18.04.2013 Views

as três formas de negação à castração - Psicanálise & Barroco

as três formas de negação à castração - Psicanálise & Barroco

as três formas de negação à castração - Psicanálise & Barroco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Francisco Ramos <strong>de</strong> Fari<strong>as</strong><br />

orientação. Não obstante, cabe uma observação. A vertente estrutural não firma um limite<br />

preciso entre <strong>as</strong> variantes fenomênic<strong>as</strong> <strong>de</strong> uma mesma estrutura, como entre histeria e<br />

obsessão na neurose. Igualmente, não se po<strong>de</strong> chegar a nenhum critério formal que permita<br />

afirmar a sustentação <strong>de</strong> um sujeito na psicose em su<strong>as</strong> variantes: melancolia, paranóia ou<br />

esquizofrenia. A vertente estrutural situada em um nível mais radical é encontrada na<br />

diferenciação entre principalmente a neurose e a psicose.<br />

O recalque como modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>negação</strong> da c<strong>as</strong>tração<br />

Quando nos referimos <strong>à</strong>s estrutur<strong>as</strong> subjetiv<strong>as</strong>, como orientações conceituais,<br />

estamos aventando <strong>as</strong> possibilida<strong>de</strong>s que o ser falante dispõe para ingressar no universo da<br />

linguagem. Para tanto, faz-se necessário situar os operadores <strong>de</strong>sse processo. Em primeiro<br />

lugar, aludimos <strong>à</strong> c<strong>as</strong>tração materna, entendida como a posição em que se encontra o sujeito<br />

ante a ausência <strong>de</strong> pênis captada no corpo da mulher. Assim, a c<strong>as</strong>tração materna é o<br />

operador estrutural primordial na constituição dos arranjos subjetivos.<br />

O que po<strong>de</strong>mos pensar acerca da c<strong>as</strong>tração? Nada além <strong>de</strong> uma ocorrência<br />

paradoxal que nunca ocorreu, não ocorre e nunca ocorrerá, m<strong>as</strong> que é <strong>de</strong>cisiva para a<br />

estruturação psíquica. No âmbito d<strong>as</strong> formulações d<strong>as</strong> teori<strong>as</strong> sexuais infantis, a c<strong>as</strong>tração é<br />

captação <strong>de</strong> uma falta em um vazio absoluto; algo que é, para a cria humana, b<strong>as</strong>tante<br />

ameaçador. Tal ameaça somente toma sentido, para a criança, quando esta se vê diante d<strong>as</strong><br />

questões concernentes <strong>à</strong> sua própria c<strong>as</strong>tração, especialmente frente ao dilema conflitual:<br />

ter acesso ao próprio <strong>de</strong>sejo, pela prátic<strong>as</strong> autoerótic<strong>as</strong>, e <strong>de</strong>ixar a mãe na falta ou renunciar<br />

a condição <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sejante para ser o objeto da completu<strong>de</strong> materna. Eis o momento em<br />

que o sujeito tropeça no enigma da falta e ao mesmo tempo na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r<br />

algo que a realida<strong>de</strong> apresenta como a falta no Outro primordial que é a Mãe.<br />

Frente a esse Outro primordial o sujeito po<strong>de</strong> seguir caminhos que <strong>de</strong>correm<br />

da maneira como se porta em função da falta no Outro. Em princípio, queremos <strong>as</strong>sinalar<br />

que a captação da c<strong>as</strong>tração materna é algo impactante para a criança, uma vez que <strong>de</strong>verá<br />

tomar uma <strong>de</strong>cisão entre du<strong>as</strong> alternativ<strong>as</strong>: continuar sendo o objeto do <strong>de</strong>sejo materno ou<br />

<strong>Psicanálise</strong> & <strong>Barroco</strong> em revista v.8, n.2: 74-94, <strong>de</strong>z.2010<br />

80

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!