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MYRIAN MUNIZ: UMA PEDAGOGA DO TEATRO - Unesp

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corpo”. Expressão corporal? Glória! “Fazer roteiro, textos e alguns<br />

temas.” Glória! A gente bem que estava precisando disso. “Participar da<br />

confecção do cenário.” Glória! Tudo bem. Agora, mudar para a Escola de<br />

Dança? Embaixo do Viaduto do Chá? Lavar o chão? E os mictórios? Ai!<br />

Prefiro a glória. [...] A gente podia inventar que não estreou ainda. Pra<br />

sempre. Os masoquistas aqui vão morrer de saudade dos sádicos daí.<br />

Tudo é perfeito! E a gente se ama. (ELIS REGINA, 1978)<br />

Logo após a estréia de Falso Brilhante, Myrian deu uma entrevista ao jornal<br />

Última Hora na qual relatou como coordenou o processo de criação que durou<br />

quatro meses e que envolveu o trabalho de diversos artistas: “A gente se reunia<br />

no Macunaíma e fazia criatividade, inventando o texto, trabalhando o corpo,<br />

inventando letra de música enquanto Elis ia contando sua vida.” (SANSONI, 1975)<br />

Além da sua direção, que soube explorar a dramaticidade na interpretação da<br />

cantora, houve também a contribuição do maestro Cesar Camargo Mariano, dos<br />

músicos Nenê, Crispim e Wilson, do assistente de direção Marcelo Peixoto, do<br />

preparador corporal J. C. Viola, do figurinista Luís Martins e do cenógrafo Naum<br />

Alves de Souza além do apoio psicológico dado por Roberto Freire e da<br />

participação dos integrantes do Grupo Pod Minoga e de alguns alunos do Centro<br />

de Estudos Macunaíma.<br />

Apesar da avaliação positiva feita por Myrian Muniz e Elis Regina acerca do<br />

resultado do show, o processo de ensaio nem sempre foi calmo e harmônico.<br />

Havia uma grande dubiedade entre elas, com fortes doses de fascínio e<br />

agressividade e episódios de brigas e reconciliações quase simultâneas. Em<br />

entrevista dada à jornalista Regina Echeverria, Myrian comentou: “Era uma<br />

relação que parecia uma dinamite. Eu dinamitando e ela acontecendo. Quando<br />

acabou, eu estava completamente enlouquecida.” (ECHEVERRIA, 2007, p. 121)<br />

Dois anos depois, Myrian avaliou de forma positiva, em entrevista<br />

concedida à Folha de S. Paulo, a experiência de dirigir Falso brilhante. Ela<br />

ressaltou o caráter coletivo do seu trabalho e concluiu: “Tentei fazer nesse show<br />

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