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a condição social e econômica do garimpeiro da cidade de ... - UFVJM

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empregos em setores industriais e a esperança <strong>de</strong> um enriquecimento rápi<strong>do</strong>. Ain<strong>da</strong><br />

po<strong>de</strong>m ser aponta<strong>do</strong>s outros fatores como os culturais, ou seja, a influência <strong>do</strong>s<br />

parentes e amigos que tradicionalmente já exerciam essa prática.<br />

Revista Vozes <strong>do</strong>s Vales <strong>da</strong> <strong>UFVJM</strong>: Publicações Acadêmicas – MG – Brasil – Nº 02 – Ano I – 10/2012<br />

Reg.: 120.2.095–2011 – PROEXC/<strong>UFVJM</strong> – ISSN: 2238-6424 – www.ufvjm.edu.br/vozes<br />

- 7 -<br />

A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> garimpeira se tornou tão “naturaliza<strong>da</strong>” para o diamantinense, por<br />

que se praticava paralelamente ou alterna<strong>da</strong>mente com outros empreendimentos ou<br />

exercícios profissionais, principalmente pelos <strong>do</strong>nos <strong>de</strong> bombas e <strong>de</strong> terrenos com<br />

áreas <strong>de</strong> garimpo. Por que quan<strong>do</strong> não queriam se envolver diretamente nessa<br />

prática, tinham no serviço um encarrega<strong>do</strong> que os representava.<br />

A.A.B, com 72 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> tem dúvi<strong>da</strong> <strong>de</strong> quan<strong>do</strong>, <strong>de</strong> fato, começou a<br />

garimpar, mas utiliza-se <strong>de</strong> um recurso para relembrar quanto tempo<br />

aproxima<strong>da</strong>mente parou <strong>de</strong> exercer essa prática. Esse recurso é a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> compra<br />

<strong>de</strong> um veículo zero km que adquiriu no ano <strong>de</strong> 1992. Ressalta-se que com dinheiro,<br />

adquiri<strong>do</strong> <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> um quilo e quatrocentos gramas <strong>de</strong> ouro. 9 No <strong>de</strong>correr <strong>da</strong><br />

entrevista percebe-se que A.A.B, mesmo pratican<strong>do</strong> outras mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviços<br />

e consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o garimpo como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> secundária, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> veementemente a<br />

liberação <strong>de</strong> áreas para o seu exercício. Por que mesmo não pratican<strong>do</strong> o garimpo<br />

frequentemente, ele afirma que possui terrenos que ain<strong>da</strong> po<strong>de</strong>riam ter muitos<br />

diamantes escondi<strong>do</strong>s. Relata também, que tem um <strong>garimpeiro</strong> que explora parte <strong>de</strong><br />

seu terreno <strong>de</strong> forma legaliza<strong>da</strong>. E possivelmente, mediante as divisões já<br />

costumeiras <strong>do</strong> garimpo, <strong>de</strong>ve obter os <strong>de</strong>z por cento <strong>do</strong> garimpo por ser <strong>do</strong>no <strong>do</strong><br />

terreno. Vejamos uma fala sua, em que aponta essa divisão, quan<strong>do</strong> praticava o<br />

garimpo antes <strong>da</strong> paralisação: “[...] Eu cobrava <strong>de</strong>z por cento. [...] por ser <strong>do</strong>no <strong>do</strong><br />

[...] terreno [...]”.<br />

O garimpo para muitos foi a única fonte <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, mas, para outros, foi<br />

apenas mais um “investimento”. Estes eram feitos quase sempre por pessoas que já<br />

<strong>de</strong>tinham alguma posse ou que adquiriram algum recurso mais avulta<strong>do</strong> no trabalho<br />

<strong>do</strong> próprio garimpo. Como ressalta A.A.B, que apesar <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> uma família<br />

essencialmente garimpeira ele próprio não se envolveu diretamente com o garimpo<br />

e não o consi<strong>de</strong>rava como sua principal ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> profissional. “[...] Eu mexi até não.<br />

Eu era mais prosotro né? [...] eu gosto mais é <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r banana e queijo”. Contu<strong>do</strong>,<br />

9 “[...] o tempo não sou capaz <strong>de</strong> te falar o tempo mais, certo? Ta enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>? Pois éh! esse carro<br />

meu ele tem vinte anos [...] ele é noventa e <strong>do</strong>is [...] quase vinte né? [...] tem vinte e cinco anos que<br />

eu mexi com garimpo.” ( A.B.B, 72 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>)

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