que o profissional enfermeiro contribui.<br />
O profissional enfermeiro responsável pela unidade de saúde à qual a família<br />
pertence tem a competência de acompanhar todas as famílias, e perceber as necessidades e<br />
dificuldades pelas quais elas passam e auxiliá-las a transpô-las. Porque esse é um dos<br />
objetivos de uma unidade básica de saúde, promover promoção da saúde.<br />
Entretanto se a família se recusa a procurar os serviços da unidade de saúde,<br />
questiona-se as ações que a equipe poderia estar fazendo para aproximar essas famílias a fim<br />
de que o objetivo seja satisfeito.<br />
No início da pesquisa o intuito era realizá-la com um indivíduo portador de anemia<br />
falciforme, mas devido a alguns contratempos não foi possível que esse desejo fosse<br />
realizado, dando sequência a algumas dúvidas, temores, anseios e tristezas à acadêmica que a<br />
desenvolveu. Entretanto, com o decorrer da mudança da característica do indivíduo para traço<br />
falciforme percebeu-se que essa alteração não acarretaria em prejuízo para a realização da<br />
pesquisa. Esse processo produziu grande crescimento pessoal, por controle adquirido,<br />
capacidade de adaptação e desenvolvimento da pesquisa, pois a mesma tornou-se enriquecida<br />
pela transposição das dificuldades.<br />
Para finalizar levanta-se uma questão: se é possível que uma pessoa com uma doença<br />
crônica, que a controle regularmente possa manter-se com saúde e conviver com isso, uma<br />
41
pessoa saudável, sem doença real ou diagnosticada também possuir um estado de doença em<br />
âmbito emocional, ou apenas sentir-se doente e inepta às demandas sociais e pessoais?<br />
Seria interessante também continuar estudando e aprofundando as concepções atuais<br />
e futuras de saúde pensando concomitantemente em uma maneira de mudar o modelo de<br />
atenção à saúde que ainda privilegia a doença e neste contexto capacitar os profissionais da<br />
área da saúde, incluindo especialmente os enfermeiros para atuarem com ênfase na promoção<br />
e prevenção da saúde, primordial na atuação da Estratégia de Saúde da Família (ESF), que é a<br />
porta de entrada da família brasileira<br />
42
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v.43, n.2, jun. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?<br />
script=sci_arttext&pid=S0080-62342009000200017&lang=pt. Acesso em: 20 abril 2011.<br />
THOMPSON, E. D.; ASHWILL, J. W. Uma introdução à enfermagem pediátrica.<br />
Tradução Ana Thorell. 6.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. 446p. Tradução de: Pediatric<br />
nursing - an introductory text.<br />
WONG, D. L. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva.<br />
Tradutores Claudia Lucia Caetano de Araujo. et al. 2. ed. Rio de Janeieo: Guanabara Koogan,<br />
1997. 1118p. Tradução de: Waley & Wong´s Essentials of pediatric nursing.<br />
47
APÊNDICES<br />
48
APÊNCICE A – Termo de Consentimento livre e esclarecido para menores de 18 anos<br />
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />
1. Identificação do Projeto de Pesquisa<br />
Título do Projeto: A saúde da criança portadora de traço falciforme<br />
Área do Conhecimento: III<br />
Curso: Enfermagem<br />
Número de sujeitos no centro: 01 Número total de sujeitos: 01<br />
Patrocinador da pesquisa: Não se aplica<br />
Instituição onde será realizado: Ambulatório da FURB<br />
Nome dos pesquisadores e colaboradores: Profª. Drª. Cláudia Regina Lima Duarte da Silva e<br />
Nathaly Helena Butzke Grosch<br />
Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa acima identificado. O<br />
documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos<br />
fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a<br />
qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.<br />
2. Identificação do Sujeito da Pesquisa e do Responsável<br />
Nome do menor: Data de nascimento:<br />
Nome do responsável: Data de Nascimento:<br />
Profissão: Nacionalidade:<br />
Estado Civil: CPF/MF: RG:<br />
Endereço:<br />
Telefone: E-mail:<br />
3. Identificação do Pesquisador Responsável<br />
Nome: Profª. Drª. Cláudia Regina Lima Duarte da Silva<br />
Profissão: Enfermeira Nº do Registro no Conselho: 027902<br />
Endereço: Rua: Benjamin Duarte da Silva, 116 – Garcia<br />
Telefone: (47) 99820817 E-mail: duarte@fub.br<br />
Eu, responsável pelo menor acima identificado, autorizo sua participação, como voluntário(a)<br />
no presente projeto de pesquisa. Discuti com o pesquisador responsável sobre a minha<br />
decisão em autorizar a sua participação e estou ciente que:<br />
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1. Esta pesquisa tem como objetivo geral conhecer a saúde da criança portadora de anemia<br />
falciforme e como objetivos específicos caracterizar o portador de anemia falciforme;<br />
identificar o conhecimento sobre saúde do portador de anemia falciforme e reconhecer os<br />
fatores que interferem na saúde da criança portadora de anemia falciforme<br />
2. O procedimento para coleta de dados será realizado entrevista com perguntas para<br />
responder verbalmente e a gravação da mesma após consentimento do responsável. Tratase<br />
de uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratória, estudo de caso, descritiva e<br />
individual.<br />
3. O benefício esperado é o conhecimento científico acerca da saúde da criança portadora de<br />
traço falciforme, permitindo assim uma assistência mais adequada a sua saúde.<br />
4. Não é esperado que ocorra desconforto e risco ao entrevistado durante a realização da<br />
pesquisa.<br />
5. A participação de meu filho ou menor sob minha guarda neste projeto tem como<br />
objetivo o conhecimento da saúde de crianças com anemia falciforme, o que ela sabe<br />
sobre o assunto e o que interfere em sua saúde.<br />
6. A participação de meu filho ou menor sob minha guarda é isenta de despesas.<br />
7. Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração de meu filho ou do menor<br />
sob minha guarda nesta pesquisa no momento em que desejar, sem necessidade de<br />
qualquer explicação.<br />
8. A desistência não causará nenhum prejuízo à saúde ou bem estar físico de meu filho ou<br />
do menor sob minha guarda. Não virá interferir no atendimento a qualquer eventualidade<br />
que ocorra devido à minha doença em qualquer instituição de saúde, sendo hospital ou<br />
ambulatório.<br />
9. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas concordo que<br />
sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam<br />
mencionados;<br />
10. Poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado) no endereço Rua:<br />
Benjamin Duarte da Silva, 116 – Garcia, sempre que entender necessário obter<br />
informações ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e minha participação no<br />
mesmo.<br />
11. Tenho a garantia de tomar conhecimento, pessoalmente, do(s) resultado(s) parcial(is) e<br />
final(is) desta pesquisa.<br />
Declaro que obtive todas as informações necessárias e esclarecimento quanto às dúvidas por<br />
mim apresentadas e, por estar de acordo, assino o presente documento em duas vias de igual<br />
teor (conteúdo) e forma, ficando uma em minha posse.<br />
50
_____________( ), _____ de ____________ de ______.<br />
_____________________________________<br />
___<br />
_________________________________<br />
Sujeito da pesquisa Responsável pelo sujeito da pesquisa<br />
_________________________________<br />
Pesquisador Responsável pelo Projeto<br />
Testemunhas:<br />
_____________________________________ ____________________________________<br />
__<br />
_______<br />
Nome: Nome:<br />
RG: RG:<br />
CPF/MF: CPF/MF:<br />
Telefone: Telefone:<br />
51
APÊNDICE B – Instrumento para Entrevista<br />
OBJETIVO DA PERGUNTA Nº 1:<br />
- Conhecer dados do perfil do sujeito da pesquisa.<br />
Histórico de Enfermagem<br />
Genograma<br />
Ecomapa<br />
Diagnóstico de Enfermagem segundo NANDA<br />
Idade:<br />
Escolaridade:<br />
Gênero:<br />
Diagnóstico de anemia falciforme:<br />
Altura:<br />
Peso:<br />
Exames:<br />
OBJETIVO DAS PERGUNTAS Nº 2<br />
- Conhecer a concepção de saúde da criança portadora de traço falciforme.<br />
2.1 Você poderia lembrar os dias ou momentos da sua vida em que você pensa. Hoje estou me<br />
sentindo com saúde. Você pode descrever um dia ou momento destes?<br />
- Na experiência que descreveu quais os pontos/aspectos que considera mais fortes?<br />
- Você gostaria de passar por estes momentos novamente?<br />
- Por quê?<br />
- Você compartilhou com a sua família esses dias e momentos?<br />
2.2 De outro modo há aqueles dias ou momentos em que, se você pudesse esqueceria.<br />
Aquele dia ou momento em que você pensa. Hoje não estou me sentindo com saúde. Você<br />
pode descrever um dia ou momento destes?<br />
- Na experiência que descreveu quais os pontos/aspectos que considera negativos?<br />
- O que você faria para mudar neste dia ou momento?<br />
- Por quê?<br />
- Qual o tipo de apoio que você recebeu de sua família nos momentos em que você se sentiu<br />
sem saúde.<br />
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