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versão pdf - Livraria Imprensa Oficial

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40<br />

no quintal para virar carne de sol. Todo dia ele<br />

cortava um pedaço e assava para fazer o almoço.<br />

Da parte traseira da perna do boi, o corredor,<br />

meu pai tirava todas as carnes maciças, colocava<br />

numa panela. Minha mãe lavava aquilo tudo,<br />

temperava, pegava a parte óssea e botava para<br />

cozinhar em outra panela. Passava de molho de<br />

sábado para domingo. Domingo, já tudo temperado,<br />

colocava para cozinhar aquelas carnes e<br />

um prato separado para botar na mesa e acompanhar<br />

o corredor. E aquela parte da pata do<br />

boi, meu pai pegava e, com um martelo, batia<br />

no prato de cada filho. Daí saía um pedaço de<br />

tutano no prato de cada um. E naquele prato já<br />

tinha um pirão, que era feito do próprio caldo da<br />

carne cozida. Então ficava um pirão escaldado:<br />

farinha, carne cozida e o molho da carne cozida.<br />

Com a gordura da carne em cima. Eu comia aquele<br />

pirão e dava uma suadeira. Depois do almoço<br />

eu saía suando, porque aquilo era proteína pura.<br />

Tinha que andar um pouco para pegar ar. Era<br />

um almoço maravilhoso, chamava-se corredor.<br />

Quase todo domingo, enfrentávamos a suadeira<br />

do corredor. Mas quando o padre estava lá, o<br />

cardápio mudava. Saía a carne de boi e entrava<br />

a galinha, porque a nossa comida dominical<br />

era pesada demais para o padre. E nas semanas<br />

santas minha mãe fazia uma comida maravilhosa

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