a condição social e econômica do garimpeiro da cidade de ... - UFVJM
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mais rica, mais viva e mais comovente, mas também, mais ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira.<br />
(THOMPSON, 2002, p.137).<br />
Com essas consi<strong>de</strong>rações, a proposta <strong>de</strong>ste trabalho, pelo méto<strong>do</strong> <strong>da</strong> história<br />
oral foi viável, por ser a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Diamantina, palco <strong>do</strong>s eventos que culminaram<br />
com a paralisação <strong>do</strong> garimpo em 1989. E ain<strong>da</strong>, estar presente em to<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
pessoas que participaram <strong>de</strong>sses eventos sofren<strong>do</strong> suas consequências imediatas e<br />
atuais. Foi <strong>da</strong><strong>da</strong> maior ênfase nas entrevistas, uma vez que um <strong>do</strong>s objetivos é<br />
propiciar a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se “fazer” ou “construir” outra história. Esta, sobre a ótica<br />
<strong>de</strong> seus próprios protagonistas.<br />
Uma história que proporciona oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para estes trabalha<strong>do</strong>res tenham<br />
registra<strong>da</strong>s suas próprias memórias. Nesse senti<strong>do</strong>, aten<strong>de</strong>mos o recomen<strong>da</strong><strong>do</strong> por<br />
Alberti 3 . E é por intermédio <strong>de</strong> técnicas, como a história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, que po<strong>de</strong>mos<br />
propiciar o fazer <strong>de</strong>ssa história. 4<br />
1. A história <strong>do</strong> garimpo em Diamantina<br />
A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> garimpeira na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Diamantina-MG, como já dito<br />
anteriormente, remonta oficialmente ao início <strong>do</strong> século XVIII. No entanto, é notório<br />
que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XVI, já se faziam expedições nessa região. Foram os<br />
ban<strong>de</strong>irantes paulistas e outros aventureiros, que a procura <strong>da</strong>s minas auríferas se<br />
aportaram na futura Vila <strong>do</strong> Príncipe, hoje ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Serro, antiga comarca <strong>do</strong> Serro<br />
Frio, uma <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s administrativas <strong>da</strong> capitania <strong>de</strong> Minas Gerais, <strong>da</strong> qual o<br />
Arraial <strong>do</strong> Tejuco, (hoje ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Diamantina), pertenceu. Esses “aventureiros”,<br />
orienta<strong>do</strong>s pelo pico <strong>do</strong> Itambé, embrenharam-se na região, on<strong>de</strong> acabaram por<br />
3 A escolha <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s não <strong>de</strong>ve ser pre<strong>do</strong>minante orienta<strong>da</strong> por critérios quantitativos, por<br />
uma preocupação com amostragens, e sim a partir <strong>da</strong> posição <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong> no grupo, <strong>do</strong><br />
significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua experiência. Assim, em primeiro lugar, convém selecionar os entrevista<strong>do</strong>s entre<br />
aqueles que participaram, viveram, presenciaram ou se inteiraram <strong>de</strong> ocorrências ou situações<br />
liga<strong>da</strong>s ao tema e que possam fornecer <strong>de</strong>poimentos significativos (ALBERTI, 2004, p. 31-32).<br />
4 Esta estratégia, pela importância que atribui aos indivíduos e à sua vivência, po<strong>de</strong>ria prestar<br />
serviços ao pesquisa<strong>do</strong>r à procura <strong>de</strong> respostas coloca<strong>da</strong>s (as relações indivíduo-socie<strong>da</strong><strong>de</strong>-cultura).<br />
Batiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> história ou narrativa <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como narração, por uma pessoa, <strong>de</strong> sua<br />
experiência vivi<strong>da</strong>. E ain<strong>da</strong> que por ela: Obtêm-se assim belas ocasiões <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r como as<br />
pessoas representam esses fenômenos e acontecimentos históricos, sociais ou culturais, como<br />
passaram por eles, vivi<strong>do</strong>s na indiferença ou em uma participação ativa. É uma maneira <strong>de</strong> recolocar<br />
o indivíduo no <strong>social</strong> e na história (LAVILLE & DIONNE, 1999, p.158-159).<br />
Revista Vozes <strong>do</strong>s Vales <strong>da</strong> <strong>UFVJM</strong>: Publicações Acadêmicas – MG – Brasil – Nº 02 – Ano I – 10/2012<br />
Reg.: 120.2.095–2011 – PROEXC/<strong>UFVJM</strong> – ISSN: 2238-6424 – www.ufvjm.edu.br/vozes<br />
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