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as três formas de negação à castração - Psicanálise & Barroco

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<strong>Psicanálise</strong> & <strong>Barroco</strong> em revista v.8, n.2: 74-94, <strong>de</strong>z.2010<br />

As <strong>três</strong> form<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>negação</strong> <strong>à</strong> c<strong>as</strong>tração<br />

verda<strong>de</strong>, estamos situando <strong>as</strong> distint<strong>as</strong> posições do sujeito em relação <strong>à</strong> estrutura (neurose,<br />

psicose e perversão), posições intimamente vinculad<strong>as</strong> ao complexo <strong>de</strong> c<strong>as</strong>tração, cujo<br />

fundamento é a linguagem.<br />

Consi<strong>de</strong>rando também o conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa frente <strong>à</strong> c<strong>as</strong>tração, estabelecemos<br />

a distinção entre <strong>as</strong> <strong>três</strong> modalida<strong>de</strong>s subjetiv<strong>as</strong> e é esse o mérito da subversão freudiana<br />

tanto na <strong>de</strong>scentração operada no sujeito quanto na ruptura do contínuo normal-patológico.<br />

Des<strong>de</strong> su<strong>as</strong> primeir<strong>as</strong> elaborações, Freud (1894/1976) já nos apontava <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong><br />

modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> funcionamento psíquico ao estabelecer um mecanismo estrutural para<br />

explicar a neurose e outro para a psicose. O <strong>de</strong>staque dado ao Édipo surge como um<br />

acréscimo a partir da releitura em que Lacan (1995) faz o acento incidir sobre a matriz<br />

edípica (ao se valer da distinção entre significante e significado), como também a distinção<br />

entre o <strong>três</strong> registros (real, simbólico e imaginário) que muito bem po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados<br />

como uma terceira tópica na explicação da dinâmica e do funcionamento psíquico.<br />

Certamente, pensar estes <strong>três</strong> registros, fora da articulação do Édipo, com a c<strong>as</strong>tração é<br />

reduzi-los a um nível b<strong>as</strong>tante trivial e anedótico.<br />

O momento histórico <strong>de</strong> toda infância é coberto pelo mito em que a<br />

psicanálise vai fundar a condição <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, que por ser <strong>de</strong> natureza mítica não po<strong>de</strong> ser<br />

enunciada, pois alu<strong>de</strong> ao <strong>de</strong>sejo do Outro. Tudo o que remete <strong>à</strong> condição imaginária<br />

(constituição do Eu a partir do encontro com o semelhante da espécie na relação especular<br />

tipicamente narcísica); tudo o que é referente <strong>à</strong> inserção do sujeito na cultura, quer dizer, a<br />

captura do sujeito no simbólico (aquisição da linguagem, submissão <strong>à</strong> lei, <strong>as</strong>sunção dos<br />

i<strong>de</strong>ais e <strong>as</strong> funções correlativ<strong>as</strong> a cada sexo) e bem como tudo o que concerne ao real (lugar<br />

no qual o <strong>de</strong>sejo po<strong>de</strong> ser pensado enquanto causado e enquanto articulado a um objeto)<br />

somente po<strong>de</strong> ser entendido se tomarmos a noção <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa como ponto <strong>de</strong> partida e é<br />

justamente como <strong>de</strong>fesa que lemos o percurso referente <strong>à</strong> travessia edípica.<br />

Ao introduzir a questão da subjetivação pela utilização do recurso a uma<br />

operação <strong>de</strong>fensiva estamos cônscios <strong>de</strong> que a <strong>de</strong>fesa, como conceito psicanalítico, serviu a<br />

Freud (1933/1976), para, em primeiro lugar, romper com a tradição do mo<strong>de</strong>lo médico que<br />

estabelecia b<strong>as</strong>es diferenciad<strong>as</strong> na explicação d<strong>as</strong> condições saú<strong>de</strong> e doença, e, em segundo<br />

lugar, representar a marca distintiva do humano que lhe transforma em ser diferenciado <strong>de</strong><br />

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