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as três formas de negação à castração - Psicanálise & Barroco

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<strong>Psicanálise</strong> & <strong>Barroco</strong> em revista v.8, n.2: 74-94, <strong>de</strong>z.2010<br />

As <strong>três</strong> form<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>negação</strong> <strong>à</strong> c<strong>as</strong>tração<br />

ter acesso ao seu próprio <strong>de</strong>sejo. Isso pelo fato <strong>de</strong> que a criança foi obrigada a se confrontar<br />

com a queda <strong>de</strong> sua crença acerca da universalida<strong>de</strong> do pênis em <strong>de</strong>corrência d<strong>as</strong> evidênci<strong>as</strong><br />

da realida<strong>de</strong>. Até o momento da captação da c<strong>as</strong>tração materna a criança formulava su<strong>as</strong><br />

hipóteses acerca do seu entendimento d<strong>as</strong> questões concernentes ao sexo b<strong>as</strong>eada na<br />

premissa <strong>de</strong> que todos os seres são iguais por portarem um mesmo e único atributo: o pênis.<br />

Esta fórmula da universalida<strong>de</strong> do pênis, primeira teoria sexual da criança é <strong>de</strong>sfeita no<br />

encontro com a ausência <strong>de</strong> pênis captada no corpo da mulher. O impacto <strong>de</strong>ssa percepção<br />

traumática coloca a criança diante da falta: a mãe é c<strong>as</strong>trada. Daí então o que é evi<strong>de</strong>nciado<br />

na realida<strong>de</strong> vai <strong>de</strong> encontro <strong>à</strong>s formulações da criança, <strong>de</strong> modo que se inaugura um novo<br />

registro: o da falta. A percepção da c<strong>as</strong>tração materna, <strong>as</strong>sim entendida, somente ocorre se<br />

for mediada pela falta.<br />

A criança ao perceber a falta no Outro primordial reconhece que a mãe é<br />

c<strong>as</strong>trada. A captação da falta na mãe é, para a criança, uma questão enigmática, um mistério<br />

a ser <strong>de</strong>svendado, taref<strong>as</strong> <strong>as</strong> quais se encarrega pela vida. No prosseguir <strong>de</strong> su<strong>as</strong> pesquis<strong>as</strong><br />

sexuais, principalmente com o propósito <strong>de</strong> saber por que há a diferença, a criança realiza<br />

<strong>de</strong>scobert<strong>as</strong> importantes, pois constata que o objeto <strong>de</strong> sua primeira <strong>de</strong>scoberta já era <strong>de</strong><br />

conhecimento do pai. Assim conclui que o pai já sabia daquilo que ela <strong>de</strong>scobriu muito<br />

antes <strong>de</strong>la. Por causa <strong>de</strong>sse saber atribuído ao pai, fica explicada, para a criança, a causa <strong>de</strong><br />

seu n<strong>as</strong>cimento. Em suma, pela captação da c<strong>as</strong>tração materna chega-se <strong>à</strong> anteriorida<strong>de</strong><br />

paterna formulada em termos <strong>de</strong> um saber suposto acerca do objeto da <strong>de</strong>manda materna.<br />

Esse saber apresenta, pelo fato <strong>de</strong> suposto ao pai, como algo que antece<strong>de</strong> ao sujeito.<br />

A subjetivação neurótica<br />

Quando a criança admite que o pai já <strong>de</strong>tinha um saber acerca da maneira <strong>de</strong><br />

lidar com a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> amor da mãe se estabelece o efeito <strong>de</strong> anteriorida<strong>de</strong> o qual tem<br />

como conseqüência uma espécie <strong>de</strong> amarração em função da suposição, pelo sujeito, <strong>de</strong> que<br />

é o pai aquele que <strong>de</strong>tém o saber sobre aquilo que a mãe <strong>de</strong>seja. Configura-se <strong>as</strong>sim a<br />

estrutura neurótica como aquela na qual um saber é suposto a pelo menos um. Quer dizer o<br />

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