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Bienal de Antiguidades 2011 parte 3 - Antiguidades São Roque

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118. Pequeno Cofre com Menino Jesus Deitado<br />

Cristal <strong>de</strong> rocha e prata dourada<br />

Índia, Séc. XVI / XVII<br />

Dim.: 5,2 cm x 8 cm x 6 cm (cofre); 7 cm (menino)<br />

PARTE 2 SÃO ROQUE’S KUNSTKAMMER<br />

Cofre <strong>de</strong> pequenas dimensões <strong>de</strong> cristal <strong>de</strong> rocha, em forma <strong>de</strong> urna, com tampa chanfrada e <strong>de</strong> rebater.<br />

Ferragens posteriores a prata cinzelada, recentemente redouradas. No interior, pequeno Menino<br />

Jesus <strong>de</strong>itado, também em cristal <strong>de</strong> rocha, repousa num colchão <strong>de</strong> seda e fio <strong>de</strong> ouro.<br />

O cofre e a tampa são monolíticos, construídos a partir blocos únicos <strong>de</strong> cristal e apresentam algumas<br />

inclusões. Em forma <strong>de</strong> urna, têm uma gran<strong>de</strong> simplicida<strong>de</strong>, o que lhe confere uma enorme<br />

elegância. O formato é semelhante ao cofre <strong>de</strong> tartaruga do Museu <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Roque</strong>, amplamente<br />

publicado e remete para os cofres encomendados pelos jesuítas para relíquias.<br />

Curiosamente o seu interior contém um Menino <strong>de</strong>itado em posição <strong>de</strong> camilha. Esta peça tem uma<br />

gran<strong>de</strong> transluci<strong>de</strong>z, quase sem inclusões e mostra a gran<strong>de</strong> preocupação na escolha do mineral para<br />

a escultura do Menino Jesus.<br />

O Menino apresenta uma cabeça ovalada, como braço direito sobre o peito e o esquerdo ao longo<br />

do corpo; as pernas estão ligeiramente afastadas, a direita semi-flectida e apresenta fractura<br />

consolidada. Muito curiosas as suas feições, que lembra os Meninos sino-portugueses, é muito<br />

idêntico a um exemplar em marfim, também <strong>de</strong> pequenas dimensões, <strong>de</strong> uma colecção particular.<br />

Este facto leva-nos a pensar que po<strong>de</strong>rá ter sido executado por artesão das comunida<strong>de</strong>s chinesas<br />

emigradas no subcontinente indiano ou eventualmente feito por um artífice local, tendo tido como<br />

mo<strong>de</strong>lo, um exemplar vindo da China.<br />

Peça extremamente rara, senão única, constitui um importante exemplar das peças em cristal <strong>de</strong> rocha<br />

produzidas pelas oficinas indianas, provavelmente por encomenda <strong>de</strong> clientes portugueses.<br />

Certificado <strong>de</strong> autenticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Henrique Braga e Sofia Ruival.<br />

Vd. - “Encompassing the Globe - Portugal e o Mundo nos séculos XV e XVII”; Museu Nacional <strong>de</strong> Arte Antiga;<br />

Lisboa, 2009; pág 274.<br />

- “A Herança <strong>de</strong> Rauluchantim”; Museu <strong>de</strong> <strong>São</strong> <strong>Roque</strong>; Comissão Nacional para as Comemorações dos<br />

Descobrimentos Portugueses; Lisboa, 1996; pág.192.<br />

- Nuno Vassalo e Silva; revista Oceanos, nº 12; Novembro 1992; pág 112.

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